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CAMPANHA SALARIAL METRÔ-SP
Na onda da Reforma da Previdência de Bolsonaro, Doria e Metrô-Sp querem atacar metroviários
Redação
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Na semana passada, assistimos a um show de farpas trocadas entre o presidente da câmara, Rodrigo Maia, e o chefe do executivo, Jair Bolsonaro, que exigiu a articulação da burguesia e seu capital financeiro para apaziguar os ânimos e concentrar forças no principal ataque que nos querem inferir, a Reforma da Previdência. Neste ponto, Maia e Bolsonaro dão as mãos e mostram que acima de qualquer desavença está o projeto comum deles como representantes dos patrões e capitalistas – que devem mais de 450 bilhões para a previdência - de acabar com a aposentadoria de milhões de trabalhadores.

É neste marco de grande ataque contra os trabalhadores que o Metrô de São Paulo encaminhou aos sindicatos sua proposta absurda e cheia de ataques para a campanha salarial deste ano. Mostra que está junto com Doria, Bolsonaro, Maia e empresários não somente para implementar a Reforma da Previdência, mas também para aplicar a Reforma Trabalhista e descarregar a crise sobre nossas costas, o que na prática vai avançar para aumentar ainda mais a precarização dos transportes públicos que já vem avançando com a privatização, passagens caríssimas e o sufoco cotidiano frente a superlotação.

A proposta do Metrô de São Paulo pra campanha salarial não traz ajuste salarial, mudam o valor do adicional noturno de 50% para 20%, defendem o fim do adicional de risco de vida aos seguranças, querem acabar com o Plano de Saúde, imposição de intervalo de almoço nas áreas operacionais contra o acordo coletivo - o que na prática significa fazer os metroviários trabalharem de uma hora a uma hora e meia a mais, sem nenhum adicional por isso. Na negociação, a empresa segue intransigente sem querer ceder em nada.

A empresa está buscando impor essa proposta se apoiando no fato de que "estamos passando por uma conjuntura de crise econômica", onde a empresa passa por crise orçamentária e que a proposta está no marco de garantir o seu equilíbrio financeiro. O engraçado é que a empresa e o governo não consideraram esses mesmos elementos ao entregar a linha 15 a preço de banana e com garantia dos lucros para a CCR. Nota-se que os critérios são diametralmente opostos na hora de entregar a empresa para a iniciativa privada e na hora de responder às demandas dos trabalhadores.

É evidente que não se trata de um ataque isolado a uma categoria, se trata de um ataque que é parte da política privatista estadual de Doria, em consonância com Bolsonaro, para fazer com que nós paguemos pela crise dos capitalistas.

Por isso, é tão escandaloso que as centrais sindicais sigam em trégua com o governo. A mesma trégua que levaram CTB e CUT a frente do sindicato dos metroviários, a suspenderem a última mobilização na categoria pela readmissão do operador de Trem Joaquim José e contra o ataque a jornada de trabalho de 36 horas, que levou posteriormente à privatização da linha 15 sem nenhuma resistência. A cúpula das principais centrais centra suas ações na negociação com Rodrigo Maia, dizendo que o mesmo presidente do Congresso, que já declarou que qualquer trabalhador pode trabalhar até os 80 anos, está "disposto a ouvir os trabalhadores” (como declarou Juruna dirigente da Força Sindical). Confiam em Maia a tarefa de anular a recém decretada Medida Provisória (MP), que prevê um ataque brutal ao funcionamento dos sindicatos ao não permitir desconto em folha de pagamento da contribuição sindical (voluntária e individual definida em assembleia). Ao contrário do que defende Paulinho da Força, anular a MP de Bolsonaro não pode ser uma moeda de troca para rifar o direito a previdência dos trabalhadores.

Vale lembrar que essa mesma estratégia, levada à frente pela burocracia sindical em 2017, permitiu a aprovação da reforma trabalhista no congresso nacional. Estão dispostos mais uma vez a rifar os direitos dos trabalhadores, em troca de manter seus privilégios e localização no regime. Por isso, seguem sem organizar nenhuma resistência, deixando categorias como professores, que no último dia 22/03 mostraram sua disposição de luta, isoladas.

A CTB e CUT devem romper imediatamente a trégua com o governo, convocando assembleias de base e propondo um plano de luta sério que construa efetivamente uma paralisação nacional contra a Reforma da Previdência e os ataques do Bolsonaro e Doria, unificado com as demais categorias. Ao mesmo tempo, os setores da esquerda, como os parlamentares do PSOL e a CSP-Conlutas não podem seguir coniventes com essa estratégia da burocracia, pois na prática cobrem pela esquerda uma política traidora das principais centrais, como se a unidade para derrotar os ataques saísse das reuniões de cúpula, e não da mobilização na base das categorias.

Veja abaixo as exigências dos metroviários nessa campanha sindical:

• Não à terceirização e à privatização, com a revogação das privatizações das Linhas 4, 5, 15 e 17, e a garantia da retomada das obras da Linha 6, 17 e 18 com operação estatal.

• Reajuste salarial de 4,32% mais 19,1% de produtividade.

• Reajuste de 19,1% para o VR e VA R$ 726,81.

• Readmissão do OTM II Joaquim José e nenhuma retaliação decorrente do acidente na Linha 15.

• Não à terceirização das bilheterias.

• Defender a venda de bilhetes, inclusive Bilhete Único (B.U), pelos OTM’s1. Treinamento completo para todos os OTMs’1.

• Equiparação Salarial.

• Plano de Carreira da GMT, GLG e Administração, bem como o Plano de Carreira Unificado da GOP.

• Retorno do pagamento nos dias 15 e 30 de cada mês e do adiantamento do décimo terceiro no mês de janeiro.

• PR igual para todos.

• Risco de Vida de 30% para todos que trabalham em contato direto com os usuários.

 
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