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UNIVERSIDADE
Intervenção de Bolsonaro na UFFS nomeia como reitor professor de coaching e espiritualidade
Redação

Para implementar sua agenda privatista e obscurantista sob a educação superior, Bolsonaro vem se valendo da intervenção direta sob as universidades. Na UFFS ele chegou ao absurdo de nomear um reitor sem qualquer capacidade para o cargo.

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Na última sexta-feira (30), foi nomeado o professor Marcelo Recktenvald como novo reitor da UFFS. Ele ficou apenas em 3º lugar na consulta realizada na comunidade universitária com estudantes, professores e funcionários, obtendo 21% dos votos e não teria nem se classificado para o segundo turno das eleições.

No entanto, este foi o selecionado por Bolsonaro, decisão que atropela a autonomia universitária e escancara o caráter hierárquico e autoritário das nomeações dos reitores das federais com o novo governo.

Virou prática recorrente do presidente atropelar as decisões acadêmicas e essa já é a 6ª vez de 12 estados que realizaram eleições para reitor até o presente momento neste ano. As intervenções efetuadas pelo presidente tem como objetivo a escolha de candidatos mais subordinados à sua agenda obscurantista para a educação superior, e a adesão Future-se. O maior absurdo foi nomear uma reitora que nem mesmo havia participado do processo eleitoral (no caso da UFGD). E na UniRio em que o reitor foi empossado sem passar por qualquer tipo de consulta.

No caso da UFFS, chega ao cúmulo de o escolhido não ter capacitação nenhuma para ocupar o cargo. Sua posição anterior na universidade era a de professor de coaching e espiritualidade. Para a extrema direita, vale de tudo, menos respeitar a autonomia universitária.

Quem é Marcelo Recktenvald?

Marcelo Recktenvald foi professor, nos anos de 2013 e 2014, da disciplina optativa “Espiritualidade e Liderança”, dentro do curso de Administração. A aula, que tinha como objetivo “aprofundar os conhecimentos de liderança e coaching a partir de uma perspectiva da realidade”, tinha como referência básica títulos como Jesus Coach, da autora Laurie Beth Jones. Na obra, a autora recorre aos relatos bíblicos para revelar que os princípios utilizados pelo filho de Deus com seus colaboradores prenunciavam o que dois mil anos mais tarde passariam a ser conhecidos como life coaching.

Autodeclarado cristão, conservador, defensor da família e pastor batista, o novo reitor, que assume devido ao alinhamento ideológico do novo governo Bolsonaro, é anti esquerda e já reproduziu postagens de Olavo de Carvalho (guru do presidente) onde diz que “O Weintraub está para os seus antecessores como um antibiótico está para as bactérias”. E já compartilhou até mesmo postagens negacionistas climáticas, que afirmam ser impossível acreditar no aquecimento global devido ao aparelhamento na ciência, pois a ciência teria virado um “instrumento militante”.

Autodeclarado cristão, conservador, defensor da família e pastor batista, o novo reitor, que assume devido ao alinhamento ideológico do novo governo Bolsonaro, é anti-esquerda e já reproduziu postagens de Olavo de Carvalho (guru do presidente) onde diz que “O Weintraub está para os seus antecessores como um antibiótico está para as bactérias”.

Resistência dos estudantes frente às nomeações autoritárias de Bolsonaro

Aproximadamente 100 alunos estão acampados no prédio desde a noite de quinta-feira (29).

Ao jornal Zero Hora, uma das participantes da ocupação se posicionou — "A nomeação do reitor Marcelo foi arbitrária e antidemocrática. É um movimento alinhado com as pautas do Bolsonaro e que fere a autonomia universitária" —.

É preciso, mais do que nunca, que se defenda as universidades e que se organize uma luta dos estudantes e trabalhadores da rede pública, que estão sofrendo e sofrerão ainda mais golpes da direita como esse, contra os avanços ideológicos e privatistas de Bolsonaro e pelo direito dos estudantes e trabalhadores de terem sua própria autonomia de decisão institucional. Precisamos nos apoiar nesse exemplo para exigir da UNE e a Centrais Sindicais que rompam sua paralisia e convoquem um plano de lutas sério contra a reforma da previdência, os cortes a educação e pela autonomia universitária.

Fonte de informações: Zero Hora, G1 e Carta Capital

 
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