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AUTORITARISMO
Bolsonaro, defensor de golpe na Venezuela, diz que no Brasil "liberdade só vem quando Forças Armadas querem"
Redação

Na manhã desta quinta-feira (7), Bolsonaro participou da cerimônia de aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais no Rio de Janeiro. No evento, o presidente atribuiu às Forças Armadas o direito de definir, em última instância, o destino da democracia burguesa no país.

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Foto: Marcos Corrêa/PR

"A segunda missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia e a liberdade. E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer” (sic), disse o presidente.

Que Bolsonaro sempre defendeu a ditadura militar sangrenta e seus torturadores, não se trata de uma novidade. Porém, é sim novo que ele admitisse a liberdade de escolha das Forças Armadas a respeito do regime político do país, que se as Forças Armadas podem dar um golpe se “assim o quer”. É um insulto à memória dos perseguidos pelos militares da ditadura e uma ameaça ao conjunto da classe trabalhadora, que em uma eventual escolha das Forças Armadas poderão ter seus direitos políticos perseguidos e qualquer organização política contra os duros ajustes fiscais, como a Reforma da Previdência, sejam criminalizados.

Para Bolsonaro, são as Forças Armadas (sem falar no Judiciário), o agente regulador da política nacional, contra qualquer forma de atuação política dos trabalhadores, a quem Bolsonaro quer promover a mera matéria de exploração do trabalho.

Não é diferente, portanto, do que Bolsonaro quer para os venezualanos quando defendeu a entrada de “ajuda humanitária” nas últimas semanas. Se reunião com o Juan Guaidó, auto-proclamado presidente interino da Venezuela, para discutir o plano de continuidade da pressão golpista contra o país vizinho. Falaram pelos cotovelos que sua missão na Venezuela é pelo “restabelecimento da democracia no país”, enquanto adotavam cada proposta intervencionista formulada nos gabinetes de Washington.

ENTENDA: Bolsonaro auxilia golpismo de Trump e anuncia sanções econômicas contra Venezuela

Por certo que Bolsonaro, enquanto principal lacaio de Trump nas Américas, se apoia na justa revolta dos venezuelanos com a situação de miséria e o autoritarismo do regime de Maduro (apoiado nas Forças Armadas), para justificar seu discurso. Mas não passa disso, discurso. Por meio de sanções duríssimas à economia venezuelana (especialmente aos bens da empresa nacional de Petróleo, PDVSA), as mesmas ditadas e aplicadas por Trump e seus estrategistas como John Bolton, Bolsonaro e Guaidó querem somente ampliar a miséria dos trabalhadores e do povo pobre como manobra para pressionar Maduro a uma saída.

Se apoiam, tanto quanto Maduro, no protagonismo que as Forças Armadas Bolivarianas para ditar os rumos da política do país, levando ajuda humanitária às fronteiras com aberta intenção de gerar conflitos e mortes nas fronteiras, tentando pressionar os militares a se voltarem contra Maduro. Contudo, falharam miseravelmente, embora sigam arquitetando os próximos passos dessa intentona golpista da direita sulamericana, subordinada aos interesses de Trump.

Convocar as Forças Armadas pra dar um golpe militar na Venezuela, teria somente um resultado possível: instalar um governo semicolonial no país e com soberania em Washington (grau zero de democracia), que vá além à dependência à economia imperialista que o chavismo fez de tudo para manter nos seus anos de poder (vide o pagamento religioso da dívida externa frente a miséria dos venezuelanos, a larga dependência das variações internacionais do preço do petróleo).

É portanto repudiável que, no Brasil, Bolsonaro atribua às Forças Armadas o mesmo papel que gostaria que os militares venezuelanos cumprissem, no seu caso de garantir à força que o Brasil siga sendo o pátio traseiro da economia americana, serviçal aos interesses políticos yankees no continente.

 
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