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TERCEIRIZAÇÃO
A luta dos aeroviários argentinos aponta o caminho para os aeroviários brasileiros contra as demissões
Redação Guarulhos - SP

Nos últimos dias 28 e 29 Guarulhos foi sede do Encontro Regional da ITF (Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes). Trabalhadores dos sindicatos de aviação civil do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela se reuniram na sede do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru).

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Participaram do encontro tripulantes e aeroviários das empresas aéreas Latam, Avianca, dos setores de rampa e dos Serviços de Navegação nos Aeroportos. Do Brasil estiveram os sindicatos aeroviários de Porto Alegre, Pernambuco, Guarulhos e os de base Nacional dos Aeroviários, Aeronautas e Aeroportuários, filiados à FENTAC/CUT.

Os trabalhadores aeroviários fazem parte de uma das categorias mais precarizadas e atacadas no continente nos últimos anos. Já sentem na pele os ataques da reforma trabalhista e da lei de terceirização irrestrita no Brasil, como já relatamos aqui. Agora encaram de frente os aprofundamentos dos mesmos ataques diante da eleição de Bolsonaro: são mais setores com risco iminente de precarização, demissões e terceirização, tais como despacho e check in, setores que inclusive já são alvo da implementação do banco de horas, que é uma verdadeira máquina de lucros para os patrões às custas de mais exploração dos trabalhadores, que tem de fazer hora extra e receber por isso num prazo que pode chegar até 12 meses. Trata-se portanto, de um verdadeiro banco de lucros para que as grandes empresas faturem ainda mais.

E Bolsonaro, capacho dos planos do imperialismo para América Latina, vem para alavancar ainda mais os lucros das grandes empresas aéreas, dando continuidade ao planos entreguistas de Temer, como no caso da entrega da EMBRAER para a americana Boeing. Outra prova disso, por exemplo, é a licitação de mais de 12 aeroportos que aos trabalhadores certamente gerará desemprego, precarização e degradação dos postos de trabalho.

O evento além da presença dos sindicalistas, contou com a participação do deputado petista Alencar Santana. Apesar de admitirem os reflexos brutais para classe trabalhadora da vitória de Bolsonaro e caracterizarem como importante a construção de uma ampla frente de “resistência” em defesa de direitos dos trabalhadores, não podemos esquecer que para de fato enfrentar os ataques de Bolsonaro, dos golpistas e da extrema direita, é preciso, antes de tudo, organizar de fato os trabalhadores em frentes operárias anti-imperialistas, que tenham como foco, no caso dos aeroviários por exemplo, os processos brutais de terceirização e as privatizações. É preciso que se chamem assembléias e se discuta desde a base todos os ataques, e ainda, que se tomem de fato medidas de combate. Não será a política adotada pelo PT, historicamente de conciliação de classes, que impulsionará a luta dos trabalhadores rumo à organização de frentes operárias. A falácia petista de “resistência democrática” tem caráter puramente eleitoral, o que comprova que o PT nada aprendeu com os anos e anos de reformismo e conciliação que escancaram as portas para o golpismo e agora, para o avanço da extrema direita. O PT alimentou e segue alimentando uma ilusão sem medidas no mesmo judiciário golpista que mantém Lula sequestrado. Assim, mais uma vez, se esconde detrás desse falacioso discurso de “resistência” parlamentar ao invés de centrar todas as suas forças para mobilizar milhares de trabalhadores para que através da força da organização e luta operária se construa o único caminho possível para enfrentar e derrotar cada ataque de Bolsonaro, e por fim, fazer que sejam os capitalistas a pagarem pela crise.

Tomemos como exemplo a luta incansável dos trabalhadores aeroviários argentinos, que lutam contra a privatização total da Aerolíneas Argentinas (de capital aberto misto e estatal). Macri, presidente argentino, já declarou como alvos os trabalhadores, classificando-os como “privilegiados” pelos salários que o presidente considera como “altos” e seus benefícios como “regalias”. Por lá o que se vê é a classe operária contra os lucros das grandes empresas e a entrega da Aerolíneas Argentinas, que tem sua quebra forçada por parte do governo, que assim o faz para justificar sua “disfuncionalidade”, seu barateamento, até a privatização total. Como resposta, de forma exemplar, os trabalhadores efetivos e terceirizados da LATAM lutam cotidianamente, chamando greves e atos em apoio aos trabalhadores da Aerolíneas, contra sua privatização e contra os ataques do governo Macri.

Lutas exemplares como essas, que expressam a unidade da classe trabalhadora, deveriam inspirar os aeroviários e aeronautas brasileiros mas, acima de tudo, fazer com que os sindicalistas do setor aéreo nacional se mexam em colocar em prática uma luta efetiva e não apenas “encontros”, que em si mesmo não mudarão em nada a atual desmobilização da categoria. Devem aproveitar o período de luta salarial e do dissídio para chamar os trabalhadores efetivos e terceirizados, de todas as companhias aéreas, para se unirem contra as demissões, a terceirização e a retirada de direitos ligado à luta pelo aumento salarial. As empresas aéreas já anunciam novos ataques e a negativa de ceder os aumentos. Por isso a luta tem que ser de imediata organização de uma grande greve da aviação nacional até que cedam! A alta temporada já está aí e a carta na manga dos aeroviários deve ser lançada de forma organizada através de assembleias massivas, preparadas desde as bases, ligando essas bandeiras de luta.

Assim deve se inspirar e se organizar cada trabalhador aeroviário brasileiro em defesa do emprego e do salário digno, contra a terceirização e a favor da efetivação dos terceirizados com todos os direitos dos aeroviários, lutando estrategicamente pela aviação nacional pública, estatal de acesso a grande maioria da população, gerida sob controle dos trabalhadores e usuários, sendo assim de fato segura, na contra-mão do projeto dos empresários e políticos corruptos aliados a Bolsonaro que na sede pelo lucro, comprometem ainda mais a segurança dos voos, dos passageiros e dos trabalhadores do setor.

 
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