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CRISE CAPITALISTA
Taxa de desemprego se mantém alta e trabalho informal cresce substancialmente
Redação

Nesta quinta-feira (31), o IBGE anunciou que no último trimestre do ano passado a taxa de desemprego no Brasil fechou em 11,6%. No mesmo período de 2017, o número era de 11,8%.

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Essa pequena variação do número de desempregados é lida como um quadro de estabilidade pelo IBGE. No entanto, a estabilização desse número não veio acompanhada da criação de empregos com carteira assinada. Ela se deve, principalmente, à quantidade de trabalhadores informais e autônomos, que tem se mostrado crescente nesse último ano, por ser a saída que muitas pessoas encontram para sobreviver em tempos de crise econômica.

Durante todo o ano de 2018 se pode observar a continuidade de um fenômeno que se iniciou em 2017, que é o número de trabalhadores informais e autônomos superando o número de trabalhadores que possuem carteira assinada. Muitos estudantes, idosos e mães com filhos pequenos, que antes não trabalhavam, hoje entram nesses empregos informais ou trabalham por conta própria para contribuir na renda do domicílio, aceitando esse tipo de oportunidades que não garantem direitos e proteções trabalhistas.

A entrada dessas pessoas no mercado de trabalho fez subir significativamente o número de pessoas ocupadas no país, que se trata do contingente de pessoas empregadas, seja no mercado formal ou informal. Esse aumento foi de 381 mil, do terceiro trimestre para o quarto trimestre de 2018. Esse dado é o mais alto para as publicações trimestrais do IBGE desde que existe essa pesquisa. Ou seja, com o aumento do custo de vida no país e a crescente precarização de postos de trabalhos, parte das pessoas que não eram ativas no mercado de trabalho, por estudarem ou até mesmo serem idosas, precisaram se lançar ao mercado, resultando nesse expressivo aumento de pessoas ocupadas no país.

O número de trabalhadores informais fechou em 11,5%, segundo a pesquisa, enquanto o trabalho autônomo teve um aumento de 1,5%, totalizando 23,8 milhões de pessoas que trabalham por conta própria. As pequenas gerações de emprego no último trimestre de 2018 foram nos setores de informação, comunicação, administração pública, serviços de saúde, transporte e alimentação. A construção civil e a indústria se encontram em queda.

Também foi alto o número de pessoas na categoria de força de trabalho subutilizada, que são pessoas que trabalham com uma carga menor do que poderiam e gostariam, mas não encontram oportunidades.

Esses dados mostram um cenário crítico no qual o número de pessoas desocupadas cai e, em contraposição, a informalidade aumenta, sem geração de empregos com carteira assinada.

A Reforma Trabalhista, responsável pelas maiores mudanças nas leis trabalhistas (que entrou em vigor em novembro de 2017) foi aprovada naquele ano com o discurso de que “seria solução contra o alto nível de desemprego e da informalidade”. Agora vem se materializando em números que essa reforma não veio para solucionar o problema de desemprego no país, tampouco a questão de trabalho informal, que submete o trabalhador a trabalhos precários, sem direitos assegurados.

Para que os trabalhadores não sigam pagando o custo da crise capitalista com o tormento do desemprego, é preciso lutar contra as demissões, e para que todos trabalhadores trabalhem menos horas, sem redução salarial, para abrir novas vagas para os que hoje estão desempregados, subocupados e desalentados (que deixaram de procurar emprego). É preciso, também, lutar pela anulação da Reforma Trabalhista que aumenta a exploração e legaliza o trabalho intermitente e outros grandes ataques.

 
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