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ELEIÇÕES ARGENTINAS
Para socorrer Macri, Bolsonaro apela dizendo que RS poderá se tornar Roraima
Redação

Na manhã desta segunda-feira, 12, Bolsonaro declarou em um discurso cheio de ódio e xenofobia, que a depender do resultado das eleições argentinas – isto é, se seu favorito Macri não vencer -, o Rio Grande do Sul, estado fronteiriço, pode se tornar “um novo estado de Roraima”.

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Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou que o Rio Grande do Sul pode se tornar “um novo estado de Roraima”, se o resultado das eleições prévias realizadas ontem na Argentina se confirmar na votação final em outubro.

“Não se esqueçam da Argentina, o que aconteceu nas eleições de ontem. A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma de Dilma Rousseff, [Nicolás] Maduro, [Hugo] Chávez e Fidel Castro, deu sinal de vida aqui. Povo gaúcho, se essa ’esquerdalha’ voltar na Argentina nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul um novo estado de Roraima e não queremos isso: irmãos argentinos fugindo pra cá, tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso essas eleições realizadas ontem se confirmem agora no mês de outubro”, declarou Bolsonaro em Pelotas, no RS.

O estado de Roraima faz fronteira com a Venezuela e nos últimos períodos veio recebendo intenso fluxo de imigrantes, o que causou conflitos e casos de xenofobia, os quais Bolsonaro e seu governo foram e são coniventes ou diretamente apoiam. O exército brasileiro está em Roraima há meses em “missão humanitária”, tendo sido decretado intervenção federal sob este estado, e em episódios de ataques violentos aos imigrantes venezuelanos, simplesmente não interviu. Bolsonaro desde antes de ser eleito presidente, declarava que sua política é contra fronteiras abertas, querendo expulsar imigrantes ou fazendo declarações nefastas sobre criação de um campo de concentração para refugiados no estado de Roraima.

Mas por trás desse discurso raivoso, há uma enorme tensão sobre os resultados dessas eleições primárias. Bolsonaro, mas também, toda a direita latino-americana que veio se fortalecendo nos últimos anos, encontrou um importante limite que comprova que ainda não foram capazes de se consolidar. Para Bolsonaro, filho ilegítimo do golpe institucional de 2016, a reconhecida derrota nestas eleições primárias argentinas de seu aliado estratégico Mauricio Macri é um importante freio e abre muitas incertezas.

Justamente porque o mal resultado de Macri é uma expressão das urnas de um descontentamento com os seus planos de austeridade, com seus ajustes e entregas nacionais exigidos pelo FMI. Algo muito parecido com os objetivos de Bolsonaro.

Os trabalhadores brasileiros e a juventude precisam repudiar as declarações de Bolsonaro, cheias de ódio e xenofobia, e denunciar as políticas de Bolsonaro para os imigrantes, demonstrando seu alinhamento e obediência com as medidas e ataques xenófobos do governo Trump nos Estados Unidos. Mas também precisam olhar com atenção as eleições argentinas, para entender porque é algo tão caro a Bolsonaro a derrota de Macri e porque o Kirchnerismo não representa uma alternativa também.

A chapa kirchnerista ter conseguido com o “voto-castigo” uma ampla maioria nestas eleições prévias é uma importante expressão de reprovação dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre deste projeto entreguista da direita latino-americana, que é extremamente servil ao imperialismo norte-americano. Todavia, a chapa vencedora tampouco oferece alguma alternativa a este projeto de descarregar a crise econômica nas costas dos trabalhadores, isto porque, se propõem seguir pagando a fraudulenta dívida pública e garantir os interesses do mercado financeiro contra as prioridades do povo trabalhador.

A única alternativa a este projeto, foi a chapa Frente de Esquerda e dos Trabalhadores Unidade que arrancou 700 mil votos, conseguindo superar o filtro eleitoral e estará nas eleições oficiais defendendo o rompimento com o FMI e o não pagamento da dívida pública para que sejam os capitalistas a pagarem pela crise.

 
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