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BRF anuncia a demissão de 4 mil funcionários para assegurar seus lucros
Kelly F. Alonso
Professora da rede pública de São Paulo

Imersa há meses em grave crise política e nos negócios, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou a decisão de vender R$ 5 bilhões em ativos, passando para frente fábricas na Europa, na Tailândia e na Argentina. A venda das unidades faz parte de um amplo plano de reestruturação, que inclui ainda a demissão de mais de 4 mil funcionários no Brasil e redução dos cargos de chefia.

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A BRF S.A. é uma das maiores companhias de alimentos do mundo, com mais de 30 marcas em seu portfólio, entre elas, Sadia, Perdigão, Qualy, Paty, Dánica e Bocatti. Seus produtos são comercializados em mais de 150 países, nos cinco continentes. Mais de 100 mil funcionários trabalham na companhia, que mantém mais de 50 fábricas em oito países: Argentina, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Malásia, Reino Unido, Tailândia e Turquia.

Segundo a BRF, 5% dos 88 mil funcionários (cerca de 4,4 mil) serão demitidos ao final da reestruturação e uma parcela disso já foi dispensada. Diante da crise criada pelos próprios empresários em busca de manterem seus lucros as custas de mão de obra barata e escrava, a saída que os capitalistas veem é vender algumas de suas unidades produtoras. No pacote que será oferecido ao mercado, há unidades produtoras e centros de distribuição no Reino Unido, na Holanda, na Argentina e na Tailândia, onde o mercado consumidor é menor do que no Brasil.

O objetivo da BRF é levantar os R$ 5 bilhões já nos próximos seis meses, reduzindo, assim, o endividamento da companhia, de R$ 14 bilhões. A empresa já começou a conversar com bancos e deve fechar os mandatos nos próximos dias. No pacote que será oferecido ao mercado, há unidades produtoras e centros de distribuição no Reino Unido, na Holanda, na Argentina e na Tailândia.

Além disso, Abílio Diniz, um dos 70 maiores bilionários do Brasil, ex-dono do Grupo Pão de Açúcar e atual presidente do conselho da BRF, afirmou após a aprovação da PEC 241 – o corte dos gastos com educação e saúde públicas - que o Brasil se tornou o melhor lugar para investidores no mundo. Para ele, a aprovação da PEC foi “a grande vitória do governo brasileiro”.

Esta decisão por parte da BRF escancara mais uma vez como o único interesse intocável no capitalismo é a manutenção do lucro dos capitalistas, sendo as vidas dos milhares de trabalhadores artigos dispensáveis em períodos de crise. Como se vê pela declaração do presidente do conselho da empresa, Abílio Diniz, pela manutenção de seus lucros e pela imposição dos seus interesses é que se articulam políticos e capitalista, como mostra sua comemoração a aprovação da reforma trabalhista.

Para que não sejam os trabalhadores que paguem pela crise criada pelos capitalistas, é indispensável que os trabalhadores batalhem contra esse sistema que vê neles apenas uma fonte de extração de mais-valia e lucro, e por uma alternativa de ruptura com esse sistema de exploração.

 
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