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MAFIA DA MERENDA
Prefeito de Campinas é denunciado por desvio de verbas da merenda
Redação

Nesta segunda, 26, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), foi denunciado pelo Ministério Público Federal na Operação Alba Branca, que investiga o desvio de mais de 2,8 bilhões de reais da merenda escolar na cidade. O escândalo conhecido como “máfia da merenda” envolve ao menos 22 municípios paulistas e tem destaque para a atuação de tucanos e seus aliados na Assembleia Legislativa. Jonas também é investigado por corrupção num dos maiores hospitais do município e está atuando junto à sua base aliada na Câmara Municipal para barrar a cassação de seu mandato via Comissão Processante aberta também nesta segunda.

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O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), foi denunciado nesta segunda-feira, 26, na 3ª fase da Operação Alba Branca do Ministério Público Federal (MPF). Iniciada em 2016, essa operação investiga o desvio de mais de 2,8 milhões das verbas destinadas à merenda escolar campineira, sendo que o processo envolve também, a nível estadual, além da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF), gerentes do Banco Bradesco, empresários lobistas e deputados da Alesp, como o ex-presidente tucano Fernando Capez, o ex-secretário de Alckmin quando este era governador, Luiz Roberto dos Santos, além de prefeitos de dezenas de municípios de São Paulo.

Os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foram desviados através de licitações indevidas que beneficiaram a COAF, que por sua vez também realizava um superfaturamento no produto vendido para compor a merenda, o suco de laranja integral. Essas relações eram mediadas por empresários lobistas, que garantiam propinas aos políticos envolvidos de 10 a 30% do total firmado em contrato com a prefeitura. Além de Jonas, também foi denunciado o ex-prefeito Pedro Serafim Jr e outras pessoas ligadas à COAF.

A máfia da merenda paulista é um escândalo que, junto aos casos de corrupção no metrô da capital, evidência os mecanismos de corrupção tucana e de seus aliados, como o PSB foi ao longo dos últimos anos. E não à toa se dão em importantes setores do serviço público, pois estes são para o PSDB, PSB e companhia moedas de troca que oferecem aos grandes empresários que querem lucrar enquanto a população sofre com a precariedade.

Seguindo a mesma toada, Jonas Donizette é investigado pelo grande escândalo de corrupção em um dos mais importantes hospitais da cidade, o Ouro Verde, também conhecido pelos efeitos da privatização e enxugamento de recursos: longas filas, falta de profissionais, infraestrutura debilitada e ataques da prefeitura aos seus servidores. A investigação do MPF iniciada em novembro recai sobre desvios de milhões por parte da OS Vitale, antiga administradora escolhida pela prefeitura. Na última semana, com a abertura de uma nova fase, o dono da maior rede de comunicação da cidade, da qual é parte o jornal Correio Popular, teve voz de prisão decretada, pois atuou para garantir que a prefeitura privilegiasse a clínica de radiologia de seu filho em licitação para o Hospital. Como parte das repercussões desse caso, foi aberta na Câmara Municipal nesta segunda, 26, uma Comissão Processante que deverá avaliar o pedido de cassação do mandato do prefeito.

As denúncias de corrupção em áreas tão essenciais à população pobre que depende da educação e saúde pública são estarrecedoras. Entretanto cabe aos estudantes e trabalhadores das escolas, hospitais e centros de saúde campineiros não acreditar na máscara de combate à corrupção que o judiciário veste para se colocar como donos da situação.

Não podemos esquecer que este mesmo judiciário veio intervindo de maneira interessada e autoritária no último período de profunda crise política nacional, sendo que o recente processo eleitoral é o exemplo mais repudiável dessa ação. Não só prenderam Lula sem provas para que este não participasse do processo eleitoral que o colocava como favorito a ganhar em primeiro turno, como também impediram que milhões de pessoas votassem com a manobra da biometria e fingiu que não viu o caixa dois milionário pago para a campanha do ultra-direitista Jair Bolsonaro.

Com esse trabalho exemplar, além de assegurar o lugar de Moro como superministro, conseguiram garantir a vitória de Bolsonaro para que este e sua equipe de magnatas e militares saudosistas da Ditadura busquem esmagar os trabalhadores, jovens, mulheres, negros, LGBTs e os movimentos sociais com a reforma da previdência e projetos reacionários como o Escola Sem Partido. Mas todos que não querem ver por terra seus direitos elementares precisam fazer ecoar suas vozes de maneira sem nenhuma confiança nestes magistrados autoritários privilegiados.

Por isso a saída só poderá vir da organização a partir das escolas e locais de trabalho, através da organização independente, diferentemente do que o PT vem colocando como saída a confiança de que até mesmo o STF, principal covil do golpismo dos tribunais, possa estar do lado dos trabalhadores.

 
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