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ELEIÇÕES ARGENTINA
Pablito: "A batalha eleitoral da esquerda na Argentina nos fortalece aqui no Brasil"
Redação

Entrevistamos Marcello Pablito, dirigente nacional do MRT e trabalhador do restaurante universitário da USP, sobre o cenário das eleições prévias na Argentina, e sua importância para o Brasil.

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Entrevistamos Marcello Pablito, dirigente nacional do MRT e trabalhador do restaurante universitário da USP, sobre o cenário das eleições prévias na Argentina, e sua importância para o Brasil.

Sobre as eleições prévias na Argentina e seu panorama, Pablito disse que "As eleições prévias na Argentina são um marco político importante para a esquerda na América Latina. Especialmente tendo em vista a polarização política e social que atravessa o subcontinente, à luz da agressividade do imperialismo norte-americano, de um lado (com a ofensiva golpista de Trump na Venezuela, sua parceria com Bolsonaro no Brasil), e por outro a crescente busca da China por espaços de investimento no Cone Sul, dois países que se encontram em rota de colisão na guerra comercial. A Argentina está hoje sob as garras do FMI, que constrange a economia nacional para que o governo que vencer as presidenciais em outubro aplique enormes ajustes contra o povo trabalhador, em troca de empréstimos para o pagamento da dívida pública aos especuladores internacionais. Em suma, transformar a Argentina numa nova Grécia. Bolsonaro, seguindo as ordens de seu amo Trump, já faz campanha a favor de Mauricio Macri. Macri travou o acordo de submissão com o FMI, e é o candidato favorito dos mercados. A chapa de Cristina Kirchner, encabeçada pelo direitista Alberto Fernández, diz ser ’oposição’, mas já disse querer simplesmente renegociar os prazos do acordo com o FMI, e seguir ajustando o povo em favor do pagamento da fraudulenta dívida pública. Não é alternativa nenhuma à direita. Nesse marco, a única alternativa de esquerda é a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - Unidade (FIT-U), em cuja chapa presidencial figuram Nicolás Del Cãno, dirigente nacional do PTS, e Romina Del Plá, do PO, que defende a ruptura com FMI, o não pagamento da dívida pública, e que os capitalistas paguem pela crise".

Sobre a FIT-U, Pablito disse que, "A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - Unidade é a mais importante frente político-eleitoral de independência de classe no mundo hoje, e é encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas, a organização irmã do MRT na Argentina. Além do PTS como principal força, a FIT-U é composta pelo Partido Obrero (PO) e a Izquierda Socialista (IS), na qual também participa o Movimento Socialista dos Trabalhadores (MST), o PSTU argentino, e outras forças da esquerda que se reivindicam anticapitalistas e socialistas. Tem 40 legisladores nacionais, entre deputados federais, estaduais e vereadores, e uma força que só cresceu de 2011 a 2019, chegando a obter 1,2 milhão de votos. Nessa situação em que a burguesia argentina vem por tudo, para rebaixar os salários e condições de vida da classe trabalhadora a níveis brasileiros ou mexicanos, a FIT-U mostra que está onde sempre esteve: junto à classe trabalhadora, com um programa de independência de classe frente a todas as variantes patronais e burocráticas, como o kirchnerismo. É a única força política que se propõe romper com o FMI e os banqueiros internacionais, abolindo o pagamento da dívida pública e exigindo a estatização sem indenização de todos os serviços estratégicos, colocando-os sob administração dos trabalhadores e gestão popular. Ou seja, tem influência sobre setores de massas de trabalhadores, mulheres e jovens, sem renunciar a um programa anticapitalista e socialista; pelo contrário, esse programa é seu principal motor. Os parlamentares do PTS recebem o mesmo salário que uma professora, e doam o restante para as lutas sociais; ademais, atuam segundo os princípios do parlamentarismo revolucionário, utilizando suas bancadas para fortalecer e impulsionar a luta de classes extraparlamentar, inspirados na melhor tradição do marxismo revolucionário do século XX. Mas não pára por aí. A FIT-U tem a especificidade de estar fundada numa força militante sólida, estruturada em centenas de locais de trabalho e estudo, como fábricas, empresas, universidades, escolas, no setor de serviços. Não se trata, portanto, de uma esquerda midiática, como o Syriza na Grécia e o Podemos no Estado espanhol, que com seu programa reformista terminaram num fracasso rotundo. Especialmente em função da militância do PTS no movimento operário, no movimento de mulheres e na juventude, a FIT-U pode se tornar uma importante alavanca para a construção de um partido revolucionário com influência de massas no país vizinho, um acontecimento que teria importância latino-americana e mundial".

Ato de encerramento da campanha da FIT-U em Buenos Aires

Veja também: Argentina: Frente de Esquerda Unidade encerrou sua campanha militante para as eleições primárias

Pablito concluiu dizendo que, "Um bom resultado da FIT-U nas eleições prévias argentinas é uma mensagem clara aos patrões, banqueiros e latifundiários, assim como para o FMI: os trabalhadores querem frear os ajustes do próximo governo, e não vão aceitar calados os ataques. Esta batalha eleitoral da esquerda argentina, que fez uma campanha militante por todo o país, fortalece nossa luta contra Bolsonaro e a extrema direita no Brasil. Damos todo o nosso apoio aos nossos irmãos de classe na Argentina, que lutam contra os ataques, e estamos lado a lado com a FIT-U".

 
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