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CENSURA | ESCOLA SEM PARTIDO
"Aluna" que filmou aula e perseguiu professora é Secretária Geral do PSL de Itapeva
Redação

A "estudante" que filmou a aula em que professora faz críticas a Olavo de Carvalho, Tamires de Paula, é fundadora do Direita Itapeva e Secretária Geral do PSL na cidade. Ela ainda ameaçou a professora dizendo que filmaria todas as suas aulas para expor na internet

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Neste domingo (28), Jair Bolsonaro compartilhou em seu twitter um vídeo absurdo, gravado por uma “estudante” de cursinho que filmou a aula de uma professora que criticava o “guro” ideológico do Clã Bolsonaro.

Depois se descobriu que a “aluna” que filmou a aula em questão ocupa o cargo de Secretária Geral do PSL na cidade de Itapeva, no Estado de São Paulo. Tamires de Paula, que segundo seu perfil online é também fundadora do Direita Itapeva, começou a filmar a aula do cursinho após a professora fazer críticas ao governo Bolsonaro, a Olavo de Carvalho e ao reacionário projeto Escola Sem Partido, que quer censurar professores da mesma forma que Tamires tentou com este vídeo.

A militante de direita ameaça a professora no vídeo, e ainda diz “todas as suas aulas eu vou gravar e expor na internet”, como forma de intimidar a professora, após ataca-la. Bolsonaro compartilhou o vídeo em seu Twitter com a legenda “professor tem que ensinar, não doutrinar”, dando o tom claro do seu combate a qualquer tipo de espaço para o livre pensamento dentro das escolas, cursinhos e universidades.

Veja aqui o post de Bolsonaro, e o absurdo ataque de Tamires à liberdade de expressão e ao livre pensamento:

Um dos pontos mais absurdos na perseguição as professoras e professores que consta no projeto do Escola Sem Partido é exatamente o paragrafo, adicionado ao projeto no início desse ano, que quer autorizar qualquer estudante de filmar um professor em aula como forma de “denunciar doutrinações”. O texto coloca que busca dar o “direito de gravar as aulas, afim de permitir a melhor absorção do conteúdo ministrado e de viabilizar o pleno exercício do direito dos pais ou responsáveis de ter ciência do processo pedagógico e avaliar a qualidade dos serviços prestados pela escola. Na prática, no entanto, configura-se como mais uma ferramenta para a perseguição e difamação de educadores acusados de “doutrinação” ideológica.

Vale lembrar, que o projeto não foi aprovado, e este paragrafo também não consta na lei. Mas mesmo assim, figuras famosas e militantes da direita e extrema-direita, sempre fomentam a perseguição de professores com filmagem de suas aulas. Recentemente um professor do Poliedro foi demitido após ter sua aula filmada enquanto fazia críticas ao governo.

É sabido também que o texto do Escola Sem Partido é tão ofensivo contra as professoras e professores exatamente por serem uma categoria que foi linha de frente de mobilizações contra ataques dos governos nos últimos anos, com destaque para a luta contra o Sampaprev em São Paulo, e as paralisações em MG, em 2018.

Também na semana passada, por ordem do governador João Dória, a Alesp decidiu abrir uma CPI para investigar as universidades estaduais, para avançar contra o que eles chamam de um espaço “dominado pela esquerda”. O ataque busca avançar tanto contra professores universitários quanto contra qualquer mobilização estudantil, e se soma à ofensiva aberta por Bolsonaro nesta última semana contra os cursos de humanas nas universidades.Jair Bolsonaro anunciou através do Twiiter o fim dos investimentos federais em faculdades de filosofia e ciências humanas, investimentos esses que serão “descentralizados” a fim “focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina”. Para ele, as universidades devem ensinar apenas a “contar e ler”. Uma declaração cinicamente explícita de que o projeto de educação de seu governo é transformar as gerações futuras em oferta de mão de obra barata, disciplinada e acrítica para ser explorada pelo imperialismo, que conduziu Bolsonaro ao poder e avança em sua tentativa de reversão neocolonial de toda a América Latina.

 
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