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ISENÇÃO
Isenção para transportadoras e altos impostos para os trabalhadores
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
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Com o passar dos dias, a mobilização de caminhoneiros que ocupou a última semana de maio, vai mostrando cada vez mais o seu caráter. Agora, deputados aprovam projeto de isenção fiscal para as transportadoras, com alíquota zero em tributos como o IPI e PIS/Cofins para a renovação de frota de caminhão.

O texto que ainda precisa passar pelo Senado, teve apoio da base aliada do governo e ocorre em meio a pressão de grandes grupos empresariais que não querem pagar a conta da chamada "bolsa caminhoneiro", que acumula um pacote de R$13,5 bilhões para garantir a diminuição do preço do diesel. Por outro lado, os grupos empresariais de refrigerante e da indústria química brigam porque querem restabelecer seus benefícios. Nem é preciso dizer que os capitalistas e seus representantes na política estão dispostos a conceder o que for para as transportadoras, desde que sejamos os trabalhadores os que paguem a conta.

As transportadoras seguem num duelo de forças para conseguir mais isenções e benefícios, o governo diz que não tem mais recursos para responder às exigências feitas por esse setor, mas estejamos em alerta, pois os economistas dos governo dizem que só é possível garantir essas demandas se "outros setores ou a sociedade como um todo banquem esses incentivos". Ou seja, que a crise siga sendo descarregada nas costas dos trabalhadores que seguem pagando um alto custo no combustível e no gás de cozinha, que segue altíssimo e ainda teve aumento.

Não é surpreendente que o relator do projeto que isenta as transportadoras, seja o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) que é dono da segunda maior transportadora de produtos da Ambev. Claro que ele nega e diz que a empresa nem é mais dele e sim dos filhos. O texto aprovado na Câmara ainda prevê a criação de um plano nacional de renovação de frota de caminhões, com financiamentos em condições diferenciadas, com juros menores e prazos mais longos. Além disso, as empresas ainda terão redução de PIS/Cofins e IPI sobre os caminhões novos a zero.

O deputado Marquezelli, cara de pau, disse que esse plano é apenas uma sugestão ao governo, mas estima uma alta taxa de renovação para o setor de 10% a 12% ao ano. Não para por aí, o texto ainda retira o valor dos pedágios da base de cálculo PIS/Cofins e ainda permite que o valor pago em pedágios seja abatido do Imposto de Renda.

Ou seja, são muito benefícios "conquistados" para os grandes empresários dos transportes de carga e quem pagará esse custo é o conjunto da classe trabalhadora que segue pagando com a super exploração, com o desemprego e com a carestia de vida os altos custos da vida da burguesia, que para lucrar ainda mais organizou esse locaute patronal no mês de maio, usando a comoção dos trabalhadores brasileiros e a revolta acumulada contra os ataques do governo aos nossos direitos, para fazer chantagem e conseguir uma série de regalias.

 
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