Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara Federal, e Wellington Dias (PT), governador do Piauí

Nesta segunda-feira, 17, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), participou de uma palestra sobre a Reforma da Previdência em São Paulo, promovida pelo canal de TV Bandnews. Ao longo de sua fala, declarou que esta semana irá se reunir com Camilo Santana, governador do Ceará e membro do Partido dos Trabalhadores (PT) para negociar e aprovar a entrada de estados e municípios no projeto da reforma que vem para acabar com nosso direito ao futuro: “Amanhã vou a Fortaleza para me reunir com alguns governadores do Nordeste e vamos tentar um comprometimento dos governadores para reintroduzir estados e municípios na reforma”.

Esta emenda é fruto de uma carta produzida e assinada por governadores supostamente de “oposição”, do PT, PCdoB e PSB do Nordeste. A carta, publicada uma semana antes da greve geral chamada para 14 de junho contra a reforma da previdência, demonstra o apoio total dos governadores do Nordeste à reforma, declarando que “Todos reconhecem a necessidade das reformas da previdência, tributária, política, e também da revisão do pacto federativo (...). Entendemos, além disso, que a retirada dos estados da reforma e tratamentos diferenciados para outras categorias profissionais representam o abandono da questão previdenciária à própria sorte, como se o problema não fosse de todo o Brasil e de todos os brasileiros”.

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Fica evidente não só o apoio dos governadores do PT à reforma, como a proposta de incluir estados e municípios no projeto da reforma da previdência que vai nos fazer trabalhar até morrer. Até mesmo Bolsonaro reivindicou esses governadores pró-reforma.

É absurdo que governadores que se dizem de oposição ao atual governo e seu projeto de país, compactuem com a vontade dos capitalistas de descarregar a crise em nossas costas, cortando investimento e orçamentos estaduais, da educação e da aposentadoria. Nas últimas semanas estes mesmos governadores deixaram muito claro como não tem intenção nenhuma de derrotar a reforma e os demais ataques do reacionário governo Bolsonaro, pelo contrário, nos estados que governam, ameaçam de fechamento as universidades estaduais, como é o caso de Wellington Dias (PT-Piauí) e Rui Costa (PT-Bahia) que chegaram a reprimir docentes e servidores, cortando seus salários.

O mesmo partido que tais governadores fazem parte, o PT, é quem dirige uma das maiores centrais sindicais do país, a CUT, cujo presidente declarou sobre a greve geral do dia 14 de junho ser um “dia de ficar em casa”, deixando claro como a mobilização dos trabalhadores, aliado à juventude e estudantes – que demonstraram sua força nos dias 15M e 30M defendendo a educação pública – não tem relevância, pois o que importa e interessa a eles são as negociações em jogo.

Pois não precisamos de nenhuma reforma da previdência. Basta de atacarem nossos direitos mínimos e básicos a custo de manter os lucros e privilégios de uns poucos empresários, banqueiros e políticos. É preciso impor o não pagamento da fraudulenta dívida pública, uma verdadeira bolsa-banqueiro que constrange o orçamento nacional em função da especulação de banqueiros bilionários, garantindo o repasse da maior parte do orçamento público para a manutenção do lucro dos grandes empresários e banqueiros. Basta de acordos, nossas vidas não estão em negociação!