Bolsonaro parte de suas premissas reacionárias e relativistas da repressão brutal ocorrida no contexto da Ditadura Militar contra a classe trabalhadora e todos os que tombaram no seu enfrentamento para não reconhecer que houve um golpe em 64 ou mesmo uma ditadura em seu caráter autoritário.
Não à toa, o presidente que já defendeu a tortura e homenageou um dos maiores torturadores durante a ditadura e que chefiava o DOI-Codi, o Coronel Brilhante Ustra, trata a transição democrática, como se não houvesse nenhuma contrapartida violenta por parte dos militares, sendo que, segunda a Comissão da Verdade, houve, no mínimo, 434 mortes e desaparecimentos políticos, além de incontáveis prisões e torturas cometidas por esse regime.
“Não houve golpe militar em 1964 "
Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura (30 de julho de 2018)
"Temos de conhecer a verdade. Não quer dizer que foi uma maravilha, não foi uma maravilha regime nenhum. Qual casamento é uma maravilha? De vez em quando tem um probleminha, é coisa rara um casal não ter um problema, tá certo? [...] E onde você viu uma ditadura entregar pra oposição de forma pacífica o governo? Só no Brasil. Então, não houve ditadura."
Em entrevista ao Brasil Urgente, da TV Bandeirantes (nesta terça, 27 de março de 2019)
"Eu mostrei, e hoje em dia grande parte da população entende, que o período militar não foi ditadura, como a esquerda sempre pregou. (...) Por que tinha censura muitas vezes? De acordo com o articulista, a palavra-chave que estava naquela matéria era para executar um assalto a banco ou até mesmo executar uma autoridade em cativeiro. Essa foi a censura."
Em entrevista ao Jornal da Band, da TV Bandeirantes (29 de outubro de 2018)
"31 de março de 1964, Devemos, sim, comemorar esta data. Afinal de contas, foi um novo 7 de setembro [...] O Brasil merece os valores dos militares de 1964 a 1985."
Em vídeo publicado nas redes sociais (31 de março de 2016)
"Sou capitão do Exército, conhecia e era amigo do coronel, sou amigo da viúva. (...) o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra recebeu a mais alta comenda do Exército, a Medalha do Pacificador, é um herói brasileiro."
Declaração ao longo da sessão do Conselho de Ética realizada por seus elogios a Ustra durante a votação pelo impeachment de Dilma Rousseff
Suas declarações que reivindicam e legitimam seus aspectos mais sombrios se confluem por suas apologias as milícias contemporâneas, frutos da ditadura e da emergências de esquadrões de extermínio.
"O erro da ditadura foi torturar e não matar."
Em entrevista à rádio Jovem Pan (8 de julho de 2016)
"Pau-de-arara funciona. Sou favorável à tortura, tu sabe disso. E o povo é favorável também."
Em entrevista ao programa "Câmera Aberta", na TV Bandeirantes (1999)
“Se tivéssemos agido como a Colômbia, com humanismo, teríamos uma FARC no coração do Brasil e graças aos militares não temos”
Em entrevista à Rádio Super Notícia (10 de maio de 2018)
“Errar, até na sua casa, todo mundo erra. Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece."
Em entrevista à Rádio Super Notícia (10 de maio de 2018)
Em 2018, o Estado Brasileiro foi condenado pela CIDH, Corte Interamericana de Direitos Humanos por não desenvolver a investigação pelo assassinato do jornalista e militante do Partido Comunista, Vladmir Herzog. Na contramão dos balanços críticos em relação a impunidade aos torturadores e se adaptando de forma oportunista pelas diversas contradições ao não prosseguimento das investigações desse crime, Bolsonaro pronuncia a seguinte frase:
"Ninguém tem prova de nada (...) Suicídio acontece, pessoal pratica suicídio"
Em entrevista ao programa "Mariana Godoy Entrevista", da RedeTV! (7 de julho de 2018)
Nós, do Esquerda Diário e do MRT, repudiamos a comemoração do golpe de 64: não esquecemos e não perdoamos! Exigimos a revogação da Lei da Anistia de 1979, assim como o julgamento e punição de todos os responsáveis civis e militares pela ditadura! É preciso arrancar do Estado a abertura irrestrita de todos os arquivos e documentos ocultos sobre os crimes da ditadura militar!
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