Em julho deste ano foi anunciada a venda de 80% da área de jatos comerciais da Embraer para a companhia americana Boeing, o que na prática significa passar para as mãos americanas a maior parte dos conglomerados brasileiro. Apesar de ser uma empresa privada desde 1994, o governo brasileiro possui o golden share, ação de classe especial que dá poder de veto em a grandes mudanças na Embraer.
Para evitar críticas ao governo Temer, já bastante impopular entre os brasileiros, as duas empresas devem anunciar a consolidação do negócio e o aval da venda da Embraer após as eleições de outubro de 2018. Governo teme que a negociação seja explorada nos debates eleitorais dos candidatos à presidência da república.
Ate lá o governo não pretende fazer nenhum movimentação e as empresas se dedicam ao processo de avaliação judicial. Ainda que o governo busque esperar o fim das eleições, a pressão do governo Temer para entregar a maior parte da Embraer para as mãos americanas é evidente, uma vez que o governo deseja dar o aval antes do final da atual gestão, dificultando assim qualquer interferência da futura presidência e próximo governo que possa ser um impeditivo pra esta política.
Outro motivo para que o governo seja cauteloso nesse primeiro momento são as possíveis brechas judiciais que podem imobilizar a negociação. Com a venda concretizada a Boeing terá o controle operacional e a gestão da nova empresa, formada com a Embraer.
Outra parceria entre Embraer e Boeing esta em estudo, e prevê a distribuição comercial do cargueiro KC-390, desenvolvido pelo braço militar da Embraer, que segue nas mãos da gestão brasileira. A parceria em formato de “joint venture”, que estabelece a divisão temporária dos resultados e lucros em relação ao avião cargueiro.
A venda da Embraer para Boeing é mais um esforço do governo brasileiro que deseja agradar e beneficiar a burguesia imperialista. O pagamento religioso da dívida pública, que retira trilhões de reais da Educação e da Saúde, é um importante mecanismo de saque da burguesia imperialista, que não para e continua atacando a população e os trabalhadores, pressionando para que grandes empresas, como a Petrobras sejam privatizadas e riquezas naturais do país sejam entregues à preço de banana para as petroleiras internacionais. Enquanto isso, os trabalhadores brasileiros pagarão pela crise, com demissões milhares de demissões já anunciadas pela Embraer, avanços de reformas e duros ataques.
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