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DESEMPREGO NA JUVENTUDE
"A gente não pode escolher segundo nosso currículo. Tem que pegar qualquer vaga"
Redação
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"A gente não pode escolher segundo nosso currículo. Tem que pegar qualquer vaga". É o que contou a jovem carioca Thaysa dos Santos para a reportagem do jornal A Folha de S. Paulo enquanto aguardava na fila de uma agência de empregos. Assim como milhões de jovens pelo país que acordam todos os dias em busca de uma oportunidade de vender sua força de trabalho e conseguir sobreviver, Thaysa está disposta a encarar qualquer coisa.

O desemprego hoje no Brasil é uma das facetas mais cruéis da crise enconômica que abala o país. São 13 milhões de desempregados, dentre os quais a maioria são mulheres e jovens. Com uma taxa que cresce a cada ano, a porcentagem de brasileiros desempregados chegou a 12,3%.

O sonho de ter a carteira de trabalho assinada e ter acesso aos mínimos direitos trabalhistas tem se tornado cada vez mais distante desde o golpe institucional, das eleições manipuladas pelo judiciário que levaram a vitória de Bolsonaro. Para a juventude é quase um sonho impossível ter emprego e direitos, como o próprio presidente já havia colocado. Somos destinados a entregar nossas vidas ao trabalho informal enquanto grandes empresas multinacionais lucram as nossas custas.

É visível o aumento de jovens trabalhando pela cidade em bicicletas de aplicativos de delivery, pedalando durante horas sem nenhum tipo de garantia, vale ou segurança.

Com os cortes na educação pública, que dificultam ainda mais o acesso ao ensino superior e degradam as condições já ultra precárias do ensino básico, as perspectivas gerais de futuro fazem parte de um cenário tomado pela reforma da previdência que nos fará trabalhar até a morte.

É nesse cenário de desemprego, cortes e reforma que acontecerá na próxima semana o 57° congresso da União Nacional dos Estudantes, o CONUNE. Uma reunião de milhares de jovens de todo o país que poderia ser um marco na conjuntura política nacional, um espaço aonde poderiamos organizar nosso ódio contra os capitalistas que nos tiram a cada dia nosso direito ao futuro. No entanto, a direção majoritária da UNE composta pelo PcdoB, PT e Levante popular da juventude, tem tido uma política de tornar o espaço algo passivo, rotineiro e despolitizado. Muitos estudantes sequer sabem da existência do congresso e a juventude trabalhadora ficará de fora, já que acontecerá durante a semana. Em consonância com a política de seus partidos a nível nacional, que na figura de seus governadores no nordeste já se colocaram a disposição para negociar a reforma da previdência de Bolsonaro ( e inclusive de batalhar para que seus estados e municípios estejam inclusos nela), tais partidos servem como um freio para a juventude que se levantou no mês de maio em defesa da educação pública, e servem também como uma barreira para que a juventude se unifique com a classe trabalhadora, como fizeram na preparação para a paralisação nacional no dia 14 de junho. A direção minoritária da UNE por sua vez, composta pelo PSOL, PCB e PCR se cala frente a essa política da majoritária, fazendo tímidas críticas ao burocratismo da UJS (União da Juventude Socialista) sem no entanto questionar o papel de freio que cumprem nas universidades e nos locais de trabalho através dos sindicatos que dirigem. Em consonância por sua vez – no que diz respeito ao PSOL , com a política que levam no parlamento de aliança com PT, e também de aliança com outros partidos, alguns burgueses e golpistas, como o REDE de Marina Silva, ou até o PSDB, com quem Boulos se reuniu às vésperas do dia 14 de junho.

Qual a saída para crise? Qual papel poderia ter o Congresso da UNE?

É preciso apresentar uma saída de fundo à crise econômica de destrói o futuro da juventude e é a serviço desse objetivo que o congresso da maior entidade estudantil do país deveria estar.

Nós, do Esquerda Diário, da juventude marxista Faísca e do grupo de mulheres Pão e Rosas, participaremos do Congresso como forma de construir uma voz anti-capitalista e independente da burocracia. Não fomos nós que criamos essa crise econômica e se é assim, porque somos nós que temos que pagá-la? Lutamos por uma saída para que sejam os capitalistas a pagar pela crise que eles mesmos criaram, e não a juventude, as mulheres e os trabalhadores.

Bolsonaro diz que para acabar com o desemprego é necessária a aprovação da reforma da previdência. Que para que possamos ter o direito a sermos explorados, precisamos aceitar trabalhar até morrer. Mas sabemos que enquanto diz isso, segue destinando trilhões para os grandes bancos internacionais como Goldman Sachs e Merryl Lynch com o pagamento da dívida pública.

Porque queremos defender nosso direito a vida, nos colocamos contra o pagamento dessa dívida ilegal, ilegitima e fraudulenta.

Para que todos tenham o direito de trabalhar, é necessário repartir as horas de trabalho entre empregados e desempregados e diminuir a jornada de trabalho sem redução salarial. Só assim poderemos atacar o lucro dos grandes capitalistas que querem empregos precários com menores salários.

Estas são algumas das ideias defenderemos no maior congresso estudantil do país. Chamamos a todos os jovens que se indignam com a situação calamitosa que nos encontramos, e que se opõe a todos os ataques deste governo ultra reacionário, a darem essa batalha conosco.

 
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