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GOLPISMO NA VENEZUELA
A direita golpista não teve seu “dia D” na Venezuela
Redação

Apesar da alta tensão deste sábado na fronteira com a Colômbia e, em menor medida, com o Brasil, os objetivos que a direita golpista de Guaidó almejava foram frustrados, pelo menos por enquanto.

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O show intervencionista montado pelo imperialismo norte-americano e a direita regional, que estava disfarçado de "ajuda humanitária" tinha um objetivo bem definido que era quebrar um setor das Forças Armadas Venezuelanas para forçar um golpe contra Maduro e abrir o caminho para um governo de direita fantoche de Trump.

Para este fim, Guaidó fez um chamado claro durante a semana que era mobilizar uma "maré humana" aos quartéis, para pressionar os militares, enquanto concentrava esforços na fronteira com a Colômbia para tentar mostrar uma imagem internacional de caos e eventualmente conseguir que o Exército e a Guarda Nacional deixassem entrar os caminhões com suprimentos, o que implicaria uma fratura do comando com o governo de Maduro.

No entanto, tanto a direita golpista quanto o imperialismo que incentivou esta aventura golpista se infligiram uma autoderrota e não conseguiram uma mobilização em massa aos quartéis ou quebrar um setor significativo do Exército que mostrasse insubordinação na fronteira.

De manhã cedo a direita tentou viralizar um vídeo que mostrava um tanque da Guarda Nacional com três tropas que desertaram rompendo as vastas fronteiras e cruzando para a Colômbia na junção da ponte Simón Bolívar. Nessa ponte, reuniram-se os principais líderes políticos da oposição, que no vídeo gritam "são da nossa" no que parece ser uma montagem em que os militares colombianos deixam passar a situação sem vacilar.

Este não teve efeito e a oposição só pôde mostrar a deserção de seis soldados na íntegra ao longo do dia, apesar do apelo ridículo que lançou Guaidó de redes sociais dizendo: "Na qualidade de Comandante em Chefe das Forças Armadas Nacional, dadas as circunstâncias excepcionais que a República vive, deixo sem efeito a qualificação de Traidores da Pátria para militares que cruzam a fronteira". Uma mensagem desesperada de última hora que acabou sendo um fracasso absoluto.

O segundo passo da mídia e da operação política foi mostrar o apoio internacional. Após o meio-dia, Guaidó apareceu dando uma coletiva de imprensa junto com Ivan Duque, Sebastián Piñera, Mario Abdo e Luis Almagro, como porta-estandartes da direita regional. Nesse ponto, o objetivo era lançar um novo ultimato aos militares e tentar deixar passar alguns caminhões para mostrar pelo menos uma vitória parcial.

No entanto, após a coletiva de imprensa e uma foto de Guaidó subindo em um caminhão com provisões, as fronteiras permaneceram fechadas, e a direita só pôde registrar a entrada de um caminhão na fronteira com o Brasil. Algo que Guaidó, já em estado de desespero, considerava "uma grande conquista".

E quando Guaidó estava dando como terminada a jornada, anunciou uma suposta entrada de caminhões pela estrada de Ureña, que na realidade acabou com a Guarda Nacional lançando gases para abrandar o seu ritmo e com dois caminhões queimados, o que foi explorado pela mídia da direita para dizer que foi uma ação de guerra contra a Colômbia.

Além da propaganda que a direita pode fazer, magnificando sua ação deste sábado, a verdade é que foi um fracasso o que consideravam seu "dia D" para avançar uma dinâmica golpista com um intervencionismo dos Estados Unidos, da direita regional, dos principais países da União Europeia e que foi inclusive abençoada pelo Papa Francisco.

Por sua vez, Maduro convocou uma mobilização em Caracas na qual discursou rejeitando a tentativa de golpe e quebrando todo tipo de relações com a Colômbia.

Enquanto o governo de Maduro queria reivindicar a derrota do golpe como um triunfo próprio, essa leitura está longe da realidade. A direita foi capaz de usar demagogicamente o ingresso da "ajuda humanitária" com base na catástrofe social que o país está vivenciando. De sua parte, os apelos aos militares baseiam-se no fato de que as Forças Armadas são hoje o árbitro da situação política. Maduro depende deles para ficar no governo tanto quanto Guaidó para forçar um golpe e tomar o poder.

Diante desse cenário, que ainda não foi fechado, é necessário enfrentar em primeiro lugar essas tentativas de golpe e a ofensiva imperialista, o que não implica o menor apoio político a Maduro.

É imperativo que os trabalhadores e explorados da América Latina a se mobilizem contra esta intentona de avanço imperialista na Venezuela que só irá fortalecer as direitas regionais e os ataques levados adiante em cada país como Macri na Argentina, Bolsonaro no Brasil, Duque Colômbia ou Piñera no Chile.

 
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