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DEBATE PRESIDENCIAL NA ARGENTINA
Del Caño critica o falso debate de Macri e Fernández, defende a juventude, os trabalhadores e o meio ambiente
Redação

O candidato da Frente de Esquerda-Unidade (FIT-Unidad) denunciou o gatilho fácil e a precarização do trabalho, além de abordar a legalização da maconha. O presidente e o candidato da Frente de Todos trocaram brincadeiras.

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Na noite deste domingo (20), o segundo debate presidencial na Argentina, em seu pico de maior audiência, alcançou 30,2 pontos no rating televisivo. Em termos populacionais corresponde a aproximadamente 3 milhões de pessoas. A transmissão na TV foi apenas um dos meios pelos quais a população pode acompanhar o debate entre os 6 candidatos que competirão no segundo turno das eleições no próximo domingo. Estima-se que o alcance de audiência pode ter sido ainda maior.

A Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA) foi o lugar de encontro entre Mauricio Macri, Alberto Fernández, Nicolás Del Caño, Roberto Lavagna, Juan José Gómez Cinturión e José Luis Espert. A partir das 21h, os candidatos subiram ao palco e durante pouco mais de duas horas abordaram diversos temas, entre eles Segurança, Moradia, Meio Ambiente e Infraestrutura.

Logo de início, tornou-se clara a aposta de Mauricio Macri e Alverto Fernández. Ambos buscaram a polarização no debate. Com esse objetivo, evitaram responder muitos dos questionamentos que receberam e ficaram entre brincadeiras e golpes baixos.

O candidato da Frente de Todos repetiu o roteiro ensaiado no primeiro debate. Apesar de ter que responder algumas críticas dos outros concorrentes, seu alvo foi Mauricio Macri. As constantes alusões ao presidente contrastam com a falta de propostas claras. Apenas fez uma referência genérica às políticas em relação às Pymes (micro, pequenas e médias empresas) e à criação de um Conselho Nacional de Segurança.

Macri, por sua vez, apelou para associar Fernández com o kirchnerismo puro. Assim, em várias ocasiões, voltou às denúncias de corrupção envolvendo funcionários do governo anterior. Como vem fazendo em alguns spots de sua campanha, o presidente voltou a reconhecer a crise social e a pobreza como resultados do seu mandato. Isso não o impediu de prometer novamente que “o melhor está por vir”, nem de apelar a uma lista de obras realizadas em seus anos de governo como argumento para valorizar sua gestão.

Roberto Lavagna novamente apareceu completamente apagado, confuso e incapaz de apresentar uma visão clara. Juan José Gómez Cinturión e José Luis Espert repetiram seu discurso reacionário e suas críticas pela direita ao macrismo e ao kirchnerismo. No tema de Segurança, competiram com Macri para ver quem agradava mais aos setores reacionários.

Nicolás Del Caño, o candidato presidencial da Frente de Esquerda-Unidade, voltou a tomar um papel de destaque. Sem dúvidas, está entre os ganhadores do debate. Na madrugada desta segunda-feira (21), seu nome e suas intervenções no debate já estavam entre os assuntos mais comentados do Twitter. O mesmo ocorreu em outras redes sociais, como o Instagram.

Um debate sem debate

Já no início da noite, Nicolás Del Caño se destacou entre seus oponentes. Sinalizou explicitamente os limites daquele encontro. “Quero reforçar as críticas ao formato deste debate. Compartilho delas. Eu mesmo propus e gostaria que aqui houvesse um debate real, com perguntas e réplicas entre todos os candidatos”, declarou.

O dirigente de esquerda justificou a importância de um debate real em meio à situação do continente. “A crise é muito grave, se dá no marco de uma América Latina que se levanta, como vimos no Equador e como hoje estamos vendo no povo irmão do Chile”, indicou.

Neste momento da noite, segundo apontou Juan Manuel Lucero, coordenador do Google News Lab, a fala de Del Caño fez saltar as pesquisas no Google sobre as rebeliões no país vizinho.

No tópico Segurança, a voz de Del Caño foi a única oposição consequente à agenda reacionária que quiseram impor Macri, Gómez Centurión e Espert. Denunciando a conivência entre as forças repressivas do Estado e o crime, o dirigente de esquerda criticou também aos que propõem reduzir a maioridade penal, criminalizando a juventude. “Nos opomos à redução da maioridade penal, como defendem Bullrich e Massa”, declarou.

Ao abordar o tema Produção e Infraestrutura, Del Caño fez outra fala que foi uma das mais destacadas da noite:

Cada vez que o escuto falar reafirmo que Macri jamais poderá entender o que sofre uma família trabalhadora quando fica sem emprego

Neste ponto, como em outros durante a noite, o candidato da FIT-U se dirigiu especialmente à juventude, que sofre com os maiores níveis de precarização do trabalho. Além disso, denunciou as tentativas de se avançar com uma reforma trabalhista, pretendida pelos empresários juntamente com Macri e também com Alberto Fernández.

O tópico Federalismo, Qualidade Institucional e o papel do Estado trouxe acusações cruzadas sobre corrupção e propostas reacionárias. Neste ponto, Nicolás del Caño citou o macrismo e o kirchnerismo: “Estamos vendo como trocam acusações de ambos os lados. Dizem meias verdades, porque nem sequer os funcionários do governo anterior negam que houve corrupção”. Neste marco, enumerou as medidas que Macri levou a cabo contra a vontade das maiorias populares, como a Reforma da Previdência, ou sem passar pelo Congresso, como foi com o pagamento da dívida pública.

Ao referir-se à temática de Desenvolvimento Social, Meio Ambiente e Moradia, Del Caño afirmou: “Neste tema, quero falar de um pacto sobre o qual não existe nenhum tipo de racha. É um pacto de saque e contaminação dos nossos recursos e bens naturais. Isto vemos, por exemplo, na mineração da qual as empresas tiram lucros milionários e nos deixam com a contaminação de nossos rios. Isto vemos em San Juan, onde a Barrick Gold despejou litros e litros de água com cianeto no rio Jáchal”.

Assim, explicitou a cumplicidade existente entre as distintas forças políticas patronais e as práticas produtivas que destroem o meio ambiente. “Nossas vidas e nosso planeta valem muitíssimo mais que os lucros deles”, arrematou o candidato da esquerda.

Um chamado para se fortalecer a esquerda

Macri se vai em pouco tempo, mas a crise, o FMI e os governadores da Frente de Todos que foram cúmplices de seu governo, ficarão”.

Nicolás del Caño encerrou sua participação de destaque no debate presidencial sinalizando a responsabilidade conjunta do macrismo e do peronismo nos ataques que lançaram milhões na pobreza. O dirigente de esquerda recordou também que “no último debate, trouxe o exemplo do Equador. Porque tem muito a ver com o que acontece na Argentina. Demonstra que quando os governo tentam aplicar esses brutais pacotes de ajuste, os povos saem às ruas e dizem ´basta´”.

No encerramento, Del Caño recordou que a esquerda é a única força que está “em cada luta, com os trabalhadores, com os aposentados, com as mulheres que saem às ruas, com a juventude que não se resigna. Por isso, é muito importante que nos acompanhem no próximo domingo para que a esquerda se faça mais forte e tenha mais deputados no Congresso”.

 
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