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Guedes e Bolsonaro: de grão em grão, o mercado enche o papo
Chico Pontes

Os últimos dias foram marcados pelos primeiros anúncios do novo governo brasileiro. Paulo Guedes, ministro da Economia, o posto Ipiranga de Bolsonaro, deixa claro que estamos diante de um governo que é um leão contra os direitos do povo pobre e trabalhador, e um gatinho manso para os empresários, corruptos, especuladores e grileiros de terra. Coerência não falta: cada medida e proposta está amarrada para cortar dos mais vulneráveis, e encher a barriga do mercado financeiro. Veja as principais propostas:

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Reforma da previdência

Guedes promete aprovar a reforma nos próximos 3 meses. Escondendo os detalhes e ritmos do processo, o pacote deverá atingir o conjunto dos trabalhadores com a mudanças de idade e da integralidade. Muito trabalhadores, para conseguir garantir o sustento de sua família, trabalham a vida toda em dois empregos, e o futuro governo já anuncia que ira comer uma grande fatia da segunda aposentadoria. É evidente que isso é só para quem trabalha: pessoas como Bolsonaro, que possuem vários benefícios por ser militar, deputado e presidente, terá suas regalias mantida. O conjunto de ataques deverá afetar profundamente mulheres trabalhadoras como as professoras da rede pública, a juventude trabalhadora, servidores públicos em geral e os trabalhadores rurais do campo. Os milhares de privilégios e regalias do alto escalão do judiciário, dos militares e dos políticos profissionais, os verdadeiros responsáveis pelo desequilíbrio previdenciário e que se aposentam com 8 anos de “serviço” ou compulsoriamente quando são corruptos nos casos dos juízes, deverão ser mantidos.

A chantagem do Plano B: terra arrasada contra a população

Guedes, que joga e lucra centenas de milhões com os movimentos da BOVESPA, já trucou contra o Congresso: se não for aprovada a reforma da Previdência, ele pretende através de emenda constitucional desvincular e desindexar os gastos e receitas da União. Mas o que isso significa? Os limites mínimos para gastas com educação, saúde, moradia e transporte, já sufocados com o teto de gastos que Temer implementou, deixariam de existir. O governo não teria mais obrigação orçamentária alguma de quanto gastar em cada área, uma verdadeira tragédia, que levou os especuladores externos à euforia nos últimos dias.

Carteira de trabalho “verde e amarela”:

Como se já não bastasse o pacote de retirada de direitos levado adiante no governo Dilma e aprofundado após o golpe com Temer, Bolsonaro quer muito mais. Guedes propõe uma carteira de trabalho específica para trabalhadores que “poderão negociar” o contrato de trabalho. Isso na prática significa que os setores mais precários de trabalhadores, os milhões de terceirizados, terão seus direitos ainda mais rebaixados. A famosa e nojenta frase dos patrões “ou aceita isso ou tem outro pra colocar no seu lugar” agora vai ser materializada numa carteira de trabalho. Dividir para reinar é o plano de Guedes, tentando tirar milhões de trabalhadores da base sindical e de acordos coletivos de trabalho. Não será com a vergonhosa “carta de respeito” a Bolsonaro, escrita por centrais sindicais, que iremos barrar esse projeto.

Privatizar e escancarar o mercado:

Entregar nossas riquezas, nossas poucas tecnologias e empresas públicas, retirar qualquer resquício de proteção econômica como mandam os empresários norte-americanos: Guedes quer colocar na bandeja Petrobrás, Embraer, Eletrobrás, aeroportos e tudo que for possível vender. Brasil à venda com tudo, entrega acima de todos.

Salário mínimo

Bolsonaro teve como principal medida reduzir o aumento pífio já proposto por Temer. 106 reais a menos por ano na mesa das famílias mais pobres. Se a desculpa da LDO(Lei de Diretrizes Orçamentarias) e da inflação foi repetida pelos ventríloquos na internet, enquanto para os privilégios do judiciário e dos político não existe teto, o céu é o limite, vejamos até quando dura a lua de mel de Bolsonaro com os setores mais pobres: a regulamentação atual do salário mínimo termina agora em 2019, e Guedes já foi claro que sua proposta inicial é congelar o aumento anual do mínimo.

 
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