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TRAGÉDIA NO RJ
Morre a 24° vítima dos desabamentos em Muzema no Rio de Janeiro
Redação

O desabamento de dois prédios ocorrido no dia 12 de abril na Muzema, comunidade localizada no Itanhangá, na zona oeste do Rio de Janeiro, deixou mais uma vítima fatal. A morte de uma mulher de 35 anos que estava internada em estado grave foi confirmada na manhã desta segunda-feira (22).

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Com isso, sobe para 24 o número de vítimas dos desabamentos, sendo que dois feridos ainda permanecem hospitalizados. Ainda hoje ocorre na cidade o enterro de quatro pessoas da mesma família, vítimas da tragédia. O Corpo de Bombeiros anunciou ontem o fim das buscas nos escombros, após ter encontrado o corpo da última vítima considerada desaparecida.

Muzema foi um dos pontos mais afetados pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro neste mês, que atingiram níveis recordes entre os últimos 22 anos e deixaram dezenas de mortes na cidade. Uma tragédia capitalista anunciada, fruto do descaso público das autoridades como o prefeito Marcelo Crivella (PRB) que demonstra quais as prioridades de seu governo ao investir apenas 22% do orçamento público disponível para obras de controle de enchentes e contenção de encostas, ao mesmo tempo que, alinhado ao governador Wilson Witzel (PSC) e ao projeto político reacionário a nível nacional encabeçado por Bolsonaro, segue financiando a intervenção militar no Rio de Janeiro, que massacra a população pobre, negra e periférica – a exemplo dos 80 tiros no carro da família de Evaldo, trabalhador e pai de família executado pelo Exército no começo do mês.

Diante do escândalo gerado pelos desabamentos em Muzema, a prefeitura se limitou a anunciar a demolição de três outros prédios no condomínio ao lado dos que desabaram, situados em zona de risco e comercializados sem licença de construção. Em um comunicado nas redes sociais, Crivella isentou a prefeitura do Rio de qualquer responsabilidade sobre os desabamentos, dizendo “já havia notificado, tentou interditar, lançou multas, comunicou ao MP, mas, infelizmente, as obras continuaram". Por trás do discurso demagógico, e para além do anúncio na última sexta-feira (19) da prisão de três acusados (atualmente foragidos) de envolvimento nas construções que desabaram, existe a própria relação do poder estatal com as milícias que exercem influência sobre a região, coordenando a venda de imóveis irregulares. Investigações do Ministério Público apontam o major Ronald Paulo Pereira como chefe da milícia em Muzema, um dos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Os desabamentos em Muzema, a destruição de dezenas de vidas e famílias e o estado de caos na cidade não são tragédias pontuais geradas por catástrofes naturais, mas sim reflexo da negligência dos ricos e poderosos que controlam a política, permitem o fortalecimento das milícias locais sob a sua conivência e não têm interesse em implementar medidas reais para enfrentar a crise social instaurada no Rio de Janeiro. Já se sabe que quem paga por essa crise com a própria vida são as massas pobres e trabalhadoras. Se faz urgente um plano de obras públicas na cidade, gerenciado pelos trabalhadores e pela população das regiões afetadas pelos desastres anunciados e não prevenidos pelo poder público, colocando os recursos do Estado de fato a serviço da população.

 
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