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Livros com imagens de luta contra a ditadura são rasgados na biblioteca da UnB
Débora Torres

Ao todo sete livros foram danificados e segundo informações de funcionários da biblioteca central da Universidade de Brasília (UnB) o fato vem ocorrendo desde o início do ano e os livros que são escolhidos como alvo são justamente os que contam a história da luta por direitos humanos e que contém imagens da luta contra a ditadura no Brasil. As páginas que foram danificadas mostram, por exemplo, fotos da trajetória de luta social por mais direitos no país.

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A suposição até o momento era de que fossem casos isolados, mas agora, com a recorrência e por se tratar sempre de danos em livros com a mesma temática, os servidores públicos acharam por bem investigar mais a fundo a questão. Foram quatro edições da área de direitos humanos, um sobre a história do movimento pagão na Europa e, os demais, da seção de belas artes, sobre o renascimento.

Em nota, a administração da UnB afirmou que vai pedir a abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias dos danos e identificar os responsáveis. O comunicado diz que a universidade "repudia quaisquer atos de vandalismo".

Sabemos bem de onde vem essa tentativa incansável de apagar nossa história. Bolsonaro e a extrema direita fazem questão de levantar suas bandeiras preconceituosas, homofóbicas e machistas, difundindo em redes sociais discursos que atacam diretamente as mulheres, negros, o povo indígena, os jovens e toda a classe trabalhadora. Relatos absurdos sobre a ditadura e as versões mentirosas do que representou esse período para a classe trabalhadora.

Jair Bolsonaro defende incondicionalmente a ditadura militar e não é de hoje. Já em 1999, em entrevista ao programa Câmara Aberta onde se colocou abertamente favorável à tortura, ele disse: “Sou favorável a tortura. Só vai mudar com a guerra civil, matando uns 30 mil”, dizendo ainda que caso fosse eleito presidente “dava o golpe” e fechava o congresso nacional na hora".

O candidato à presidência também faz questão de deixar clara sua admiração ao Coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI/CODI e um dos mais conhecidos torturadores da ditadura militar, acusado da morte de mais de 60 pessoas. Quando Jair Bolsonaro declarou seu voto a favor do golpe institucional, fechou sua fala homenageando Ustra.

Qualquer manifestação que reivindique a ditadura militar e agora as incansáveis tentativas de apagar da história a luta de milhares de jovens, mulheres e trabalhadores que se colocaram contra os absurdos da censura, tortura e assassinatos que ocorreram nessa época deve ser imediatamente combatida, denunciada. A ditadura de longe foi uma época de avanço econômico como gostam de pregar os Bolsonaros e seus apoiadores. Pelo contrário, foi um tempo além de tudo, repleto de corrupção, fraudes em obras públicas de diversos casos em que os bolsos dos grandes empresários e os cofres públicos receberam milhões, como nós do Esquerda Diário já relatamos aqui . E uma época em que a repressão contra todos os que se organizavam e lutavam se intensificou ao extremo e para manter os lucros dos capitalistas, jovens, mulheres, trabalhadores e trabalhadoras foram torturados e assassinados brutalmente.

Em cada local de estudo e trabalho, é necessário que nos mobilizemos com cada jovem, cada trabalhador, para vencer essa extrema direita que não pode e não vai calar nossas vozes, que não apagará nossa história de lutas.

 
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