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MACHISMO
Em meio a disputa com o G7 pela Amazônia, Bolsonaro machista zomba da primeira-dama francesa
Patricia Galvão
Diretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

Em meio a crise da Amazônia, com a disputa entre imperialistas do G7 de lado e Bolsonaro e o agronegócio de outro, ambos sedentos por lucros custe o que custar, Bolsonaro mais uma vez vocifera todo seu machismo, escancarando que no capitalismo a vida das mulheres valem menos.

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No facebook, um seguidor de Bolsonaro postou uma foto com Macron e sua mulher Brigitte ao lado da foto de Bolsonaro com Michele. Na foto: Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro?

O presidente ainda responde com zombaria: não humilha o cara. Kkkkkkk

Macron é 24 anos mais novo que sua esposa. Bolsonaro 27 anos mais velho que Michele. A hipocrisia do comentário machista de Bolsonaro e do seu seguidor escancara que aos homens é permitido envelhecer e às mulheres, não.

O post sexista de Bolsonaro não é um ataque particular a Macron ou à sua esposa Brigitte. Bolsonaro quer derrotar as mulheres e faz questão de demonstrar abertamente isso. Sua misoginia e machismo são partes de um projeto capitalista que para descontar a crise nas costas da classe trabalhadora é necessário para isso fortalecer a sua divisão. Homens e mulheres, brancos e negros, efetivos e terceirizados, brasileiros e imigrantes. Assim, submetidas as mulheres, seu trabalho vale menos, bem como seus corpos e suas vidas.

Não se trata de defender o presidente francês, pois tão pouco Macron é o “homem desconstruído” ideal. Vale lembrar a brutal repressão que Macron desferiu contra os coletes amarelos encabeçados por mulheres denunciando o trabalho precário e a desigualdade salarial. Na França as mulheres ganham cerca de 19% menos que os homens. A situação das imigrantes na França é tão precária quanto no Brasil.

Ambos presidentes traçam políticas nefastas às mulheres. Ambos simbolizam o que o capitalismo tem de pior, um sistema que só pode produzir miséria e que para as mulheres significa desigualdade salarial, precarização do trabalho, pobreza, violência de gênero. São parte do sistema capitalista que legou a nós um prazo de validade. Se envelhecemos, se engordamos, se estamos desarrumadas, somos descartáveis.

A precariedade da vida deixa marcas profundas no corpo. Com a aprovação da reforma da previdência, somada a reforma trabalhista, vamos sentir na pele essas marcas. Sobre nós mulheres, além de nos roubarem mais anos de vida e do nosso trabalho, querem nos deixar submissas, escravas de padrões de beleza e descartáveis. Tudo para saciar a sede de lucro dos capitalistas.

A disputa entre França, ao lado do G7, e Bolsonaro nada tem a ver com a defesa de direitos seja sobre o meio ambiente e a Amazônia seja sobre as mulheres. Ambos estão dispostos a passar por cima dos nossos direitos.

As mulheres foram linha de frente nas lutas contra Bolsonaro tomando às ruas sob gritos de #EleNão. À frente dos coletes amarelos na França protestaram contra a precarização. Em todo o mundo o movimento de mulheres se levanta como uma força imparável. É preciso destruir esse sistema de miséria e exploração que lucra com a submissão de metade da humanidade pela outra metade. É preciso fazer cair o patriarcado e o capitalismo.

 
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