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DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA
Após culpar ONGs para livrar agronegócio, Bolsonaro quer enviar militares contra queimadas
Redação

Após culpar ONGs buscando livrar agronegócio, Bolsonaro afirmou que a "tendência" é que o governo acione tropas do Exército para auxiliar no combate aos incêndios na região amazônica, o que ocorreria por meio de uma operação de Garantia de Lei e da Ordem (GLO).

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Esse mecanismo constitucional completamente questionável advém do pacto de 88, atribuindo super-poderes às Forças Armadas e indica, por um lado, a gravidade das medidas que Bolsonaro, que sempre se embandeirou do “anti-ambientalismo”, está sendo forçado a sinalizar, diante da repercussão internacional das queimadas na Amazônia e dos atos que estão sendo convocados em diversas cidades no Brasil e no mundo, e, por outro, sua busca por manter os lucros dos latifundiários e grandes capitalistas intactos.

"É uma tendência. A tendência é essa, a gente fecha agora de manhã", disse ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira, 23. Bolsonaro declarou que realizou "reunião muito grande ontem" no Planalto para discutir a situação - oito ministros participaram do encontro. "Discutimos muita coisa. O que estiver ao nosso alcance nós faremos", afirmou. Em seguida, questionado por jornalistas se isso contemplaria liberação de recursos, disse que "o problema é recurso".

Também na noite de quinta-feira, 22, o governo publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) despacho determinando que todos os ministros adotem "medidas necessárias para o levantamento e o combate a focos de incêndio na região da Amazônia Legal para a preservação e a defesa da Floresta Amazônica".

A crise se intensificou após o presidente francês, Emmanuel Macron, falar em "crise internacional" a ser discutida pelo G-7, que reúne os principais imperialismos do mundo. Bolsonaro rebateu, dizendo que a sugestão "evoca mentalidade descabida no século 21" e ressaltou que o governo já está tratando do "crime" que ocorre na área. Essa pretensa preocupação do imperialismo europeu esconde seus interesses em aprofundar a devastação ambiental por todo o globo e aumentar seus lucros nas disputas com o agronegócio brasileiro e com China e EUA.

Contra o ímpeto predatório do projeto burguês selvagem do qual Bolsonaro é representante e que teve seu caminho aberto pela conciliação dos governos petistas com o agronegócio e em resposta à demagogia imperialista do G7, essa aguda crise ecológica revela a irracionalidade capitalista aos olhos do mundo. Por isso, no lugar de convocar o Exército e aprofundar a repressão contra os povos indígenas e as populações que sofrem com a expansão do latifúndio, um verdadeiro plano imediato, em busca de “recursos”, passa pela suspensão de todos os repasses financeiros bilionários aos latifundiários e sua aplicação em planos de combate ao incêndio, reflorestamento e gestão das florestas.

Frente aos bilhões de dólares exportados anualmente em soja, milho e carne às custas de devastação ambiental e humana, é preciso levantar uma campanha pela estatização sem indenização de todas traders e seus bilionários recursos financeiros, logísticos e tecnológicos. A posse dessas empresas implicaria em um monopólio estatal do comércio da soja, permitindo que essas riquezas não sirvam apenas a um punhado de imperialistas e latifundiários. Uma empresa estatal, controlada pelos trabalhadores, permitiria o uso das mais modernas tecnologias, hoje empregadas para o lucro e a devastação, para o desenvolvimento humano e de outro metabolismo, orgânico com a natureza e todos povos tradicionais e originários.

Esses recursos sob controle dos trabalhadores permitiriam criar institutos de pesquisa junto de cientistas e populações da região para concretizar novas relações entre os seres humanos e destes com a natureza.

Um programa como esse pode ser imposto apenas pela força da classe trabalhadora em aliança com a juventude, que hoje se indignam com a ameaça ao futuro.

 
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