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BANCOS LUCRANDO POPULAÇÃO SOFRENDO
Em meio à crise capitalista bancos alcançam taxas recordes de lucro e maior rentabilidade
Redação

Nessa última quinta-feira o Banco Central divulgou informações sobre a rentabilidade dos bancos brasileiros em 2018 escancarando o fato da crise seguir aprofundando a miséria e o caos social em troca de maiores lucros aos grandes capitalistas.

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Alcançando níveis pré-crise de rentabilidade, chegando aos 14,8%, o retorno sobre o patrimônio líquido do sistema bancário nacional analisado durante o fim do segundo semestre de 2018 manteve sua trajetória de aumento. Para além disso os bancos obtiveram um lucro líquido somado de 98,5 bilhões no ano passado sendo número recorde da série histórica começada em 1994.

Ao mesmo tempo em que lucram em nível recorde os grandes conglomerados bancários devem a soma de mais de R$ 124 bilhões de dívida com o INSS, de acordo com levantamento realizado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) em 2017. Isso enquanto o governo dá recorrentes declarações sobre como a reforma da previdência, um ataque brutal a vida dos trabalhadores e da juventude, salvará a economia do país querendo garantir que sejam os trabalhadores a pagarem um preço altíssimo pela crise e tranquilizando os grandes capitalistas do mercado financeiro.

Os bancos Itaú, Santander, Banco do Brasil e Bradesco todos terminaram o ano de 2018 com aumento dos lucros e a cobrança de juros de aproximadamente 300% em muitas linhas de crédito, ao mesmo tempo que os grandes conglomerados bancários no ano de 2018 detinham 78% de todas as operações de crédito realizadas por instituições financeiras.

Isso demonstra que as movimentações do capital financeiro tendem a se concentrar cada vez mais nas mãos dos grandes bancos que determinam o quanto vão ganhar através da cobrança de taxas de juros exorbitantes e recebendo isenções feitas pelo Estado através de negociatas com os políticos do regime, o “toma lá, dá cá”.

Frente a esse cenário impressionante crise continua a recair sobre os setores mais explorados e oprimidos da nossa sociedade. Os recentes casos no Estado do Rio de Janeiro sobre o assassinato de Evaldo Santos e do caos social fruto da chuva deixam claro que independente das disputas entre os setores dentro do regime para o projeto de país há um consenso: Descarregar a crise nos trabalhadores.

O desmantelamento do sistema previdenciário é pintado como a solução quase mágica para nossa economia, sendo que diversos economistas apontam para um cenário de nova recessão para o próximo período com o agravamento da guerra comercial entre a China e os EUA e um esfriamento no mercado internacional.

Mas assim como todas as medidas adotadas pelo governo nesses seus pouco mais de 100 dias essa também opera numa mesma chave de maior acumulação e concentração de capital cada vez mais nas mãos das empresas de países imperialistas que arrematam nos leilões de privatização que já são marca registrada do governo de Bolsonaro.

Após a aprovação e aprofundamento da reforma trabalhista vemos cada vez mais demissões em massa realizadas pelas patronais para “cortarem gastos” (por exemplo na Ford e na R.R. Donnelley) e o desemprego agora bate 13,1 milhões de pessoas, muito longe de cumprir sua promessa de campanha de “resolver a questão do desemprego no país” sua política só agravou ainda mais a situação que começa a ser sentida profundamente pela população.

Mesmo com as dívidas perdoadas dos bancos ao Estado os governos seguem se endividando com o mercado financeiro internacional, pagando uma dívida pública desde a ditadura militar que na verdade desde então só aumentou e é utilizada como principal mecanismo de subordinação da nossa economia aos países imperialistas (em especial dos EUA).

Sem nenhuma esperança que um governo do PT resolveria essa situação atacando o lucro dos banqueiros, afinal o próprio Lula não tem problema em dizer que se orgulha do fato de que em seu governo os bancos lucraram como nunca. Seus próprios governadores no Nordeste do país inclusive apoiam com algumas alterações a proposta de reforma da previdência de Bolsonaro, tendo o PT em 2003 também passado sua reforma.

Querendo se integrar cada vez mais a um regime em frangalhos o PT através da CUT e o PCdoB na CTB fomentam a paralisia dos trabalhadores e a passividade para não “afugentar” os setores “progressistas” da classe dominante e defendendo uma frente no parlamento com um programa que serve exclusivamente aos patrões.

É necessário portanto que essas grandes centrais sindicais rompam com sua paralisia frente aos ataques do governo e organizem assembleias, encontros estaduais com delegados eleitos pela base para culminar num plano de lutas contra a reforma da previdência e pela revogação de todos os ataques aprovados desde o golpe institucional em 2016.

Essa unificação da classe só pode ser imposta com um combate em cada local de trabalho e estudo para formar frações com uma política anticapitalista que desmascare o papel das burocracias e levante um programa e uma estratégia de independência de classe com o centro sendo a auto organização de trabalhadores e estudantes como sujeitos políticos, e não a crença em poucos e bons parlamentares que fazem a política para seus próprios interesses.

Essa frente unificada da classe trabalhadora contra os ataques dos capitalistas tem que apontar para um programa de ruptura com esse sistema em que a cada crise gera mais miséria e sofrimento. Defender o não pagamento da dívida pública, que nos governos do PT foi paga religiosamente, é uma das medidas mais emergenciais para romper com a subordinação da nossa economia à dos países imperialistas.

Exigindo que todos os bancos e empresas paguem suas dívidas ao Estado e se unifique todo o sistema bancário estatal e gerido pelos trabalhadores para proteger a economia da fuga de capitais e dos eventuais boicotes se utilizando do monopólio do comércio exterior pelo Estado sob a perspectiva de um governo operário para garantir que sejam os capitalistas a pagarem pela crise que eles mesmo criaram.

 
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