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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Bolsonaro, a grande mídia e golpistas comemoram o fim da aposentadoria dos trabalhadores
Redação

A finalização da aprovação da Reforma da Previdência em segundo turno no Senado nesta quarta, 23, gerou uma enxurrada de comemorações por parte daqueles que não sofrerão seus perversos efeitos. A classificação da medida como “vitória histórica” nas manchetes dos grandes jornais nacionais e os tweets orgulhosos das figuras públicas do governo Bolsonaro e Congresso só são mediadas pela ressalva dos grandes capitalistas de que é preciso sangrar ainda mais os trabalhadores, de que retirar o direito à aposentadoria não basta.

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A aprovação da Reforma da Previdência em segundo turno no Senado aconteceu nesta terça, 22, com 60 votos favoráveis contra 19, ficando para o dia de hoje somente alguns destaques e então aguardará a promulgação para entrar em vigência. A grande mídia está promovendo em seus periódicos e redes uma verdadeira exaltação deste que significa um ataque histórico às condições de vida dos trabalhadores e população pobre. Estadão, Folha de São Paulo, O Globo, G1, Correio Braziliense, Estado de Minas e outros de cada canto do Brasil comemoram que milhões de pessoas não mais poderão se aposentar ou terão uma aposentadoria de miserável à beira da morte.

A começar pelo governo e seu reacionário presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro, que está babando com a ideia de entregar o país nas mãos do imperialismo para que retirem do suor dos trabalhadores brasileiros o pagamento das crise internacional que criaram. E não para por aí, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, busca todos os holofotes para sua auto propaganda como mão firme, que com “seriedade” promoveu a Reforma, assim como fez Rodrigo Maia, ambos do DEM. O que não dizem é que Bolsonaro, Maia, Alcolumbre e cia nunca serão afetados por essa medida, com seus salários de dezenas de milhares de reais e suas aposentadorias precoces. Assim como Moro e os juízes, que sequer são eleitos e decidem arrebentar com a vida daqueles que trabalham de fato, que sofrem as penúrias do crescente desemprego e com os efeitos das medidas anteriores, como a Reforma Trabalhista, o teto de gastos que precariza ainda mais os serviços públicos e a reestruturação desumana de trabalho promovida junto à terceirização.

Estão jogando com a vida dos trabalhadores, colocando sobre a mesa de negociação com os grandes capitalistas, suas multinacionais e bancos. E não para por aí, chegam ao cúmulo de discutir que esta reforma deveria ser ainda mais massacrante, que deveria retirar direitos elementares como o abono, o benefício a miseráveis e ser imposto a todos os estados e municípios. Mais que isso, em suas reuniões de cúpula com os sanguessugas representantes do capital financeiro estão prometendo sangrar mais os trabalhadores, dizendo que é insuficiente a retirada da aposentadoria e que já estão tratando de mexer em mais coisas, fazendo campanha com novas reformas, como a tributária, assegurando que não haverá “riscos” aos capitalistas, pois é no lombo daqueles que trabalham que vão despejar todos os ônus. Em nota a Folha de São Paulo chega ao cúmulo de comparar o Brasil com o Chile, mostrando como neste último os “riscos” aos empresários são menores, sem dizer que este é também o país onde o índice de suicídio de idosos é crescente e alarmante, pois vivem na miséria graças ao modelo que o ministro Paulo Guedes quer trazer para o Brasil. E, curiosamente, não mencionaram a explosão nas ruas que os jovens e trabalhadores chilenos estão levando adiante contra os ajustes do governo Piñera.

Entre as principais medidas que vão alterar a vida de milhões de trabalhadores está a inclusão de uma idade mínima para se aposentar (homens 65 e mulheres 62, com 10 anos a menos para policiais), que está praticamente igualada à expectativa de vida da população em alguns estados e regiões do Brasil. Entre os ataques da Reforma alterações no tempo de contribuição, com um aumento que, combinado à idade mínima, significará maiores penúrias aos trabalhadores rurais e professores, além de impossibilitar a aposentadoria de setores mais precários, que muitas vezes passam longos períodos desempregados. Também o cálculo do valor a ser recebido por aqueles que conseguirem se aposentar será reduzido, o que aumentará a necessidade de seguir trabalhando para complementar a renda, mesmo diante de idade avançada e relegando todos os cuidados que uma velhice digna exige. Essas e outras medidas foram aprovadas para cortar da carne dos trabalhadores enquanto os verdadeiros privilegiados, os governantes, a alta casta política e juízes, além dos militares seguem intocados.

Enquanto a odiosa Reforma da Previdência é aprovada, há um silêncio ensurdecedor das grandes centrais sindicais, que deveriam estar organizando o combate dos trabalhadores a esse ataque brutal. Combinadas com seus partidos que fazem uma falsa oposição no Congresso, enquanto seus governadores apoiam que a reforma seja expandida aos estados e municípios, CUT (PT) e CTB (PCdoB) mostram que estão cada vez mais distantes dos trabalhadores que representam, trocando a olhos nus os direitos de milhões pelo privilégio de um punhado de sindicalistas. Bolsonaro e Maia não precisam se preocupar com essa oposição que mais trabalha para ajudá-los do que qualquer coisa.

Veja também: Reforma da Previdência é aprovada sob o silêncio ensurdecedor das Centrais Sindicais

Em um momento interno tão duro como este, é preciso ver que esses governantes estão assombrados diante das explosões de lutas dos trabalhadores e jovens nas nossa vizinhança. Começando pelos equatorianos, que exigem a saída dos abutres do FMI e suas reformas articuladas por Lenín Moreno, passando pelo Haiti e chegando à massiva resistência chilena, Bolsonaro, Guedes, Maia e cia não estão dormindo tranquilos ao verem seus aliados, incluindo o defunto Macri, sendo encurralados pelos trabalhadores e jovens que se recusam pagar as contas da crise capitalista. Essa deve ser a nossa inspiração para enfrentar e exigir a anulação da Reforma da Previdência e as anteriores, colocando abaixo os planos desse governo entreguista e exigindo que a crise seja paga pelos próprios capitalistas.

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