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PREPARAÇÃO PARA 14J
Tomar a greve geral em nossas mãos: contra o pacto de Bolsonaro, Centrão e STF pela reforma da previdência
Redação
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Bolsonaro, o Rodrigo Maia e o Centrão, o STF, a mídia, a bolsa de valores estão todos unidos quando o assunto é que os milhões de pessoas morram trabalhando e percam suas aposentadorias. Tentam chegar a um pacto pelas reformas neoliberais: em primeiro lugar, pela destruição da previdência. Estão unidos quando se trata de desviar ainda mais recursos do país para os bolsos dos donos da dívida pública, ilegal, ilegítima e fraudulenta. São "inimigos do povo", usando a figura de Ibsen. O autoritarismo judiciário, no que toca o STF, tem em Dias Toffoli um aliado de honra de Bolsonaro na pressão pela reforma da previdência e os ataques aos sindicatos.

Essa união deles para nos atacar acontece em meio a repetidas crises entre o governo e o Congresso e diversas outras alas do regime político. Temos uma oportunidade de derrotá-los. Para isso precisamos tomar em nossas mãos a greve geral do 14J.

Apoiado na força do 15M, a primeira grande aparição da luta de classes no cenário nacional desde o início do governo, este dia 30 - ainda que controlado pela burocracia estudantil da UNE, que trabalhou junto às burocracias sindicais para separar estudantes e trabalhadores - terminou tendo importante peso para preparar a greve geral do dia 14 de junho.

Para derrotar os cortes à educação e a reforma da previdência, precisamos superar cada limite e obstáculo colocado pelas direções dos sindicatos e do movimento de massas para dar uma categórica demonstração de forças no dia 14 de junho.

Faz anos que o noticiário é tomado por uma nuvem pesada chamada reforma da previdência. Dia após dia tentam nos convencer que sem ela haveria o caos, e que após ela estaríamos na terra da fartura, do leite e do mel. Já haviam prometido o mesmo com a lei do teto de gastos (também conhecida como PEC da morte) e com a reforma trabalhista. Nada disso se viu. A economia aprofunda sua estagnação, multiplicaram-se as demissões e o desemprego é imenso: são 13 milhões de desempregados, e 30 milhões de subempregados.

O mesmo vai acontecer com a reforma da previdência caso consigam aprová-la. Nada vai melhorar na economia. A única coisa que vai mudar é que cada trabalhador labutará até a morte.

O potencial que o 15M mostrou assustou Bolsonaro e a burguesia. Foi por isso que começaram todos a se movimentar mais e por isso que conseguiram chegar num acordo – provisório – para garantir sua unidade em prol da reforma da previdência.

O potencial da luta da juventude junto com a grande insatisfação em cada local de trabalho é o que aponta para a possibilidade de derrotar todos os ataques. Essa unidade é o que pode derrotar os cortes na educação, derrotar a reforma da previdência.

Podemos e devemos fazer da greve geral do dia 14 de junho um contundente passo para organizar um plano de luta que derrube efetivamente cada um dos ataques. Para isso nós trabalhadores só podemos confiar em nossas próprias forças.

Não será das mãos do judiciário ou de negociações com o Congresso que daremos resposta à reforma da previdência, aos cortes na educação, nem muito menos à crise no país em meio as disputas de diferentes autoritarismos, vistam ele toga, farda, sejam campeões de robôs no twitter ou usem a tribuna parlamentar. A classe trabalhadora junto a juventude precisa dar uma resposta independente.

Não podemos deixar nossa luta nas mãos de burocracias que negociam nosso futuro

Este caminho de independência de classe e organização de um plano efetivo para golpear o pacto "pró-reformas" entre Bolsonaro-Maia-Toffoli é diretamente o oposto do que organizam as principais direções do movimento de massas. A UNE fez de tudo para que os atos e paralisações deste 30M fossem separados da luta contra a reforma da previdência, e para completar sua obra divisionista mal construíram esta manifestação. O mesmo vale para a CUT que não quis organizar paralisações no dia de hoje, sequer em sindicatos que dirigem, como os da educação, nem falar nunca cogitaram adiantar a greve geral para este dia, fazendo confluir as lutas e poder dar um só golpe na burguesia.

A política dessas direções não é fortuita. É resultado direto do que fazem as correntes que dirigem a CUT e a UNE: o PT e PCdoB, respectivamente. Enquanto a burocracia sindical neoliberal da UGT e da Força Sindical diretamente apoiam a Reforma de Bolsonaro ou pretendem somente "esvaziá-la" mas deixando-a acontecer, o PT e PCdoB se declaram contrários mas colocam seus governadores do Nordeste para assinar um manifesto em prol de uma reforma da previdência e ao mesmo tempo atacam quem luta pela educação, cortando o ponto de grevistas, como faz o PT na Bahia e no Piauí. O PCdoB de Flávio Dino do Maranhão, além de assinar o mesmo manifesto ainda trava mil e uma negociações com seu aliado histórico, Rodrigo Maia, peça crucial da Reforma da Previdência e do pacto de Bolsonaro. E o que dizer de figuras como Tábata Amaral, do PDT de Ciro Gomes? Não só quer aprovar sua versão da reforma da previdência, após reuniões com Maia e Guedes, mas diz que "tem faculdades e universidades que dá pra cortar mais que outras".

É preciso exigir que essas direções rompam suas negociações com Bolsonaro, Maia e o STF sobre o tamanho do ataque contra nós. Tomemos em nossas mãos a luta unificada contra os ataques à educação e a reforma da previdência, numa frente única para a ação que possa barrar estes ataques. A partir daí, avançar na luta por nossas demandas, avançando num programa para que sejam os capitalistas que paguem pela crise, com o não pagamento da dívida pública e outras medidas de fundo que estejam à altura de uma resposta operária e popular para que a crise seja paga por aqueles que a criaram.

É por essa perspectiva que batalhamos como MRT e Esquerda Diário, e esta situação só reforça a necessidade de urgentemente tirar das mãos das burocracias o controle das mobilizações. É neste sentido que insistimos no chamado ao PSOL a colocar sua projeção superestrututal e as entidades que dirige (em especial na educação) a serviço dessa batalha, no terreno da luta de classes, ao invés de seguir apostando em buscar “frentes políticas”, como agora faz até mesmo com o PSDB, e na coexistência pacífica com as burocracias sindicais e estudantis (especialmente a CUT, a CTB, e a UNE).

 
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