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#15M
Para um verdadeiro #TsunamiDaEducação é urgente uma coordenação nacional com delegados eleitos nas universidades
Redação

Para avançar a luta contra os cortes e a reforma da previdência, é urgente uma coordenação nacional com delegados eleitos nas universidades. Essa força pode ajudar a organizar a luta dos trabalhadores para juntos derrotarmos a reforma da previdência e os cortes na educação. A UNE, ao invés disso, separa os estudantes entre si, e colabora com as burocracias sindicais em dividir estudantes e trabalhadores.

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De norte a sul do país universidades e escolas amanheceram em greve. Jovens, professores e trabalhadores levaram as aulas e sua indignação às ruas. Com força as manifestações chamam a atenção em várias cidades, e, apesar dos esforços da mídia, deixam muito claro como se trata de uma luta não somente contra os cortes de Bolsonaro e Weintraub à educação mas também contra a reforma da previdência.

Essa luta tem força para avançar para barrar todos cortes na educação mas também para derrotar a reforma da Previdência se ela se coordenar com os trabalhadores.

É isso que é necessário para que o #tsunami vença. Para vencer precisamos de uma coordenação nacional, democrática e consequente com o movimento. A UNE, ao invés disso, separa os estudantes entre si, e colabora com as burocracias sindicais em dividir estudantes e trabalhadores.

Bolsonaro e companhia tentam chantagear com a educação e com nosso futuro. Dizem que se a Reforma da Previdência for aprovada haverá dinheiro para educação. Também dizem que se houver a reforma, ou seja, se trabalharmos até morrer, o país vai crescer. As duas coisas são mentiras. Já prometeram que acabando com os limites à terceirização haveria emprego, já prometeram que se houvesse reforma trabalhista também. Nada disso vemos: o desemprego aumenta e atinge quase 14 milhões de pessoas, com novas projeções de queda da economia e retração do PIB no primeiro trimestre de 2019. Ou seja, são desculpas e mentiras para aumentar a exploração dos trabalhadores e para liberar mais e mais recursos, seja da educação, seja das aposentadorias aos bilionários donos da criminosa e crescente dívida pública brasileira.

Não podemos cair nessa chantagem. A luta deve ser uma só. Uma luta pelo nosso futuro. Pelo direito à aposentadoria mas também o direito ao estudo, à pesquisa.

Precisamos de um comando nacional que reúna as universidades em luta, uma coordenação nacional com delegados eleitos pela base, que discutam e decidam cada passo do combate, que deve unir indissociavelmente a batalha contra os cortes e contra a reforma da previdência.

Não podemos deixar nossa luta nas mãos das burocracias, sindicais e estudantis, que não querem a unificação de trabalhadores e estudantes e que separam a luta contra os cortes na educação da batalha contra a reforma da previdência. Por isso, é urgente construir um comando único nacional de delegados eleitos nas assembleias de base, começando pelo movimento estudantil que está na linha de frente da mobilização, exigindo da UNE que garanta sua convocação imediatamente. Isso é fundamental para unificarmos o movimento estudantil com os trabalhadores de todos os setores e ramos da produção. Fazemos um chamado ao PSOL, que até agora se absteve de dar luta política contras as burocracias sindicais do PT e do PCdoB, para que coloque as entidades estudantis e sindicais que dirige a serviço dessa batalha, usando inclusive seu peso parlamentar e de figuras como Guilherme Boulos para fortalecer nossa luta.

Que cada assembleia de curso, em todas as universidades, opine quando e como parar depois de hoje e ativamente coordene a luta dos estudantes com os trabalhadores. Que elejam seus representantes por assembleia, e que as universidades se coordenem nacionalmente através dos representantes eleitos nas assembleias gerais.

Esta é a melhor maneira para que o movimento avance democraticamente, e o conjunto dos estudantes possam decidir tudo, inclusive questionar alguns dos pilares do sistema educativo superior: num momento como esse, por que não exigir a estatização de todas as universidades privadas - que estão lucrando com os cortes na educação feitas por Bolsonaro e Weintraub! - e o fim do vestibular, para que todos os trabalhadores e jovens possam cursar gratuitamente o ensino superior público?

Não há tempo a perder, precisamos de uma coordenação nacional com delegados eleitos de cada universidade, para democraticamente decidir os rumos do movimento.

Aqueles que nos querem dividir, e como impedi-los

Aqueles que querem nos dividir são os falsos amigos tanto da educação quanto dos direitos dos trabalhadores. Deputados e deputadas como Tabata Amaral (PDT-SP) se dizem contra os cortes da educação, mas são favoráveis à reforma da previdência. Fazendo isso, atuam para ajudar Bolsonaro na manobra de usar a educação de chantagem.

Outros como o PCdoB, que é o partido que dirige burocraticamente a UNE faz mais de 3 décadas, se diz contra as duas medidas, mas atua sistematicamente para separar os temas e fazer da luta de hoje uma luta somente “contra os cortes”, isolando-a da reforma da previdência. Essa separação não é um detalhe para esse partido já que ele apoiou Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, ou seja, ajudou a empossar quem é um dos maiores inimigos do direito a se aposentar.

E também seu partido governa o Maranhão, e Flavio Dino, o governador, assinou memorando junto a outros governadores do nordeste – em sua maioria do PT – defendendo fazer uma reforma da previdência, ligeiramente modificada em relação a de Bolsonaro, mas que também nos retire direitos.

Veja aqui: A reforma da previdência que os governadores do PT apoiam e a trégua ao governo Bolsonaro

Com a manobra dos governadores do nordeste, que negociam com Guedes, Maia, e Bolsonaro uma mudança na reforma da Previdência, mas a aceitam, fica claríssimo o duplo discurso do PT. No parlamento e nas universidades se dizem contra a reforma mas na prática, onde governam, a aceitam e querem. E para completar seu trabalho divisionista, através da CUT separam a luta da educação da luta contra a reforma, impedindo que o dia de hoje fosse um dia de greves em todo o país. Querem que os estudantes e professores lutem separados do resto da classe trabalhadora e assim ajudam a que se mantenham tanto os cortes quanto a reforma da previdência.

Nos dias de hoje estão em jogo nosso futuro, nos estudos, no trabalho, na aposentadoria. Bolsonaro e os empresários querem trucidar nosso futuro para enriquecer os donos da dívida. Nessa batalha somos nós ou eles. Façamos que sejam eles, os capitalistas que paguem pela crise!

 
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