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Professores de Campinas organizam comitê de luta contra Bolsonaro e a extrema direita
Ana Carolina Fulfaro
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foto: atelier bananeiras

Cerca de 50 professores da rede estadual e municipal de Campinas e região se reuniram neste sábado (13/10) para organizar um comitê de luta contra Bolsonaro e o avanço da extrema direita.

O projeto político de Jair Bolsonaro (PSL) representa um profundo ataque à educação. Seu programa de governo defende explicitamente a continuidade das reformas impostas por Temer e pela bancada golpista. Durante seu mandato como deputado votou a favor da Emenda Constitucional nº 95 (PEC do teto de gastos, que congela gastos com áreas sociais como a saúde e a educação), da Trabalhista e da Reforma do Ensino Médio. Como candidato a presidência, Bolsonaro, conformou um plano severo de ajustes de acordo com os interesses dos empresários e dos imperialistas. Para a educação trata-se de programa que aprofunda as privatizações, impulsiona o processo de ensino-aprendizagem à distância e a militarização das escolas. Além do próprio Projeto Escola sem Partido que cerceia a liberdade de cátedra do professor e censura do saber escolar.

Bolsonaro ameaça direitos básicos que a classe trabalhadora conquistou ao longo história. Além desse caráter antioperário, é também responsável pelas dezenas de casos de agressões, assédios e pelo assassinato do mestre Moa do Katendê - capoeirista assassinado a facadas na Bahia após declarar voto contra Bolsonaro -, uma vez que propaga por meio do seu discurso de ódio a violência contra as mulheres, negros, LGBTs, indígenas, movimentos sociais e organizações políticas de esquerda.

É para enfrentar esse projeto claramente contra a classe trabalhadora e setores oprimidos que se formou esse comitê. São professores da rede estadual e rede municipal de diversos bairros de Campinas e região que se mobilizam defendendo o voto contra Bolsonaro no PT, e para impulsionar ações que combatam as ideias e políticas propagadas pelo candidato.

A diretoria da subsede da Apeoesp de Campinas, mesmo que convidada, não compareceu a esta reunião, demonstrando mais uma vez que não está disposta a apostar na força dos professores para enfrentar os ataques. Ao invés disso, a Apeoesp, que é dirigida pelo próprio PT, vem apostando em uma estratégia meramente eleitoreira propagandeando que iremos combater Bolsonaro nas urnas. É tarefa imprescindível que o sindicato componha e comitê e impulsione comitês como esse em diversas regiões e cidades, assim como também é tarefa primordial de centrais sindicais como a CUT e CTB.

Nós, do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), estamos lado a lado de todos que querem derrotar Bolsonaro, inclusive votando criticamente no Haddad, mas sem dar nenhum apoio político a este partido. Batalhamos pela organização de comitês de base nos locais de estudo e trabalho para que através da auto-organização das trabalhadoras e trabalhadores possamos levar a frente uma forte luta que combata todos os ataques de Bolsonaro e do golpismo. A este serviço também o Esquerda Diário, uma mídia independente e militante que teve mais de mais de 3 milhões de acessos nos últimos 30 dias. É nas ruas e através da organização e mobilização desde a base dos trabalhadores e juventude que poderemos derrotar a extrema direita e as reformas.

Confira abaixo a declaração do comitê:

Comitê de professoras e professores de Campinas e região faz um chamado para luta contra Bolsonaro!

Mais de cinquenta professoras e professores se reuniram no sábado, 13/10, e criaram um Comitê de luta contra Bolsonaro. Representamos diferentes bairros de Campinas e região, temos variadas posições políticas, inclusive várias delas críticas ao PT, mas concordamos com a necessidade de lutar contra Bolsonaro e o fascismo, inimigos da educação pública e dos professores. Portanto, entendemos que a única opção no segundo turno dessas eleições é votar Haddad 13.

Bolsonaro é a continuidade dos projetos de Temer que atacam a Educação e os Direitos Sociais e Trabalhistas. Ele apoiou a Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que gerarão demissão de professores, privatização das escolas, diminuição das matérias e dos conteúdos e aprendizagens para os alunos. Defende o uso de Educação à Distância desde os ciclos de ensino mais fundamentais, como a alfabetização. Como se não bastasse, apoia a farsa do Escola sem Partido, que pretende perseguir professores e acabar com a pluralidade do conhecimento científico, substituindo-o pelo pensamento único de seu partido.

Além disso, em sua declaração de que irá “acabar com o ativismo no Brasil” deixou claro que pretende cercear os direitos e garantias democráticas à expressão, à manifestação e ao direito de greve. Seu desejo é silenciar os movimentos sociais, sindicatos, partidos e qualquer oposição ao seu eventual governo, jogando a crise em nossas costas sem contestação, nos culpando pelos seus erros, assim como faz o Temer.

Bolsonaro votou favoravelmente à Reforma Trabalhista, à lei de terceirização irrestrita e já manifestou que vai concretizar a Reforma da Previdência. Além disso, seu discurso de ódio contra mulheres, negros, indígenas e LGBT´s incentiva ataques a esses setores, como o terrível assassinato do mestre Moa do Katendê na Bahia e tantos outros. Os professores, assim como os demais trabalhadores, devem se unir para derrotar Bolsonaro nas urnas através do voto crítico em Haddad 13 e nas ruas, mobilizando e informando a população.

O discurso de ódio dos bolsonaristas exigirá mobilização permanente em defesa da Educação, dos Direitos Sociais e Trabalhistas, proteção contra os ataques às mulheres, LGBTs, a população negra e indígena, organizações laborais e movimentos sociais. Essas são garantias mínimas de um Estado democrático de direito que já são descumpridas hoje, que dirá num futuro governo autoritário do candidato-capitão.

É premente que os sindicatos e as centrais sindicais convoquem assembleias regionais e unificadas para fortalecer a luta e a defesa dos nossos direitos. Desse modo, chamamos a subsede da APEOESP de Campinas para construir os Comitês e ajudar a organizar o conjunto da categoria para vencermos essa eleição, derrotar Bolsonaro nas ruas e nos prepararmos para as lutas que virão independente do resultado das eleições.

Convidamos os professores e a comunidade escolar a caminhar conosco pelas escolas, bairros e terminais urbanos para dialogar com a população sobre os riscos representados por Bolsonaro. É imperativo lutar ombro a ombro com todos aqueles que querem derrotá-lo nas urnas e barrar a ofensiva do fascismo no Brasil. Apesar das críticas e diferenças, nossa função, como educadores, é revelar a ameaça que essa candidatura representa ao povo brasileiro, chamando nossos colegas às ruas e o voto em Haddad 13.

 
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