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Para Bolsonaro universidade é dinheiro jogado fora: que a UNE organize milhares de comitês
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria

Bolsonaro quer acabar com as universidades e centros acadêmicos, a UNE precisa organizar a luta em todas as universidades do país.

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O herdeiro do golpe institucional e das eleições manipuladas eleito presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, declarou em transmissão ao vivo nas redes sociais que pretender avançar com seu autoritarismo contra as universidades brasileiras e o movimento estudantil organizado. No vídeo Bolsonaro declarou que:

“As universidades aqui, pelo amor de Deus, uma parte considerável delas é dinheiro jogado fora. Olha o centro acadêmico, é tanta besteira que a gente vê, tem que ir à UnB em Brasília, fui lá em Santa Catarina, o cara... maconha, era camisinha, preservativo no chão, cachaça na geladeira, tudo pichado, parecia um ninho de rato”

Essa declaração de Bolsonaro está em perfeita consonância com seu projeto privatizante para educação pública, visando favorecer os grandes monopólios de educação privada com a cobrança de mensalidades e o ensino a distância. Bolsonaro critica os centros acadêmicos e tenta pela via do moralismo ganhar uma base mais conversadora para apoia-lo nesse projeto porque sabe como a juventude organizada em suas entidades podem ser uma grande ameaça aos seus planos de ataques contra a classe trabalhadora, como o Escola sem Partido e a Reforma da Previdência.

Além disso, Bolsonaro também destilou ódio contra a prova do ENEM, por conta das suas questões que abordavam temas considerados pelo militar como parte da ideologia de gênero. Defendendo sua visão ultra conservadora Bolsonaro declarou que temas sobre sexualidade devem ser tratados em casa pelos país e não debatidos na escola. Conforme colocamos nesse artigo, o Enem desse ano foi uma pedra no sapato da “escola sem partido”, ao mesmo tempo que mantinha seu caráter de filtro social que exclui milhões. O ódio que Bolsonaro destila contra o ensino de gênero e sexualidade nas escolas é porque ele sabe que o questionamento dos pilares machistas, racistas e LGBTfóbicos sob os quais a sociedade capitalista que ele tando defende foi construída, representa um enorme perigo para seus projetos de ataques contra a classe trabalhadora e a juventude.

O movimento estudantil foi o primeiro a se mobilizar com centenas de atividades, comitês e atos contra Bolsonaro antes mesmo do resultado do segundo turno, e teve como resposta um avanço do autoritarismo judiciário com a invasão de algumas universidades pela polícia e o tribunal superior eleitoral, que tentavam impedir a organização dos estudantes. Frente a tamanho absurdo até mesmo o STF golpista teve que se pronunciar e decidir de forma unânime condenar as ações que feriam a autonomia das universidades. No entanto, não devemos ter nenhuma ilusão que essa instituição que manipulou como quis as eleições, retirando o direito da população decidir em quem votar, vai garantir nossa defesa frente aos ataques de Bolsonaro. Afinal, foi esse mesmo STF que essa semana recebeu um aumento que vai custar quase 4 bilhões de reais aos cofres públicos, enquanto defende fortemente que a solução da crise é nos fazer trabalhar até morrer. Não tenhamos nenhuma dúvida de que quando nossa luta for contra a reforma da previdência, o STF estará lado a lado de Bolsonaro para nos atacar.

Para se enfrentar com tudo isso, a resposta não é fazer uma oposição democrática a esse governo que quer acabar com nossas entidades estudantis e sindicais, esperando 2022 chegar enquanto constrói uma frente ampla que cabe desde Ciro Gomes até os golpistas do PSDB. Como o PT defende, apostando novamente na falida estratégia parlamentar. O PSOL, que saiu fortalecido das eleições elegendo uma bancada de dez deputados federais, que é parte da oposição de esquerda da UNE e dirige várias entidades estudantis, está levando adiante uma política acrítica de adaptação ao PT – justamente no momento em que essa crítica é mais necessária do que nunca – e atuando como ala esquerda dessa política petista. Boulos nesse sentido é a "ala radical" da mesma estratégia petista de utilizar os movimentos de rua como apoio extraparlamentar dessa frente democrática.

Nossa resposta precisa ser confiar em nossas próprias forças, retomando nossas entidades estudantis das mãos das burocracias petistas para que elas sejam ferramentas de luta e organização de cada estudante, exigindo que a UNE e das centrais sindicais organize milhares de comitês de luta em todas as universidades e locais de trabalho do país. Com a perspectiva de retomar aquele movimento estudantil que se pauta pelos grandes temas da política nacional e internacional, que organiza milhares na luta ao lado da classe trabalhadora. Se Bolsonaro quer “aparar” nossas universidades e nossos centros acadêmicos, nós devemos defender nossas entidades estudantis como ferramentas de organização da nossa luta, para que nossas universidades estejam a serviço da classe trabalhadora, lutando para que sejam os capitalistas aqueles que paguem pela crise que eles mesmo criaram.

 
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