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30M
Que as centrais rompam as negociações com Maia e o pacto com Bolsonaro e STF: unir a juventude e os trabalhadores rumo a 14J
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
Felipe Guarnieri
Diretor do Sindicato dos Metroviarios de SP
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Após o dia 15 de maio, dia em que mais de 1 milhão de estudantes e professores em todo o país saíram às ruas para lutar contra os cortes de verba na educação, proposto pelo ministro Abraham Weintraub, a UNE, pressionada pelas ruas, convocou para este dia 30 novas manifestações em todo o país, com paralisação das atividades em universidades e institutos federais. O 30M poderia ter superado o protesto do dia 26 em defesa do governo Bolsonaro, não fosse pela política divisionista da UNE.

O 30M, em cidades como São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, referendou a demonstração contundente do dia 15: há forças para derrotar os ataques de Bolsonaro. Bolsonaro, Maia e Toffoli se reuniram em um animado “brunch” no Palácio do Planalto e colocaram à mesa um "pacto pelas reformas neoliberais" para, juntos, eliminarem as aposentadorias de milhões de trabalhadores com a Reforma da Previdência, além de alavancar a autoritária e sanguinária “Lei Anti-Crime” de Moro e outras reacionárias medidas.

Para derrotar estes ataques neoliberais, é preciso distinguir nossos adversários e nossos aliados. Com tamanha força nas ruas, porque as direções sindicais como a CUT e a CTB (nem falar da Força Sindical e da UGT), assim como a UNE, continuam negociando nosso futuro com nossos inimigos?

A política da UGT, que dirige rodoviários em distintas capitais, é de apoio à reforma da previdência de Bolsonaro. A Força Sindical, através de Paulinho, confessou já no Dia Internacional dos Trabalhadores que buscava apenas "desidratar" a reforma bolsonarista, porque alegadamente "não havia força nas ruas" para derrotar a reforma. Uma mentira deslavada, como o mês de maio comprovou. A CUT e a CTB (dirigidas pelo PT e o PCdoB, respectivamente) não manifestaram nada que contradissesse a Força Sindical. O que os une é a negociação com Rodrigo Maia, para que, em troca do silêncio contra a reforma da previdência, se revogue a MP873 que altera a forma da contribuição sindical. O STF, com decisão de Cármen Lúcia, "disciplinou" a burocracia sindical: revogou o acórdão do TRT-4 que autorizava desconto sindical obrigatório e direto na folha de pagamento do trabalhador.

Estão negociando descaradamente a reforma da previdência pelas nossas costas, enquanto jovens e trabalhadores mostram nas ruas que não vão aceitar os ataques do governo. As centrais precisam romper essa negociação com nossos inimigos, e organizar nas bases a mais contundente demonstração de forças contra a reforma da previdência no 14J. Para isso, precisamos tomar a greve geral em nossas mãos.

Essas entidades são dirigidas por partidos políticos que também estão no Congresso Nacional e buscam negociar nossos direitos em troca de seus privilégios. A CUT é dirigida pelo PT que, apesar do discurso no parlamento contra a reforma da previdência de Bolsonaro, tem seus quatro governadores do Nordeste favoráveis a uma reforma da previdência própria (todos os 4: Rui Costa da BA, Fátima Bezerra do RN, Camilo Santana do CE, Wellington Dias do PI). Tanto assim que Bolsonaro faz campanha pela destruição previdenciária dando o exemplo do PT. A CTB, outra grande central sindical, é dirigida pelo PCdoB que apoiou Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, simplesmente o principal articulador da reforma da previdência no congresso e que como mostra esse artigo é contra os trabalhadores. A UNE por sua vez é dirigida pela juventude desses partidos (Juventude do PT e UJS) e cumpre o mesmo papel no movimento estudantil.

Veja aqui: Bolsonaro faz propaganda pela reforma da previdência, apoiando-se na política do PT

O recado que temos que dar é claro: nosso futuro não está em negociação e a educação não pode ser moeda de troca pela Reforma. Nossa luta deve ser uma só: contra os cortes de Bolsonaro e todos os que querem pactuar a Reforma da Previdência. Para isso, é necessário tomar a construção da greve geral do dia 14 de junho nas nossas mãos e construir em cada local de estudo e trabalho uma mobilização intensa que seja capaz de derrotar o plano de ataques neoliberais.

A crise econômica no país vai se arrastando e alastrando e a cada dia fica mais claro que não haverá crescimento econômico nem emprego, mesmo com a reforma da previdência, o que haverá é o sacrifício dos trabalhadores e de todos direitos sociais, entre eles o da educação, ou sacrifício dos lucros dos capitalistas.

É para essa perspectiva que batalhamos como Esquerda Diário e MRT, e esta situação só reforça a necessidade de urgentemente tirar das mãos das burocracias o controle das mobilizações, e é neste sentido que insistimos no chamado ao PSOL a colocar sua projeção superestrutural e as entidades que dirige (em especial na educação) a serviço dessa batalha, no terreno da luta de classes, ao invés de seguir apostando em buscar “frentes políticas”, como agora faz até mesmo com o PSDB, e na coexistência pacífica com as burocracias sindicais e estudantis (especialmente a CUT, a CTB, e a UNE).

Não precisamos da reforma da previdência: é preciso fazer com que os capitalistas paguem pela crise. Que os grandes empresários e banqueiros paguem os R$450 bilhões que devem à Previdência Social; ademais, ao contrário de abolir as aposentadorias de milhões, é necessário impor o não pagamento da dívida pública, uma fraude ilegítima que atua como mecanismo de submissão estrutural do país aos especuladores estrangeiros.

A resposta frente à crise exige um programa anticapitalista e anti-imperialista, que lute pelo não pagamento da dívida pública ilegal, ilegítima e fraudulenta que é um verdadeiro roubos dos empresários imperialistas contra os trabalhadores e a população.

 
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