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MAUÁ-SP
Quatro crianças morrem em deslizamentos de terra em Mauá
Redação

Os deslizamentos aconteceram durante o temporal da madrugada do dia 17 em dois pontos do bairro Jardim Zaira. Caso que retrata a tragédia tipicamente capitalista, que transforma vida de trabalhadores pobres em pó.

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Há exatamente um ano e dois meses o Esquerda Diário noticiava que a casa onde morava André de Almeida Santos, de apenas 10 anos, deslizou. Ele e o pai dormiam e não tiveram tempo de sair. Embora tenham sido resgatados com vida, o garoto não resistiu e morreu. Hoje, pouco mais de um ano, no já conhecido período das chuvas, 13 deslizamentos de terra e 5 desabamentos foram registrados na cidade desde a noite de sábado (17) e quatro crianças morreram quando suas casas desabaram em Mauá.

Na Rua Ane Altomar, morreram Miguel dos Santos Silva de 8 anos e sua irmã, Maria Heloísa dos Santos Sales, de apenas 11 meses, atingidos pelos escombros da casa onde moravam. A irmã, Tainá dos Santos Silva, de 12 anos, escapou do desabamento, mas teve com escoriações pelo corpo. A mãe, Talita Santos, de 34 anos grávida de 3 meses sofreu uma contusão no ombro e ferimentos na cabeça, e foi resgatada pelos vizinhos aos gritos em prantos para salvarem seus filhos. Levada ao Hospital Nardine, passou por uma cirurgia e seu estado é grave. Isabel Sales, parente das vítimas, disse que Talita tinha comprado recentemente o imóvel por 20 mil reais e, mesmo sabendo que a casa estava em local de risco, estava muito feliz com o sonho realizado de conseguir a casa própria e sair do aluguel.
Um homem de 41 anos que também estava no imóvel sofreu uma fratura exposta, mas foi socorrido e passa bem.

A cerca de 1 km de distância, na rua Cidade de Mauá, os irmãos Guilherme, de 4 anos, e José Henrique, de 11, morreram soterrados. Ao chegar em casa, o pai das crianças notou que tinha água escorrendo ao lado do cano da casa e, ao olhar o que havia acontecido, o barranco desabou, derrubando a casa do vizinho e o soterrando até o pescoço. Enquanto isso, a mãe dos garotos estava na parte de cima do imóvel e, ao perceber o desmoronamento, tentou correr para pegar as crianças que, apavoradas, se abrigaram embaixo da mesa. A mãe não teve tempo e foi atingida por escombros que a prensaram no portão. Pai e mãe sofreram fraturas, foram para o hospital e estão conscientes, mas extremamente abatidos pela perda dos filhos.

Mauá é uma das cidades com maior densidade demográfica do país, e segundo os dados da Pesquisa feita pela UFABC (Universidade Federal do ABC) em parceria com o Consórcio Intermunicipal, realizado entre maio de 2015 a julho de 2016, Mauá tem um déficit habitacional para 39.367 famílias. Há cerca de 27 mil moradias precisando de regularização fundiária, em que grande parte é desprovida de infraestrutura urbana.
Contraditoriamente, o déficit habitacional nacional é 5,6 milhões e, mesmo assim, existem 6 milhões de imóveis vazios no país.

Tal como em Brumadinho, os atingidos pelos deslizamentos em Mauá são vítimas da sede de lucro da burguesia, trate-se em ambos os casos de tragédias tipicamente capitalistas, que transformam o suor, sonhos e vida dos trabalhadores em pó.
O trabalho precário está diretamente ligado às más condições de moradia. A situação, que já é difícil, vai piorar caso os pacotes de reformas e ajustes de Bolsonaro e Paulo Guedes passem.

É necessário que os sindicatos rompam com a paz com o governo e organizem assembleias em todos os locais de trabalho, estudo e moradia para lutar contra as reformas que só piorarão a vida dos trabalhadores.
Todos os imóveis que hoje funcionam à serviço da especulação imobiliária devem ser expropriados e colocados à disposição das famílias que estão sem casa ou em situações de risco . Precisamos imediatamente de um plano de obras públicas que deve ser organizado para fazer manutenção e construir imóveis necessários a todos os que precisem. Este é um programa socialista para a questão da moradia, e só dessa forma seria possível garantir moradia a todos que precisam.

 
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