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CENSURA
Artistas são atacados em Gramado ao fazer manifestação contra o governo
Redação

Doeu aos ouvidos dos defensores do governo o protesto contra a censura: "pelo cinema / pela cultura / por uma arte livre e sem censura". Como resposta além de vaias e gritos, jogaram pedras de granizo contra os artistas

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A edição deste ano do Festival de Cinema de Gramado foi um marco histórico para o festival, contando com diversas manifestações e posicionamentos contrários às medidas arbitrárias que o governo Bolsonaro vem tomando em relação à cultura, sobretudo ao audiovisual, ao censurar conteúdos e cancelar editais, como já relatamos aqui.

Vários dos diretores, atores e produtores, ao atravessarem o tapete vermelho na última mostra do festival, o fizeram cantando músicas de protesto contra Bolsonaro e suas recentes declarações e medidas, tendo o cinema como alvo de censura e sucateamento. Tal cortejo foi o encerramento de uma série de outras demonstrações e manifestações políticas ocorridas em Gramado durante esta 47ª edição do festival. Alguns frequentadores que lotavam os bares e cafés da Rua Coberta, nas margens do tapete vermelho, responderam com vaias, palavras de ordem e pedras de gelo.

Empunhando cartazes de filmes nas mãos e segurando faixas com declarações contra a censura, os artistas se dirigiram em um grande grupo para a entrada do palácio: "Pelo cinema / Pela cultura / Por uma arte livre e sem censura" era a canção que ecoava. que como de costume, gritaram em resposta em apoio ao presidente.

Maira Carvalho, produtora e diretora de arte do filme O Homem Cordial, um dos longas brasileiros exibido na mostra, declarou à mídia: "Ao longo desta semana, nós articulamos uma Carta de Gramado assinada por 63 entidades contra esse desmonte das políticas públicas para a cultura. Esta manifestação deveria fechar a mobilização, mas quando passamos, as pessoas começaram a urrar "Viva o Mito", "Viva Bolsonaro" e a nos chamar de vagabundos e jogar coisas em nós, restos de comida e pedras de gelo. Nunca imaginei passar por isso. Era uma noite de festa, estávamos fazendo um ato que imaginamos que teria uma repercussão para refletir lá em Brasília, não na gente aqui. Foi muito chocante".

Emiliano Cunha, realizador do longa gaúcho Raia 4, conta que mesmo estando com sua filha de dois anos nos braços ficou ileso dos ataques. E no palco, ao receber a premiação de melhor fotografia concedido a Edu Rabin, da equipe do longa, desabafou: "Agora há pouco eu estava passando com minha filha de dois anos no colo e um cara nos jogou pedras de gelo. Quando eu me virei para ele mostrando que eu estava com minha filha, ele voltou a jogar. Só quando eu apontei a câmera aí ele se escondeu, como costumam fazer os covardes que realizam esse tipo de agressão".

Um verdadeiro absurdo que além da censura e da incansável investida contra os coletivos, grupos e produções das mais diversas linguagens que se opõe às arbitrariedades deste governo, siga Bolsonaro atacando artistas e trabalhadores da cultura. Silenciar a arte é também calar as vozes de jovens, mulheres, LGBTS, negros e dos trabalhadores. Segue sendo primordial que de mãos dadas, ombro, artistas e o conjunto da população rechace todo e qualquer tipo de censura e silenciamento que este Governo a todo custo tenta nos impor.

Imagem : Agência Pressphoto

 
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