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EDUCAÇÃO RS
Magistério gaúcho sangra há 43 meses com salários atrasados e 102% de defasagem
Redação Rio Grande do Sul

Os professores e funcionários das escolas estaduais no RS adoecem e se mantém com ajuda de parentes. Todo final de mês sofrem com a conta estourando o cheque especial sem saber se o Banrisul vai liberar o empréstimo de antecipação do salário atrasado. Para muitos educadores o salário que entra já é totalmente consumido pelo banco. Há 43 meses pagando juros exorbitantes por conta de uma crise que se descarrega sobre o funcionalismo público. Tudo isso somado ao fato de que não há reajustes desde 2014, com a defasagem do salário chegando a quase 102%.

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Ao mesmo tempo o governo do estado gasta milhares de reais em propaganda em horário nobre na RBS para privatizar as estatais gaúchas. Mantém também isenções bilionárias e faz vistas grossas para a também bilionária sonegação dos grandes empresários gaúchos.

Há também a escandalosa e desumana política para com os trabalhadores contratados da educação, que não podem ficar doentes sendo demitidos após 15 dias de laudo médico. Nas escolas a cobrança só aumenta para cima dos professores, que estão esgotados de trabalhar até 60 horas semanais tendo que se dividir entre 3 escolas muitas vezes.

A última assembleia geral da categoria foi em 12 de abril, em que se deliberou paralisar as atividades no dia seguinte do não pagamento do salário. Já se passou maio, junho e agora estamos entrando em julho, tempo mais do que suficiente para percebermos que o governador Eduardo Leite mentiu em campanha (o que nós do esquerda diário já vinhamos denunciando nas eleições), que não respeita a educação e além disso pouco se importa com os contratados que em alguns casos estão com câncer e não tem como pagar o tratamento particular.

Enquanto PT e PCdoB negociam nosso futuro com Maia, o judiciário e Bolsonaro em Brasília, o CPERS, dirigido por pessoas desses partidos se mantém em silêncio. Em 2017 os professores iniciaram uma greve muito importante contra a vontade da burocracia da direção do sindicato, e para evitar qualquer fenômeno deste tipo votaram esta paralisação de um dia por mês nesse ano, que se constituem como dias de paralisação passivos e inócuos, não construindo paralisações ativas com atos massivos, somente parando as escolas para "despressurizar" a categoria. Se o CPERS mantiver essa postura, Leite pode tranquilamente continuar atrasando os salários todos os meses até 2022. A solução que o CPERS propõe é essa de desgastar Leite visando uma saída eleitoral em 2022, enquanto os professores sangram por mais 4 anos?

A direção do CPERS sequer chamou assembleia para fortalecer a paralisação do dia 14J, na mesma linha traidora das centrais que negociam nosso futuro em Brasília. É preciso unificar os trabalhadores em educação com as demais categorias de trabalhadores do país, para golpear com um só punho os ataques de Bolsonaro e Leite. Assim como se aliar com os estudantes que já demonstraram nos dias 15 e 30 de maio que têm disposição para se enfrentar com os cortes e com a reforma da previdência.

É preciso exigir da direção do CPERS um plano de luta consistente que se construa desde cada escola. Assembleias de base em cada local de trabalho, para que se possa chamar uma assembleia geral que atenda as necessidades imediatas da categoria. Exigir também das centrais sindicais como a CUT e a CTB um plano que envolva toda a classe trabalhadora nacionalmente contra a Reforma da Previdência, que atinge em cheio os professores.

Somente um sindicato forte, organizado pela base, superando a burocracia, é que pode impor um plano de luta para nos levar à vitória. Assim como é necessária a ampla mobilização dos trabalhadores em todo o país para impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise, levando a frente um programa anticapitalista que seja levado até suas últimas consequências por uma educação pública e de qualidade e com dignidade para professores e funcionários da educação.

 
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