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INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
Greve massiva na GM: 49 mil operários dos EUA lutam por acordo coletivo
Alejandro Razett

Neste domingo (15), o sindicato dos trabalhadores da indústria automobilística United Auto Workers, nos Estados Unidos, anunciou que os aproximadamente 49 mil trabalhadores da General Motors vão iniciar uma greve pela renegociação do acordo de trabalho.

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Na sua página, o sindicato United Auto Workers (UAW) publicou que após uma reunião em Detroit com dirigentes de todo o país, decidiram começar uma greve nesta segunda (16), depois de não terem conseguido negociações do acordo coletivo que expirou no sábado a noite.

Eles também denunciam que os trabalhadores, depois de anos ajudando incansavelmente a GM a alcançar lucros milionários, não receberam nem mesmo uma mísera parte para suas famílias.

United Auto Workers para a GM: “Ontem defendemos vocês, hoje defendemos a nós mesmos”

Terry Dittes, vice-presidente do sindicato disse “Defendemos a General Motors quando mais precisou de nós, agora nos levantamos juntos com solidariedade e unidade pelos nossos membros, suas famílias e as comunidades onde trabalhamos e moramos." Na realidade, o conteúdo que o vice-presidente do sindicato expressa não é mais que a política de conciliação de classes oficial do sindicato, que tem tido nos últimos anos o norte de negociar por baixo as condições trabalhistas dos trabalhadores em troca de evitar demissões.

Desde antes da crise de 2008, o discurso do sindicato, em sintonia com o das empresas foi o de exigir “sacrifícios” aos trabalhadores para resistir ao momento difícil que estava atravessando a indústria automobilística.

Em 2007, a United Auto Workers concordou com os empresários que deixassem de ser responsáveis pelo plano de saúde dos trabalhadores aposentados e suas famílias. Em 2009 o sindicato teve acordo com a General Motors, a Chrysler e a Ford sobre baixar salários e tirar direitos, para permitir o acordo das empresas com o governo de Obama.

Uma década depois, após alguns anos de crescimento econômico e salários congelados, os trabalhadores vêm pressionando para reverter parte das condições que foram entregues pela direção sindical. É por isso que a United Auto Workers agora sai com o mote “Ontem defendemos vocês, hoje defendemos a nós mesmos”.

O panfleto de reivindicações apresentado pela UAW inclui os seguintes pontos: • Salários justos • Acesso à saúde • Participação nos lucros • Segurança no emprego •Regulamentação clara da bonificação por tempo de serviço e que esta seja respeitada

Em resposta, a GM divulgou após a convocação da greve um comunicado, no qual oferece mais de 7 bilhões em transferências para quatro plantas em estados diferentes, das quais duas não foram especificadas.

Essas ofertas incluem manter uma planta que tinha seu fechamento planejado para o próximo ano e construir uma caminhonete completamente elétrica nessa planta, assim como também reabrir uma planta na qual fabricavam baterias para veículos.

Alguns políticos já se manifestaram sobre o tema nessas primeiras horas, como Kamala Harris, senadora do partido democrata, que escreveu em sua conta no Twitter “Não existe nada mais forte do que trabalhadores unidos, lutando pelos seus direitos e pela dignidade que merecem”.

Assim ela busca posicionar o partido democrata na luta pelas eleições, para reconquistar a base operária atacada durante décadas, que durante muito tempo foi eleitora clássica democrata, mas que em 2016 foram seduzidos por Trump com seu discurso de “Fazer a América grande novamente”. Obviamente, esse apoio não significa que esses candidatos procurem um confronto direto com a GM, nem que questionem o papel traidor das direções sindicais.

As negociações entre o sindicato e a GM, iniciadas em junho, tinham ficado sob alta tensão por conta da negativa da empresa em manter as fontes de renda de milhares de trabalhadores, fechando quatro plantas incluindo uma muito importante em Detroit.

Esta seria a paralisação mais importante da empresa desde 2007, quando se organizou uma greve de dois dias. A paralisação irá gerar, sem dúvidas, uma série de reações no resto das plantas da empresa não só nos Estados Unidos, mas no resto da América do Norte.

Os trabalhadores do México e do Canadá terão a oportunidade de aderir à paralisação não só para dar todo apoio aos seus companheiros dos Estados Unidos, mas também para exigir direitos trabalhistas, principalmente no México, onde os trabalhadores se encontram em condições precárias de exploração e salários muito abaixo do que os de seus companheiros do norte.

 
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