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OPINIÃO
Que a revolta dos trabalhadores contra a Reforma da Previdência estremeça o país
Adaílson Rodrigues

Não se fala de outra coisa. Seja na TV ,rádio ou nas folhas de jornais, o tema em voga é a reforma da previdência. Entre os trabalhadores, contrariando a expectativa dos entusiastas e defensores da famigerada reforma, os trabalhadores de diversas categorias do país, a medida que tomam conhecimento do teor da reforma apresentada à câmara por Bolsonaro, reagem com indignação à proposta do governo.

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Aos que ficam, a revolta. Entre os que esperam sair, a angústia da dúvida e o embrião da revolta. Palavras conhecidas dos trabalhadores prestes a se aposentar, como "paridade" "integralidade", e o que elas representam no texto previdenciário, estão prestes a cair no lugar comum da irrelevância, caso passe um brutal ataque desse tipo. Um misto de pânico e revolta se misturam no sentimento dos trabalhadores.

A midia ataca o servidor público, o coloca como o grande vilão desse rombo alegado pelo governo. São desonestos a ponto de dissimular sobre os reais vilões no caixa do estado brasileiro. Bilhões são distribuídos entre os grandes empresários do país, em benécias como isenções fiscais e tributárias, além de salários astronômicos a juízes, políticos e militares de alta patente, e suas pensões "hereditárias".

A corrida dos trabalhadores ao INSS (regime geral de previdência) e aos órgãos administradores dos RPPS (regime próprio de previdência) começou. Querem se aposentar antes que a idade mínima aumente para 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres).

O número de pessoas buscando informações sobre aposentadoria triplicou. Segundo fontes, só nas prefeituras da região metropolitana de Porto Alegre, as visitas aos departamento de previdência tem aumentado significativamente nos últimos dias, na ampla maioria, buscando averbação e aposentadorias, numa marcha desesperada em busca de garantir que se possa exercer seus direitos após uma vida de trabalho.

Processos de emissão de CTC, certidão de tempo de contribuição se empilham no INSS, pela alta demanda, além da defasagem de pessoal, submetendo os trabalhadores daquele setor a ritmos desumanos de trabalho.

Esse texto é insuficiente pra dar uma idéia real do conteúdo desse brutal ataque, escrito em letras miúdas e sorrateiras do projeto que Bolsonaro apresentou ao congresso. Um projeto que levará a saúde, quem sabe a vida de milhões de pessoas sem que pudessem receber um quinhão de tudo que entregou em décadas.

Um projeto que deixará nossos jovens, a mercê do trabalho precarizado. A mercê de aberrações como a carteira verde amarela defendida por Bolsonaro e Paulo Guedes. Tudo isso para não sucumbir a miséria e a fome. Isso se não jogar a juventude numa disputa contra os trabalhadores já idosos, que desesperados tendem a se agarrar ao emprego, na esperança de obter a aposentadoria. E como toda a desgraça ainda parece pouca aos olhos de quem nos ataca; temos Marchezan apresentando um projeto que praticamente acaba com direitos históricos dos trabalhadores de Porto Alegre. Enquanto no estado, Eduardo Leite, se debruça sobre projetos de interesse dos capitalistas e de mais ataque ao funcionalismo.

É necessário que cada um de nós dedique um tempo do dia pra ler, entender a gravidade e passar adiante a real dessa reforma tão defendida por empresários e suas mídias, bancadas por seus contratos de publicidade, do qual toda midia se alimenta, e como diz o ditado, o cão não morde a mão de quem lhe a serve ração.

Somos nós, os trabalhadores que temos que fazer ecoar nosso grito de revolta, nosso repúdio a esse ataque que só interessa a burguesia.

Organizar nas fábricas, nas escolas, nos ônibus... em todo local em que se possa realizar um diálogo que possa avançar na consciência dos trabalhadores, afim de prepará-los para dar combate e barrar essa reforma, e por abaixo medidas impopulares que já avançam desde o período de Michel Temer e Dilma.

O momento é de expressar sua raiva, de incitar a revolta e lutar. Que a burguesia pague pela crise que ela criou. Que os capitalistas assumam as consequências das suas ações, pois é isto que tá colocado. São eles que admistram o estado burguês, pela ação direta de seus representantes no parlamento, que então, paguem por ela.

É preciso que as grandes centrais sindicais como a CUT e a CTB, que controlam milhares de sindicatos no país, rompam com sua paralisia vergonhosa e com a trégua que estão dando a Bolsonaro e os capitalistas que querem acabar com nossos direitos e nos fazer trabalhar como escravos até morrer. Devem ser convocadas assembleias de base em cada sindicato para organizar os trabalhadores de todas as categorias contra a Reforma da Previdência e demais ataques.

Também não podemos aceitar passivamente a estratégia do PT que quer esperar as eleições de 2022 sem combater os ataques, apostando na “resistência” de um punhado de parlamentares e não na força dos milhões de trabalhadores que são contra as políticas neoliberais de Bolsonaro e Paulo Guedes. É necessário construir desde já em cada local de trabalho a luta contra a reforma, começando pelo 8 de março quando milhões de mulheres trabalhadoras sairão às ruas contra o machismo de Bolsonaro e Trump, contra a Reforma da Previdência e por Justiça para Marielle Franco.

 
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