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DESMATAMENTO
Em 34 anos, desmatamento no Brasil equivale a 3,6 vezes área de SP em prol do lucro
Redação

Pela sede de lucro dos latifundiários, do agronegócio e dos imperialistas, em pouco mais de 30 anos o Brasil perdeu 89 milhões de hectares de áreas nativas - o equivalente a 3,6 vezes a área do Estado de São Paulo. É o que mostra uma nova coleção de dados do MapBiomas, que mapeia todas as mudanças na cobertura e no uso da terra no País.

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Foto: Reprodução/ISA

O levantamento, divulgado pelo grupo nesta quinta-feira, 29, mostra que, entre 1985 e 2018, o Brasil perdeu 82 milhões de hectares (Mha) de vegetação florestal e mais 7 Mha de outros tipos de vegetação nativa, mas que não são florestas, como Cerrado, campos e Pantanal. A agropecuária, por sua vez, cresceu no mesmo período quase tanto quanto o País sofreu de desmatamento: 86 Mha.

As florestas, que representavam 69% do território brasileiro em 1985, passaram a ocupar 59% do espaço no ano passado. Já a agropecuária passou de 20% para 31% no período. Esse fenômeno vem se aprofundando de forma absurda no governo Bolsonaro que tem como política explícita o desmatamento, aprovação de agrotóxicos potencialmente cancerígenos, queimadas (que apenas no seu governo aumentaram 82%) e que teve como resultado o incêndio na Amazônia. É resultado indireto de anos e mais anos em que todos governos, de FHC a Lula e Dilma, deram muitos bilhões ao agronegócio, que quer mais e mais terras para pastagens e soja.

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Comparando os dois anos, a área de floresta natural no Brasil passou de 587 Mha para 505 Mha, ou seja, uma queda de 14%; os outros tipos de vegetação passaram de 71 Mha para 64 Mha, o que representa uma diminuição de 9,85%. Já a agropecuária passou de 174 Mha para 260 Mha - alta de 49%.

O projeto de mapeamento também permite avaliar como evoluiu a ocupação desses locais ao longo das décadas no País. De acordo com Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, na Amazônia, de cada dez hectares desmatados de floresta, três foram abandonados, seis viraram pasto e um se transformou em agricultura, mineração ou passou por um processo de urbanização.

Para o Brasil como um todo, houve uma transformação das áreas de pastagem em agricultura. No geral, as primeiras se estabilizaram a partir de 2005, enquanto que as últimas cresceram e até se aceleraram nos últimos anos, segundo Azevedo.

Esse cenário não se confirma, porém, na Amazônia. Na região, as áreas de pastagens cresceram de 45 milhões de hectares em 2005 para 53 milhões de hectares no ano passado.

O estudo, feito com base na análise de imagens do satélite Landsat, da Nasa, também revela em que tipo de área se deu a maior parte da perda de cobertura florestal. As áreas privadas, com registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR), perderam aproximadamente 20% de sua cobertura. Em áreas públicas não destinadas, a perda foi de 5%. Já em áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, a perda foi menor: de aproximadamente 0,5%.

Esse é o resultado da política de Bolsonaro e de outros países imperialistas que com suas empresas bilionárias querem transformar o Brasil na grande “fazenda do mundo” para lucrar ainda mais. Essa é a única prioridade para Bolsonaro, os latifundiários e presidentes de países como Alemanha e França (Angela Merkel e Emmanuel Macrón), que fizeram questão de levar o tema da Amazônia para o G7 reunindo os países mais ricos do mundo devido à importância da área para seus negócios, mesmo que isso signifique acabar com nossas riquezas naturais, fauna , flora e arrancar terra dos povos originários.

Em um país como o Brasil, a defesa do meio ambiente perpassa a luta pelo direito à terra e contra o latifúndio, diante de uma burguesia herdeira da escravidão. Assim, é necessário uma reforma agrária radical que acabe com o latifúndio no país, distribuindo terra a quem deseja nela trabalhar, que garanta autonomia e integralidade das terras indígenas e quilombolas, e integre as pequenas propriedades de cinturões verdes nas cidades, com os pequenos proprietários no campo, com grandes fazendas e fábricas sob controle dos que nela trabalham.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 
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