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28 de Setembro DIA LATINO AMERICANO E CARIBENHO PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Construir a luta pela legalização do aborto e barrar o assassinato de milhares de mulheres
Rita Frau Cardia
Babi Dellatorre
Trabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

O número de abortos clandestinos nos países latino americanos e caribenhos é enorme. Dados oficiais: quase 1 milhão de brasileiras todos os anos. Mas é ainda mais terrível o número de mulheres que morrem por complicações nesse procedimento que poderia ser muito simples e seguro.

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1 em cada 5 brasileiras já realizou ou realizará um aborto

Os motivos que levam as mulheres à essa opção são variados. Falta de condições de sustento, medo de perder o emprego, porque pensam em se separar do marido, porque é uma gravidez de risco ou fruto de estupro, porque não é o momento. As mulheres que decidem abortar são nossas mães, nossas amigas, primas, vizinhas, colegas de trabalho, alunas, são católicas, evangélicas, não tem religião.

Só no Brasil, 1 mulher morre a cada 2 dias por complicações nos abortos

De todas essas mulheres e por todas essas razões, as que tem mais chances de morrer são as mais pobres, em particular as negras que estão nos trabalhos mais precários, pois não podem pagar um alto custo para realizar o aborto em condições seguras. Além do risco de morrer imposto pela clandestinidade, as mulheres estão sob a mira do Estado e da polícia já que o aborto é crime no Brasil.

A hipocrisia do Estado e o direito à maternidade

O Estado determina suas regras sobre as vidas das mulheres, impondo a maternidade como única escolha, mas não garante as condições sociais fundamentais para levar adiante a maternidade. Não temos direito à creche pública, direito à licença maternidade de 1 anos para todas as trabalhadoras, sejam efetivas ou terceirizadas, somos as que ocupamos os postos de trabalho mais precários, o sistema de saúde público no Brasil está cada vez mais precário.

Nem com o governo Dilma, nem com a direita para arrancar o direito ao aborto

De um lado estão setores da direita e reacionários como Eduardo Cunha, Marco Feliciano, Jair Bolsonaro e outros tentam passar projetos de lei que só aumentam a violência contra as mulheres e os LGBT e retiram seus direitos. São contra a legalização do aborto e estão junto com os patrões para atacar a classe trabalhadora, as mulheres e os LGBT. De outro, Dilma faz de tudo para defender seu governo dizendo que Cunha e outros são golpistas, mas é em aliança com estes setores que aplicam os ataques. Para ser consequente com esta luta o movimento de mulheres, como a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), deve romper com o governo Dilma que mente para as mulheres junto com o PT, pois nesses 5 anos de governo segue calada diante de tantas mortes por abortos clandestinos.

Construir uma forte campanha nos locais de trabalho e estudos e tomar às ruas

É fundamental que o movimento de mulheres e direito humanos construa uma forte campanha na base das categorias de trabalhadores, nas universidades e escolas. É tarefa das Secretarias de mulheres dos sindicatos, das centrais sindicais como CSP-Conlutas, Intersindicais, e entidades estudantis como Anel, levarem adiante esta campanha, para que saia do papel e se torne um forte movimento em defesa da aprovação do projeto de lei apresentado pelo deputado federal (PSOL-RJ) Jean Wyllys.

O Pão e Rosas votou em seu Encontro de Mulheres e LGBT, no dia 29 de agosto, entre várias campanhas, impulsionar a campanha pela legalização do aborto, que sempre demos muita centralidade. Vamos organizar junto com trabalhadoras e estudantes atividades nos locais de trabalho e estudos, e nas entidades estudantis e sindicatos que fazemos parte, como na Secretaria de mulheres do Sintusp, pois só poderemos avançar e tornar esta luta forte se debatermos entre a classe trabalhadora para que ela tome para si esta demanda e fortalecer um grande movimento no país pela educação sexual e pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito.

 
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