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CRISE NO GOVERNO
Desaprovação do governo atinge 36,2% e supera pela primeira vez a taxa de aprovação de Bolsonaro
Redação

O descontentamento com o governo atinge os mais altos índices nesses primeiros 5 meses e é preciso apontar uma alternativa independente e anticapitalistas dos trabalhadores.

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Apesar da espécie de “lua de mel” que Bolsonaro conseguiu obter entre uma parcela considerável de eleitores com a promessa demagógica de que ele seria a mudança e de que ele combateria a “velha política”, uma boa parte da população começa a enxergar que Bolsonaro se elegeu para implementar brutais ataques aos trabalhadores e demais setores populares da sociedade. A consequência disso é de que a desaprovação do atual governo superou pela primeira vez a aprovação, batendo 36,2% dos que consideram Bolsonaro péssimo ou ruim, contra os atuais 28,6% dos que consideram ótimo ou bom de acordo com a pesquisa realizada pela consultoria Atlas Político.

A queda da popularidade do governo vem nos marcos das denúncias de candidaturas laranjas do PSL, os escândalos de seu envolvimento e de seu filho, Flávio Bolsonaro, com milicianos do Rio de Janeiro. Mas o aumento contínuo nos índices de desemprego do país, chegando aos alarmantes 13,4 milhões, a impopularidade da reforma da previdência no conjunto da população e o desgaste gerado pelas manifestações do dia 15/05 contra os cortes na educação tem sido fator chave nos últimos dias para o descontentamento com Bolsonaro.

51,5% da população se coloca contra os cortes na educação que atinge 30% de todo orçamento não obrigatório das universidades. Ainda que o governo mantenha uma base social (Segundo a análise fica evidente que a maior conversão foi de regular para ruim ou péssimo, enquanto a redução da aprovação do governo caiu bem menos. Isso mostra a manutenção de um núcleo duro bolsonarista) para poder fazer sua chantagem em relação aos cortes e a necessidade da aprovação da reforma da previdência (MEC declarou que para reverter os cortes da educação a população deveria aceitar sim ou sim a reforma), que marcou manifestações pró-Bolsonaro para o dia 26/05, podemos observar que o dia 15 que colocou mais de um milhão nas ruas em todo país aumentou a tensão em relação ao governo que teve que apresentar uma resposta.

Frente a esse cenário temos observado nos últimos dias também um movimento do “centrão” da casta política e da oposição encabeçada pelo PT de aproveitar o desgaste do Governo para o isolar da pauta da reforma da previdência que pode ser comprometida caso a impopularidade da medida passe a também se expressar nas ruas em manifestações massivas. O reflexo disso é a tentativa de levar adianta uma reforma da previdência “desidratada”, sem os pontos mais impopulares da proposta por Guedes-Bolsonaro, mas que ainda sim significa descarregar a crise nas costas dos trabalhadores, os fazendo trabalhar até morrer para seguir pagando a fraude da Dívida Pública.

O PT e o PCdoB apostam que o Governo “cairá por conta”, se utilizando desse desgaste para justificar a política de separação da luta contra a reforma da previdência a paralisação chamada pela UNE pra esse dia 30 contra os cortes na educação. Política essa disseminada através das centrais sindicais que dirigem (CUT e CTB) marcando uma greve geral para o dia 14/06 enquanto negociam essa tal de reforma “desidratada”. Isso fica evidente quando, apesar da verborragia da “oposição” com a reforma proposta pelo governo, os 4 governadores do PT no Nordeste (Rui Costa da BA, Fátima Bezerra do RN, Camilo Santana do CE, Wellington Dias do PI) já declararam serem a favor de uma reforma “melhorada”, enquanto o PCdoB apoiou Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, principal articular da reforma da previdência no Congresso.

Vale ressaltar o absurdo da demagogia do PT inclusive na “luta em defesa da educação”. Ao mesmo tempo que buscam usar a indignação com os cortes do MEC expressa no dia 15 para acelerar o desgaste de Bolsonaro, o governador da Bahia, Rui Costa (PT) declarou nessa segunda feira ser favorável a cobrança de mensalidade em universidades públicas. Isso mostra que por trás dos discursos de oposição, nos lugares onde governa sua política é de aplicar ataques neoliberais em troca de ajuda fiscal para seus Estados, seja avançando na sua própria reforma da previdência, seja em relação ao orçamento da educação pública.

As manifestações do dia 15 que colocaram mais de 1 milhão nas ruas foram uma importante demonstração de força contra as medidas do Governo, mas não podemos ficar reféns da política do PT e do PCdoB para que consigamos impor uma alternativa onde não sejam os trabalhadores que paguem pela crise capitalista com as suas vidas. A juventude desses partidos compõe a direção majoritária da UNE (UJS e Juventude do PT) e em seu chamado para o dia 30 nada falam sobre a luta contra a reforma da previdência, enquanto na divisão de tarefas a CUT e a CTB marcam uma greve geral apenas para o longínquo dia 14/06.

As centrais sindicais precisam antecipar a greve geral para o dia 30, unificando a luta dos estudantes e dos trabalhadores por se tratar de uma só luta contra um projeto de ataques para precarizar as condições de vida dos trabalhadores e da população para atender aos interesses do mercado financeiro internacional e dos grandes banqueiros e empresários imperialistas. Não podemos aceitar que nossa luta seja desviada para um projeto neoliberal “alternativo” que o PT vem buscando costurar em sua “oposição parlamentar” à Bolsonaro.

É hora de tomar os rumos da luta em nossas mãos, exigindo das centrais sindicais a antecipação da greve geral para o dia 30 e que seja conformado um comando nacional de delegados eleitos pela base das assembleias de cada local de trabalho e estudo do país para coordenar a luta de maneira democrática contra os cortes na educação e qualquer reforma da previdência, dando poder de decisão nas mãos dos trabalhadores e estudantes.

Assim como é preciso responder a crise atacando o lucro dos capitalistas, defendendo medidas como o não pagamento da dívida pública, que anualmente constrange o orçamento federal com uma espécie de “bolsa banqueiro” enquanto esses devem mais de 450 Bilhões ao sistema previdenciário, estatizando sob controle dos trabalhadores todas as universidades privadas que endividam a juventude e o fim do vestibular para que os trabalhadores e toda juventude que queira possam ingressar no ensino superior e colocar todo conhecimento produzido à serviço de melhorar as condições de vida e trabalho do conjunto da população fazendo com que os capitalistas paguem pela crise.

 
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