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VIOLÊNCIA POLICIAL
Artistas relatam repressão no evento SP na rua: PM disse que "música estava incitando a violência"
Débora Torres
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Promovido pela Prefeitura de São Paulo, o evento ocupa locais em torno da praça da Sé, do largo São Francisco e do Vale do Anhangabaú e tem como objetivo difundir diferentes coletivos e grupos independentes. Este ano o evento ocorreu nos dias 13 e 14 desse mês e contou com participações de Mamba Negra, Helipa LGBT, Sistema Negro, projeto Dubdubom e outros diversos coletivos.

São projetos que tem em seu conteúdo temáticas voltadas a conteúdos que abordam diversidade e como os próprios participantes definem, “anti-sistema”.

Para conseguir espaço para apresentação, os artistas e coletivos se inscrevem em um edital, aberto pela Prefeitura e são aprovados após curadoria e seleção.

A repressão policial ocorreu por volta das 3 horas quando os policiais começaram a reprimir o público que estava presente com bombas de efeito moral. Em vídeo postado nas redes vê-se o momento da repressão e o público se dispersando rapidamente .

Um dos artistas falou conosco e pediu para que não fosse identificado. “Eu estava passando meu som e não pude ver o que estava acontecendo do lado de fora da tenda. Tinham algumas pessoas pixando um prédio perto de nossa arena. Quando vimos vieram várias viaturas e o público se incomodou com a aproximação deles. Sabemos que a intenção da polícia militar nunca é a melhor para o povo periférico. Eu tive um problema com meu sistema e aproveitei aquele momento pra tentar solucionar quando do nada a repressão começou. Parei a música e decidimos começar o show mesmo com eles (PM) por lá. Iniciamos o show e a galera começou a pular e curtir a música novamente, porém isso os ofendeu. Foi então que jogaram duas bombas no meio do público e não felizes, jogaram três bombas em cima da gente. Estávamos sobre contrato de trabalho com a prefeitura, TRABALHANDO. Uma bomba passou raspando meu computador e me acertou no braço as outras duas foram em cima dos metais, não acertou ninguém porém na hora de correr derrubaram o saxofone no chão. Quem sabe o valor de um pode imaginar o prejuízo. Ao correr para se abrigar no camarim, a polícia jogou outra bomba lá dentro”.

Quando indagado por um dos músicos sobre o porquê das bombas, o policial teria respondido que a música estava incitando a violência.

Mais um dos artistas relata que a polícia fechou a rua na parte de trás da tenda e também ao lado, sendo a única rota de fuga, a saída para o público, daria de encontro com as outras duas arenas que também foram reprimidas.

“Gostaria de achar que foi apenas uma coincidência porém reprimiram apenas as arenas que tinham como público maior a galera da periferia”, comenta um dos músicos e desabafa: “Nós com instrumentos e ideias e eles com bombas”.

Os artistas entrevistados não quiseram divulgar suas identidades.

 
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