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Trabalhadores e juventude unidos no 13A: é preciso superar a burocracia sindical e tomar as ruas.
Nossa Classe - Educação

No dia 13 de agosto uma série de atos estão sendo convocados pelo país no chamando de "greve geral pela educação", em protesto ao tenebroso projeto Future-se, anunciado há poucas semanas e já em plena execução. As centrais sindicais aderiram ao chamado e dizem ser também contra a reforma da previdência, que acaba de ser aprovada no 2º turno da câmara, mas sem nenhum plano de luta sério para derrota-la.

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Esta greve acontecerá em um momento crítico com o governo aprovando a reforma da previdência com folga, com Bolsonaro vociferando todo o seu ódio contra o povo pobre, a juventude e as minorias sociais para manter mobilizada a sua base social, e com Sérgio Moro intensificando o autoritarismo judiciário através da portaria 666, que permite deportar estrangeiros, ameaçando com isso Glenn Greenwald. A juventude já mostrou sua disposição de luta no primeiro semestre, que se refletiu em atos massivos contra os corte na educação, e é preciso que os professores se unam a esse setor para construir um plano de lutas sério, superando o imobilismo da burocracia sindical que ainda aposta em deslocar o eixo da luta para a disputa parlamentar.

Bolsonaro segue radicalizando o discurso da direita mais reacionária, atacando a memória daqueles que foram mortos e torturados pela ditadura militar, reivindicando o massacre nos presídios do Pará, intensificando os ataques a Amazônia e aos povos indígenas, de modo a tentar manter a sua base reacionária permanentemente mobilizada. Do outro lado, Marcelo Freixo senta com Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment da Dilma, para ter uma conversa amigável e mostrar que uma parte da esquerda está disposta a conciliar com o inconciliável. É preciso denunciar que o sangue da população preta e pobre, dos indígenas, dos LGBTs está correndo, e que o golpe institucional empurrou o país para uma barbárie social ainda maior. Uma esquerda que não consegue radicalizar o seu discurso neste momento serve apenas para pavimentar o caminho de tudo o que há de mais reacionário no Brasil.

Enquanto o sindicalismo como um todo segue apostando em deslocar no eixo da luta para a disputa parlamentar, a despeito de todos os sinais de que essa estratégia não funcionará para derrotar os ataques do governo, os podres poderes seguem conduzindo os ataques e se fortalecendo. No Rio de Janeiro o governador Witzel segue aplicando um programa de militarização da educação com a face sorridente de Pedro Fernandes a frente. Enquanto o filho de Rosa Fernandes usa a secretaria de educação para fortalecer a sua imagem junto as comunidades escolares, o SEPE, o maior sindicato da educação no estado, permanece patinando em uma ação sindical impotente sem construir na base da categoria os dias nacionais de luta, apostando cada vez mais na judicialização de todas as pautas, e afastando cada vez mais a base da categoria.

Uma parte da esquerda deposita sua expectativa nos vazamentos do intercept de Glenn Greenwald, como se eles por si só pudessem causar uma crise interna capaz de derrubar a lava-jato e o seu governo, aguardando um vazamento a conta gotas. É preciso que fique claro que tanto a tática parlamentar quanto a denuncia ao autoritarismo judiciário só podem ser efetivos se tiverem como objetivo potencializar a ação na luta de classes. Tomemos como exemplo nosso vizinho, a Argentina, onde o movimento operário em conjunto com o movimento estudantil conseguiu montar uma frente de esquerda, para potencializar a luta de classes e que agora consegue promover uma campanha fortalece a resistência contra o imperialismo durante as eleições burguesas.

No primeiro semestre de 2019, o único setor que conseguiu conduzir uma luta consequente contra os ataques do governo foram os estudantes ao protestarem em massa contra os cortes no orçamento das Universidades Federais, fortalecendo inclusive os atos convocados pelas direções sindicais dos movimentos de professores. Os dias 15 e 30 e a paralisação nacional do 14 de julho junto aos trabalhadores contra a reforma da previdência mostram o potencial que tem a força da juventude junto aos trabalhadores para barrar os ataques.

No Rio de Janeiro não foi diferente, e mesmo com o SEPE não construindo com o conjunto da categoria essas mobilizações um grande contingente da juventude nas ruas motivou os professores a comparecerem. Por isso é preciso superar a apatia das direções sindicais e construir um plano de lutas em conjunto sério, com todos aqueles que trabalham nas escolas e a juventude que está sendo tão atacada pelo governo em todas as suas instâncias. É preciso que professores e estudantes unidos tomem as ruas no 13 de Agosto, para que este seja um forte dia de luta e não apenas uma data no calendário dos burocratas. E que a partir daí a possa nascer um plano de lutas sério, construído a partir da base e capaz de por em xeque todos os ataques de Bolsonaro, dos golpistas e do judiciário autoritário e racista.

 
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