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FEMINICÍDIO
Trabalhadores da USP homenageiam Geiza, após brutal assassinato
Patricia Galvão
Diretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil
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Geiza Aparecida Medeiros Martinez, trabalhadora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, tinha 44 anos quando foi brutalmente assassinada. Toda morte é, em si mesma, uma tragédia. Mas a morte de Geiza não foi uma tragédia cotidiana fruto do acaso. Sua morte faz parte da triste estatística de violência contra a mulher de nosso país.

De 1980 a 2010, foram assassinadas no país perto de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década. 3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos. No mês que marca a luta das mulheres contra a opressão e exploração e na semana em que é sancionada a lei que qualifica como crime hediondo o feminicídio, vemos que muito precisa ser feito para mudar essa realidade.

Ontem, 26 de março, uma semana depois de sua morte, a Secretaria de Mulheres Trabalhadoras da USP dedicou seu VI Encontro de Mulheres à Geiza Martinez e organizou um ato em sua memória intitulado “Somos Todas Geiza” que contou com a participação de dezenas de companheiros de trabalho, estudantes e familiares de Geiza.

"Somos todas Geiza"

Geiza foi morta por ser mulher. Se Somos todas Geiza, é porque sua história, mãe solteira, jovem e bonita, é a história de muitas de nós. Nos lares, silenciosas Geizas são cotidianamente agredidas, vítimas da violência doméstica. A lei Maria da Penha foi uma importante conquista, mas ela não pôde evitar que dezenas de Geizas fossem agredidas, violentadas e mortas por seus maridos ou namorados.

Dentro dos portões da maior universidade brasileira, a USP, dezenas de Geizas são assediadas em seus locais de trabalho e estudo. Dezenas de Geizas estudantes são vítimas de estupro. A violência sofrida por essas mulheres são estatísticas acobertadas pela reitoria com a anuência dos governos.

Se Geiza não foi a primeira mulher morta, vítima da violência de gênero. Não seremos vítimas silenciosas da opressão e exploração da sociedade sobre as mulheres. Se não nos ouvem gritar, mais alto devemos fazer ecoar nosso grito de basta! Que a comoção pela morte de mais uma companheira não nos imobilize, mas que a revolta nos organize para lutar, para exigir que, se não foi a primeira, que seja a última.

Hoje os sinos dobram por nós!1

1. “Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um amigo teu, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca mandes perguntar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” John Donne

 
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