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BOLSONARO E MACRI
Bolsonaro faz apelo para apoio de empresários a Macri contra fracasso nas eleições argentinas
Redação

Nessa quarta (21) em Brasília, num evento organizado pela indústria siderúrgica, o Congresso Aço Brasil, Jair Bolsonaro apelou aos empresários presentes a sua ajuda para eleger Macri e derrotar a chapa peronista-kirchnerista nas próximas eleições presidenciais na Argentina.

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Para uma grande plateia de empresários Bolsonaro disse que está apoiando “discretamente” o candidato da direita Argentina para evitar o retorno da “velha esquerda” ao poder no país vizinho: “Não estamos apoiando o Macri. Nós queremos é que aquela velha esquerda não volte ao poder. E se o caminho for apoiar o Macri, que seja o apoio ao Macri, como eu tenho discretamente feito e apelado a todos”.
Esse não é o primeiro ataque de Bolsonaro à chapa de Alberto Fernandéz e Cristina Kirchner. Quando do resultado das prévias, ele reagiu imediatamente em discurso no Rio Grande do Sul alarmando que o estado se tornaria uma “nova Roraima”, em referência ao estado do Norte que faz fronteira com a Venezuela. Ainda nessa segunda (19), o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em entrevista para o jornal conservador argentino El Clarín, afirmou que o Brasil poderia fechar as fronteiras com a Argentina caso o governo peronista “fechasse a economia”, numa referência a uma possível mudança ou recuo do país vizinho na concretização do acordo de livre comércio assinado com a União Europeia.

Embora analistas da imprensa pontuem que as declarações do presidente não ajudam o principal candidato da direita, Bolsonaro está sendo sincero em seu apoio incondicional à Macri. Quando o macrismo derrotou o kirchnerismo nas urnas em 2015, o novo presidente argentino foi visto como a renovação liberal e de direita no continente sul-americano, dando fim a uma conjuntura de décadas de hegemonia de governos pós-neoliberais, como os de Chávez, Lula, Kirchner, Correa e Evo Morales na região. No entanto, as prévias das últimas semanas revelaram, ainda que de forma confusa, o descontentamento popular com quatro anos de um governo marcado por ajustes, retiradas de direitos da classe trabalhadora e aumento de impostos para os mais pobres. O resultado dessa velha receita pró-patronal e vendida como “modernizadora” resultou no aumento da pobreza e do desemprego, em paralisações gerais pontuais dos trabalhadores contra as medidas do governo e numa maior subordinação do país aos ditames do imperialismo, com mais um acordo de resgate financeiro ao FMI para “salvar” a economia em crise.

Para a grande imprensa, o problema não está na receita, mas no “gradualismo” aplicado por Macri para a execução das reformas estruturais pró-patronais, as mesmas que vivemos aqui no Brasil desde a consolidação do golpe de 2016. Só que no caso argentino, o mesmo programa de reformas venceu nas urnas e por elas foi derrotado. O que aumenta a preocupação não só de Bolsonaro, mas de toda a burguesia continental. Não à toa Bolsonaro apelou aos industriais do aço para enfrentar esse tocante, pois a derrota de Macri é a derrota do programa de Bolsonaro e do golpe. O conjunto de reformas que visam tirar recursos de áreas sociais e dos salários dos trabalhadores para pagar a dívida pública criminosa contraída com banqueiros e empresários, para além das privatizações, não obteve o apoio popular na Argentina e esse cenário pode se criar aqui no Brasil, apesar de que o “voto-castigo” contra os ataques da direita e do empresariado guardem ainda suas ilusões no peronismo-kirchnerismo, fração política que se diz de esquerda, mas que tem na sua base de governo os mesmos governadores peronistas de direita que votaram junto com Macri pela aprovação das reformas pró-patronais e que já garantiu ao imperialismo o pagamento da dívida contraída com o FMI, que inclui ataques aos direitos e ao bolso das trabalhadoras e trabalhadores argentinos.

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As eleições presidenciais na Argentina acontecerão no dia 27 de outubro, tendo como favorita a chapa peronista-kirchnerista, como os números das prévias recentes revelaram, no entanto, a esquerda trotskista se tornou a quarta força nacional e dando um exemplo internacional à esquerda socialista, na chapa Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade, e para conhecer mais sobre esse fenômeno, leia aqui.

 
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