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Política de extermínio de Witzel e Moro é responsável por mais uma criança assassinada no Rio de Janeiro
Redação

Kauan Peixoto tinha apenas 12 anos e visitava o pai na comunidade da Chatuba, em Mesquita, Baixada Fluminense, quando foi atingido por tiros no abdômen, perna e pescoço. A família acusa a Polícia Militar em base a relatos assustadores de moradores do local.

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Em entrevista ao G1, um parente da criança que teve medo de se identificar, descreveu a situação escandalosa:

"Eles saíram para comprar lanche em uma lanchonete lá perto. Assim que chegaram na Rua Rondon Gonçalves com a Rua Magno de Carvalho, os policiais estavam vindo pela Rondon de encontro a eles. O pessoal que estava na rua evacuou. O menino falou: "Corre, Kauan! Corre, Kauan!’. Ele falou: ’Correr nada. Não fiz nada. Correr pra quê?’ e ficou parado". E continua:

"A Blazer parou, já desceu atirando em direção a ele. Um tiro pegou no abdômen. Ele caiu encostado no muro. O policial se aproximou, e ele falou ’sou morador’. Deram um tiro na perna dele e depois algemaram ele. É o que o pessoal conta".

As declarações ainda revelam como a polícia teria manipulado a cena do crime para sumir com as provas:

"Pegaram [o menino Kauan] pela bermuda e jogaram ele na Blazer. Os outros policiais ficaram catando as cápsulas todinhas. Não deixaram uma cápsula pra trás. Não tinha tiroteio".

As declarações da Polícia Militar apresentam outra versão, onde teriam encontrado o menino já baleado na rua depois de uma suposta troca de tiros com traficantes.

Mais uma criança assassinada, num crime onde o principal suspeito, a Polícia Militar enquanto agente de Estado do Rio de Janeiro, sob o comando do governador Wilson Witzel, é quem manipula as provas e tem direito a versões oficiais que ditam os rumos da investigação feita pelo próprio Estado.

Como diz a mãe de Kauan: "Ele não foi o primeiro. Já tiveram vários relatos, vários fatos de polícia entrar em comunidade, fazer isso e depois ir lá dar uma desculpa. Fica o dito pelo não dito. Ele como os certos e a família como errada. Meu filho só tinha 12 anos. Nem na Chatuba ele morava" .

A Polícia Militar do Rio de Janeiro, que sempre cumpriu seu papel de assassina da juventude negra e pobre nas comunidades do Estado tem batido recordes, como o maior número de assassinatos em 5 anos,isso sob a intervenção federal que prometia solucionar o problema da segurança. Hoje essa instituição segue seu "ofício", de produzir corpos, apoiada no discurso de um governador que declara à veículos da grande imprensa que "A polícia tem que mirar na cabecinha e... fogo".
Como se não bastasse o racismo sanguinário de Witzel no governo do Estado, o ódio bolsonarista não só legitima através do discurso praticas de "abatimento" como esta do menino Kauan, como toma medidas políticas para legalizá-las. É o caso do pacote "anticrime" do Ministro da Justiça e Segurança pública, Sérgio Moro, que pretende garantir impunidade para os agentes do Estado que matem por "medo ou surpresa"https://www.esquerdadiario.com.br/C....

No Estado onde há um ano o assassinato de Marielle segue sem elucidação de fato, onde Cláudias, Amarildos, Marias Eduardas, Marcos Vinícios e Kauans são uma triste notícia recorrente, só é possível desconfiar do Estado e suas instituições, especialmente a polícia, confiando nas nossas forças, dos trabalhadores e jovens para lutar por um programa anticapitalista que ataque o o problema da violência na sua raiz social, a miséria da desigualdade de um Estado que paga bilhões à banqueiros e especuladores internacionais enquanto querem tirar serviços e direitos básicos da população.

 
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