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GOVERNO BOLSONARO
Bolsonaro quer o filho embaixador para bajular Trump e se alinhar ainda mais à sua política imperialista
Redação
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Foto: Reprodução/Twitter

Nesta quinta, 11, Bolsonaro confirmou que indicará seu filho Eduardo para assumir a embaixada americana. Enquanto os críticos da decisão, incluída a esquerda, têm concentrado forças para questionar a viabilidade jurídica e que o terceiro filho não tem formação diplomática, Eduardo Bolsonaro tem dado mostras de seu vasto currículo para a bajulação das políticas imperialistas de Trump e sua avidez por aprofundar essa habilidade servil oficialmente através do cargo do Itamaraty.

A decisão de Jair Bolsonaro, ainda não oficializada, de nomear para a embaixada dos EUA seu filho Eduardo foi recebida com agitada discussão no Itamaraty, no Congresso e também no Supremo Tribunal Federal. Na superfície as polêmicas se dão em torno da acusação de nepotismo, feita por membros da oposição, com a concordância do decano do STF, Marco Aurélio Mello. Também argumentam pela institucionalidade por conta da nomeação ferir o princípio da impessoalidade para o cargo em questão. Mas, indo além desse elástico e controverso âmbito jurídico, o que devemos nos perguntar é qual o objetivo do governo Bolsonaro em relação à política externa e as relações com o principal país imperialista do mundo. E, mais, devemos nos lembrar que a direção dos EUA nas mãos de Trump trazem um tipo particular de política à cena.

A respeito do cacife de Eduardo Bolsonaro para assumir o posto em discussão é preciso lembrar que, seguindo a orientação político-ideológica de extrema direita de seu pai, seus dotes são mais que atraentes a Trump, pautados num servilismo exemplar e que beira ao ridículo pelo nível de bajulação. Eduardo apoia as políticas ofensivas anti imigrantes trumpistas e incentiva-as, como fez com seus pronunciamentos em favor do muro xenófobo na fronteira com México, na defesa das prisões e deportações, todas políticas que levam à imagem do horror, como a recente morte dos salvadorenhos Óscar e sua bebê Valeria que tentavam passar a fronteira pelo Rio Grande. O terceiro filho de Bolsonaro tem atuado ao longo dos últimos seis meses como um chanceler não oficial, junto ao obscurantista Ernesto de Araújo, indicado por Olavo de Carvalho ao Itamaraty e aprovado pelo clã Bolsonaro. Além do recente apoio ao Acordo Mercosul-UE, que abre as portas aos grandes empresários europeus e fragiliza as relações comerciais do ponto de vista brasileiro, também as posições pró intervenção golpista norte-americana na crise venezuelana, defesa do Estado sionista de Israel e aclamação a ditadores compõem seu currículo reacionário. Isso sem delongar sobre suas bandeiras no plano nacional estritamente, como a recente defesa do trabalho infantil, a defesa de assassinato deliberado à juventude negra e aos métodos de tortura lecionados por um dos mais vis ditadores brasileiros, Brilhante Ustra, também ídolo de seu pai e que estampa sua camiseta. Agora, no plano internacional, ele quer sair das sombras e assumir o protagonismo na propaganda das ideias do governo Bolsonaro.

Mas um diplomata tem como missão mais do que a representação, é de sua responsabilidade acordos políticos de magnitude, que podem delinear impactos sociais e econômicos. No caso, munido dessa ideologia reacionária, Eduardo poderá, se assumir como embaixador, ser o canal direto do clã com os interesses cobiçosos dos EUA sobre o Brasil. Uma parte desses interesses seio sendo agraciada desde o golpe institucional de 2016, com os imensos ataques levados adiante contra os trabalhadores, como a Reforma Trabalhista, a Lei da terceirização irrestrita e o teto de gastos, que visam ampliar as condições de exploração dos trabalhadores, abrir caminho aos grandes empresários internacionais e pagar a fraudulenta dívida pública. Neste momento outro grande ataque está avançando a passos largos no Congresso, a Reforma da Previdência, que reduzirá a quase 0 as condições de aposentadoria da maioria dos trabalhadores e pobres brasileiros.

Essa Reforma se combina às políticas de entrega dos nossos recursos naturais e ao enfraquecimento deliberado das empresas estatais em prol da competição favorável às sanguessugas imperialistas. Esse é o conteúdo levado no bolso por Eduardo Bolsonaro em sua espera para a breve ocupação do posto de embaixador. E para que possa fazê-lo livremente, os políticos governistas chegaram ao absurdo de propor à aprovação uma PEC para que não perca seu mandato como Deputado no período de exercício desse segundo cargo.

Contra a política servil a Trump e os interesses dos grandes capitalistas internacionais, da qual Eduardo quer ser o legítimo representante de braços dados com seu pai, Guedes e também com aliados (às vezes mais, às vezes menos em relação a outras questões) golpistas no Congresso e Judiciário, nós jovens, trabalhadores e pobres desse país devemos nos aliar com um programa claramente anti imperialista, começando pela revogação de todas as medidas de Temer e a luta contra a aprovação Reforma da Previdência. Basta de retirar o sangue dos trabalhadores para garantir o pagamento da ilegítima dívida pública, enquanto os banqueiros, grandes magnatas industriais e até mesmos as grandes igrejas recebem isenções bilionárias ou são isentos de pagar suas gigantes dívidas com o Estado, que por si só garantiriam muitas décadas de previdência digna aos brasileiros. Para isso é preciso que a esquerda, em especial o PSOL, deixe de lado sua atuação passiva e meramente parlamentar-jurídica. É preciso exigir das grandes centrais sindicais e entidades estudantis petistas, que tem um largo alcance, que rompam sua passividade e organizem um plano de lutas real em cada local de trabalho e estudo. Só organizados e com mobilizações efetivas podemos derrotar esse governo pró imperialista de extrema direita.

 
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