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BRUMADINHO
Vale sabia desde 2017 sobre risco de ruptura na barragem em Brumadinho
Redação

Segundo o Ministério Público, documentos internos da própria Vale apontavam já em outubro de 2017 que chance de colapso da barragem que se rompeu em Brumadinho era o dobro do tolerável.

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O Ministério Público de Minas Gerais afirmou nessa segunda feira que a barragem que se rompeu em Brumadinho no dia 25 de janeiro estava em uma zona de atenção e a mineradora Vale sabia dos riscos colapso desde 2017, pelo menos. A informação foi publicada pela agência de notícias Reuters e confirmada por fontes ligadas à investigação.

Dois relatórios da Vale, um de 2017 e outro de 2018, indicam que a mineradora sabia dos riscos de rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Documento interno da Vale de novembro de 2017 afirma que a barragem, já naquela época, tinha uma chance de colapso duas vezes maior que o nível máximo de risco individual tolerável.

O MP afirmou ainda que os documentos foram anexados à Ação Civil Pública proposta pelo órgão após o desastre da Vale em Brumadinho e que foi responsável pela interrupção do lançamento de novos rejeitos em outras oito barragens no estado, todas elas incluídas na zona de atenção.

Essa zona de atenção, chamada de “Alarp Zone” trata de “todas as barragens objeto da ação estão situadas em áreas próximas a núcleos urbanos, havendo pessoas residentes/transitando na zona de autossalvamento, ou seja, na região do vale a jusante da barragem a uma distância que corresponda a um tempo de chegada da onda de inundação (lama) igual a trinta minutos ou 10 km”.

Em entrevista coletiva na sede da Vale, no Rio de Janeiro, os executivos da empresa buscavam eximir-se da responsabilidade, afirmando que os documentos publicados não indicavam risco de colapso iminente da barragem, como se uma chance de colapso duas vezes superior ao máximo tolerado pelas regras internacionais não fosse motivo suficiente para a empresa ter agido antes que a tragédia acontecesse.

Esses documentos comprovam que a tragédia em Brumadinho não foi um acidente mas sim um assassinato deliberado, onde os executivos da Vale assumem a possibilidade de que um desastre ocorra quando não investem em prevenção e tecnologias mais sustentáveis para não interferir na margem de lucro da empresa ou na bonificação dos acionistas. Agora quem paga o preço da ganância de meia dúzia de capitalistas são as centenas de vítimas e seus familiares e amigos.

Leia também: Pela re-estatização da Vale sob gestão dos trabalhadores e controle popular, para enfrentar a mineração predatória

 
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