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SAÚDE RIO DE JANEIRO
Chikungunya cresceu 720% no RJ: condições de vida precárias são fábricas de epidemias
Redação

A Chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e zika, aumentou 720% em 2018. São os mais pobres que sofrem com o verão e suas consequências a nível de saúde, que estão mais expostos às condições de risco que são mais determinantes para que as doenças como essas: moradias precárias, falta de saneamento básico e falta de coleta de lixo.

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O Estado do Rio de Janeiro é um dos mais atingidos pela crise e a situação da saúde pública carioca é uma das formas com que se manifestam a miséria imposta aos trabalhadores e pobres em nome do lucro dos capitalistas. Com o avanço do verão, doenças transmitidas por mosquitos tendem a crescer ainda mais, podendo até mesmo atingir novas epidemias. O caos da saúde pública carioca antecipou esse problema : a chikungunya aumentou 720%. A Chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti , que também transmite a dengue e zika.

Mosquito Aedes aegypti transmissor de chikungunya, dengue e zika. Foto: Gettyimages

Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria estadual de Saúde, os dados parciais de janeiro até o dia 21 de novembro, apontam em número absolutos um crescimento considerável: foram 36.492 casos de chikungunya, com 18 óbitos; 13.961 casos de dengue e dois óbitos; e a zika teve 2.256 casos, sem registro de óbito. Em 2017, houve 4.305 casos de chikungunya e duas mortes pela doença, 10.697 de dengue, com uma morte confirmada, e 2.508 de zika.

O aumento da temperatura, ou seja, a chegada do verão favorece a reprodução e proliferação do mosquito, porém é importante também contextualizar que o elemento determinante para tantas epidemias dessas doenças tem um caráter muito pontual: classe. São os mais pobres que sofrem com o verão e suas consequências a nível de saúde, que estão mais expostos às condições de risco que são mais determinantes para que as doenças se instalem com tanta força: moradias precárias, falta de saneamento básico e falta de coleta de lixo.

Casas de palafita cercadas de lixo.

É em meio à este ambiente totalmente degradado que doenças como dengue, febre amarela, chikungunya, e outras transmitidas por outros tipos de insetos, avançam contra a classe trabalhadora e o povo pobre. Hoje, apenas 45% do esgoto produzido no Brasil é tratado, e o restante, ou seja 55% do esgoto produzido é despejado na natureza. Os dados mais recentes coletados em 2016, apontam que 6,7%, ou 35 milhões de brasileiros não tinha acesso à água potável. Mais de 100 milhões de pessoas não recebem tratamento de esgoto, sendo obrigados à recorrer aos métodos mais absurdos para solucionar a falta de coleta de esgoto como fossas ou jogando diretamente em rios. E cerca de 15% da população vive em favelas sob as condições mais precárias possíveis.

O Rio de Janeiro não experimenta apenas epidemias e surtos de doenças transmitidas por mosquitos, mas também já sofreu com doenças como Hepatite A em 2017, transmitidas justamente por água não tratada.

Essas doenças que tem o alvo no povo trabalhador e pobre, e a calamitosa situação da saúde pública, não apenas no Rio de Janeiro, é produto de um Estado que em nome do lucro dos capitalistas coloca a população em risco: com a PEC do teto dos gastos, que congela os gastos em saúde e educação; com as péssimas condições de trabalho que se aprofundam com a reforma trabalhista; com a falta de moradia digna para todos; com o avanço do sucateamento do SUS, desde os governos petistas, e o posterior aceleramento de sua decadência sob o governo do golpista Temer e agora de Bolsonaro; sem alimentação digna capaz de oferecer resistência biológica e sem o mínimo que é água e esgoto tratados.

Lixo a céu aberto no Rio de Janeiro. Fonte: Custódio Coimbra / Agência O Globo

O governo Bolsonaro e seu projeto ultra-neoliberal querem jogar nas costas do povo a crise capitalista, aprovando reformas e atacando direitos fundamentais, como saúde e educação, em nome do pagamento da dívida pública aos banqueiros e do aumento da exploração e precarização do trabalho. Em defesa ao SUS, e o direito fundamental de acesso à saúde gratuita e de qualidade, e em defesa à saúde como um todo, incluindo condições dignas de moradia e distribuição de larvicidas e repelentes, para prevenir as doenças transmitidas pelos mosquito. é preciso construir uma imensa força da classe trabalhadora para barrar os ataques de Bolsonaro e seu projeto de governo ultra-neoliberal, de ataques e ajustes.

 
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