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CHILE
Sindicato chileno estende tela: “Que Piñera caia! Não negociamos os nossos mortos!”
Simón Bousquet

Reproduzimos o texto de Simón Bousquet, tesoureiro do sindicato do Centro Cultural Gabriela Mistral (GAM), que vem dando uma série de exemplos de como potencializar a auto-organização da luta chilena, defendendo uma assembleia constituinte livre e soberana sob as ruínas do regime herdeiro da ditadura.

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Frente ao chamado à greve geral, com a força que os chilenos demonstraram, a organização das forças para derrubar Piñera é uma tarefa de primeira ordem.

“Não negociamos nossos mortos”, dizemos taxativamente. Durante a mobilização, o governo está assassinando, torturando e abusando. Depois de suspender o toque de recolher, mudou o discurso para criminalizar e dividir a nossa luta. Durante semanas nos mantivemos nas ruas, lutando por nosso futuro e dos nossos filhos, porque é um momento crucial, temos a força para derrotar Piñera e, com essa mesma mobilização, erguer uma assembleia constituinte livre e soberana.

Ontem, a Mesa Social (dirigida pelo PC e a Frente Ampla), em que participa a CUT (principal central sindical), apresentaram uma “carta das e dos trabalhadores”, com demandas que nós também defendemos, como o aumento do salário mínimo e a redução da jornada de trabalho, porém retiraram uma demanda que, para nós, é inegociável: a exigência de #ForaPiñera, por ser o responsável pelas mortes, abusos e repressão que enfrentamos durante as últimas semanas. A força para derrubar este governo existe, é o que quer a maioria, e com a mobilização podemos conquistar. Uma acusação constitucional, que só fracassou antes, como contra Cubillos, ou mesmo Chadwick, não nos garante a destituição de Piñera.

Como sindicato, além de votarmos pela greve, votamos pintar uma enorme tela para enviar uma mensagem clara à manifestação, “Que caia Piñera!”. Enquanto pendurávamos em frente ao edifício, a manifestação parou e centenas de pessoas fotografaram e registraram a intervenção. Para nós foi um momento emocionante, conseguimos ecoar a voz das e dos trabalhadores.

A administração do centro cultural, enquanto isso, organizou um cônego junto aos corais cidadãos para afirmar o que comunicou também aos e às trabalhadores em uma reunião corporativa, que estavam de acordo com a mobilização.

Nossas demandas das ruas são contra a desigualdade, a privatização, a precariedade da vida, e profundamente contra a herança da ditadura. Nessa mesma reunião, muitos trabalhadores perguntaram o que mudaria também no Sindicato GAM. “O GAM acabará então com o subcontrato?”. Uma demanda que exigimos há anos.

Veja também: "Exemplo a seguir: sindicato da GAM organiza Cordão Centro, impulsionando a auto-organização no Chile"

Também lutamos para erguer o cordão Santiago Centro, uma instancia de coordenação que reúne amplas organizações, sindicatos, estudantes e idosos, para coordenar a luta, com comissões ativas para as manifestações e a comunicação.

Multipliquemos estes exemplos, impulsionando a greve e ações fortes em outros sindicatos e territórios. Podemos caminhar rumo a um nível de organização superior, abrindo os espaços de trabalho e os colocando à disposição da mobilização, nos coordenando com estudantes das universidades e escolas. Nossa mobilização é poderosa, tem o potencial de conquistar nossas demandas e que possamos de fato começar a decidir.

 
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