www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
ELEIÇÕES 2018
PSOL-Amapá se alia com PMN, PV e é base de governo que apoia candidatura do DEM
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

O PSOL Amapá faz parte de uma coligação com partidos burgueses como o PMN e o PV para as eleições do estado. Além disso, mantém sua posição de aliado da prefeitura de Clécio Luis (ex-PSOL, agora REDE), que é base de apoio do candidato do DEM, Davii Alcolumbre, ao governo do estado.

Ver online

(Deputado do estado do Amapá pelo PSOL, Paulo Lemos)

Já seria relevante a crítica a essas alianças com partidos fisiológicos da burguesia, abertamente de direita, para alçar mais posições do próprio PSOL no regime. Mas o oportunismo mais grave desses “socialistas” está em alianças indiretas que favorecem figuras do reacionário DEM, partido do presidente da Câmara Rodrigo Maia, derivação do ARENA da ditadura e base aliada do governo golpista, partido que trabalhou pelos ajustes, favorável à reforma trabalhista e da previdência, contra os trabalhadores nacionalmente.

A relação com o DEM se dá através do apoio que o PSOL oferece à prefeitura de Macapá, administrada por Clécio Luis (ex-PSOL, agora na Rede). A Rede faz bloco político direto com o DEM nessas eleições, apoiando o seu candidato a governador Davi Alcolumbre. Esses fatos não mudaram a relação do PSOL com a Rede em Macapá, cuja prefeitura, além de tudo, foi responsável por reprimir os servidores municipais que se enfrentavam com ataques do seu governo aos direitos da categoria.

Nas eleições ao governo do estado, o PSOL do Amapá decidiu que não lançaria candidatura própria e que não apoiaria nenhum candidato. No entanto, parte dessa decisão autorizou que correligionários apoiassem qualquer candidato. Dentre eles, o deputado estadual do PSOL, Paulo Lemos, declarou em 2017 que faria campanha para Davi Alcolumbre (DEM). No entanto, a Executiva Nacional do PSOL vedou alianças com a direita nessas eleições em março desse ano, que Lemos fez questão de discordar com base no apoio do governo de Clécio ao candidato do DEM:

"De fato há essa vedação, da qual discordo, mas temos que obedecer. Acho que a questão ideológica é diferente no Amapá é diferente da realidade nacional; é um estado pequeno, todo mundo conhece todo mundo; eu sou amigo do Davi, tenho o maior respeito por ele, no entanto partidariamente há essa vedação; mas estamos brigando para conseguir reverter isso. Essa disputa ideológica de esquerda, direita e centro-direita é muito forte e a gente tem que considerar a questão ideológica, mas sem esquecer que no Amapá o PSOL compõe a coligação com o governo Clécio, que apóia o Davi Alcolumbre”.

Em 2014, Maykon Magalhães, membro do Diretório Nacional do PSOL, pressionou o apoio dos servidores comissionados da prefeitura de Macapá ao então candidato ao Senado Davi Alcolumbre. Então as relações entre PSOL e DEM no Amapá não seriam novas, de modo que nas últimas eleições estiveram em aliança aberta via Clécio e Randolfe Rodrigues, agora da Rede.

Ainda que não esteja explícito, o PSOL no Amapá cumprirá um papel de sustentação de figuras fisiológicas e que tem por programa a agenda anti-operária de Temer nos estados, atacando os direitos trabalhistas, retirando verbas da saúde e educação. Um absurdo completo para quem se diz "lutar contra os ajustes de Temer".

Não é a única aliança do PSOL com a direita, na região Norte do país. No Acre, segundo matéria do G1 não desmentida pelo partido o PSOL está numa coligação de apoio à candidatura do Marcus Alexandre do PT, junto a um amplo leque de siglas de direita (PSDC, PSC, PRB...) incluindo o PRTB, partido de Hamilton Mourão, ex-general que clamou por intervenção militar e vice de Bolsonaro.

Frente ao fortalecimento da candidatura de um reacionário de extrema direita como Bolsonaro, e as contínuas medidas autoritárias do Judiciário golpista para manipular as eleições, o PSOL tem no interior do partido diretórios que aceitam se aliar com essa mesma direita que odeia os trabalhadores, os negros, as mulheres e os LGBTs, e que quer descarregar o peso da crise nas nossas costas.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui