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ELEIÇÕES ESTUDANTIS PUC-RIO
Eleição DCE PUC-RIO: Rechaçar a “Chapa Liberdade”, representante da direita e dos golpistas
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria

Devemos rechaçar fortemente a chapa Liberdade que clama pela "liberdade" mas não defenderá os interesses dos alunos bolsistas, os menos livres da PUC-RIO. Muitos de seus membros integram o "Students For Liberty", um grupo liberal que financia o MBL e outros grupos direitistas pelo mundo.

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Imagem: Reprodução Facebook Chapa Liberdade

A Chapa Liberdade, concorrente para a eleição de DCE da PUC-RIO que ocorre dia 28 de novembro, se esconde atrás de velhos estigmas da direita liberal. Dizem-se os únicos capazes de obter a “liberdade” para os estudantes, além de fazer uma gestão que abranja a todos, sem filtros ideológicos. Uma farsa.

A PUC-RIO é um espaço excludente, e historicamente foi uma universidade formadora de quadros para a elite. As marcas dessa restrição ainda estão presentes no cotidiano da universidade, mesmo com um alto número de bolsistas. Os 2 recentes escandalosos casos de racismo envolvendo alunos da PUC-RIO deixam escancarado o óbvio. Aliás, isso é algo próprio de todas as universidades brasileiras pela lógica mercadológica em que atuam e o racismo que reproduzem diariamente.

Assim como todas as universidades os estudantes negros, mulheres, LGBTs, e filhos da classe trabalhadora carregam o mundo em suas costas para conseguir cursar a universidade e a maioria nem chega a entrar. Seja pela exclusão do filtro social do vestibular, a falta de políticas de permanência, os altos preços do ensino privado, a dificuldade de locomoção ou simplesmente o ambiente elitista da universidade, os desafios são imensos para quem desafia a fazer diferente do que é o estabelecido e adentrar no ensino superior mesmo com todas as dificuldades.

Reconhecendo que para a maioria dos alunos a realidade é massacrante e nada “livre” fica nítido o caráter farsesco da proclamação de “liberdade”. Como se fosse culpa da esquerda “que os persegue” a falta de liberdade que os estudantes enfrentam. O que é certo é que a vitória dessa chapa não representará um pingo de liberdade a mais para os estudantes da PUC-RIO que estão condicionados a matar um leão por dia por conta de sua origem, a sua cor e seu gênero para, minimamente, poder assistir as aulas.

Afinal, o que uma chapa que não acredita que os estudantes devem se posicionar politicamente na universidade está fazendo disputando uma chapa de DCE?

A Chapa Liberdade possui diversos membros de uma organização denominada “Students for Liberty” ou no Brasil, Estudantes Pela Liberdade. Se trata de um enorme grupo internacional de cunho liberal (ou melhor, Neoliberal) que financia e dá apoio institucional para grupos de direita por todo o mundo.

O Students for Liberty deu origem ao MBL no Brasil, como declarou o fundador Juliano Torres em 2015 contando, inclusive, que eles somente mudaram o nome para fugir de impostos nos EUA: “Os membros do EPL podem participar como pessoas físicas, mas não como organização para evitar problemas. Aí a gente resolveu criar uma marca, não era uma organização, era só uma marca para a gente se vender nas manifestações como Movimento Brasil Livre.” Como estamos cansados de saber, o MBL é um grupo de jovens reacionários que interveio para que houvesse o golpe institucional.

Mesmo que não se denominem, e talvez não sejam membros diretos do MBL, a organização ao qual muitos deles pertencem é igualmente reacionária e financia grupos tais quais o MBL pelo mundo, e foi um fator importante para o avanço da “nova direita” primeiramente com o golpe e depois com o ascenso de Jair Bolsonaro.

Essa Chapa que se denomina apolítica e quer “fazer o interesse de todos os estudantes” está, na verdade, comprometida politicamente até o pescoço. Não é preciso ser nenhum gênio para constatar que não há neutralidade na política, longe de serem neutros, a Liberdade é a encarnação da nova roupagem de uma velha direita golpista e carcomida.

Que DCE os estudantes da PUC precisam?

O DCE deveria ser disputado na perspectiva de servir como uma ferramenta de luta dos estudantes para lutarem contra o Governo Bolsonaro, os ataques que estão colocados a plano federal são demasiado grandes contra a classe trabalhadora e a juventude para tratarmos a política estudantil de forma rotineira e com uma perspectiva unicamente de atuação na estrutura da universidade.

O movimento estudantil da PUC-RIO precisa, mais do que nunca, se conectar com o movimento estudantil nacional, para fazer uma grande batalha contra Bolsonaro, a extrema direita e os golpistas, que o PT mostrou que não está disposto a fazer por apostar meramente na estratégia eleitoral e parlamentar, que é incapaz de parar essa direita e sua sanha de ataques. Somente com uma integração de mobilizações a partir de cada local de estudo é possível que os estudantes cumpram o papel de, a partir de sua força, ressoar para entrada em cena de outros setores e da classe trabalhadora para barrar Witzel e Bolsonaro e estar à altura de responder os desafios que estão colocados.

Para isso, o DCE deveria servir para fomentar a auto-organização dos estudantes, politizar o movimento estudantil, e estar ao lado dos trabalhadores, na perspectiva de questionar a universidade de classes para questionar a sociedade de classes.

A Chapa Bruta Flor é uma alternativa?

O programa da Chapa Bruta Flor é insuficiente para atender a essas questões e está imersa de maneira desproporcional nas questões puramente estruturais da própria PUC-RIO, sem dar conta de uma perspectiva que vá além dela mesma, que dê respostas aos problemas do país, como se a PUC fosse uma bolha, além de que no marco de uma maioria de independentes, a chapa tem integrantes do PT, um partido que se diz de esquerda mas que já veio demonstrando que não é alternativa na luta contra os golpistas e seus ataques.

Apesar disso, a chapa congrega estudantes honestos que querem lutar e centenas de estudantes da PUC estão apostando nessa chapa como alternativa frente à nefasta chapa da direita “Liberdade”, que é fundamental derrotar. Por isso, nós da Faísca, juventude revolucionária impulsionada pelo MRT, compreendemos os setores que votam na Chapa Bruta Flor e estamos lado a lado na luta contra a direita organizada na outra chapa, que os estudantes devem rechaçar, bem como em cada luta que está por vir.

 
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