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CRISE FISCAL
Atendendo às pressões do mercado, BC entrega bilhões de fundos públicos ao mercado estrangeiro
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

Nos últimos dias, a economia tem sofrido de novas cólicas após nas últimas semanas ter sentido o impacto da paralisação de 9 dias dos caminhoneiros. Recentemente, a fuga de capitais do país, em parte explicada pela política dos Estados Unidos e de Trump, combinada com elementos de déficit fiscal e chantagens dos donos da dívida brasileira para que ela seja paga, levou a que o governo destinasse mais de US$ 20 bilhões da reserva para controlar o dólar enchendo bolsos de especuladores.

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Ontem o dólar beirou os R$4,00, uma alta que não se via desde 2016, e que só foi revertida essa manhã, após o governo inclusive fechar a venda da dívida por algumas horas e tentar controlar a fuga de capitais. A bolsa, no entanto, parece não reagir muito e fechou a semana com uma queda de 5%.

Essas mudanças são efeito da política dos Estados Unidos, que tem elevado os juros desde antes, mas principalmente com Trump, além deste ter criado tensões comerciais com todo o globo e gerado uma saída de capitais em semi-colonias e países emergentes como o nosso, a Turquia e a Argentina. A elevação de juros aumenta o déficit fiscal desses países e aumenta a pressão de mais dinheiro para a dívida pública, derruba a bolsa de valores e desvaloriza a moeda desses países.

O principal mecanismo que o governo se utilizou para frear essa disparada do dólar e controlar parcialmente as tendências recessivas que tem se instalado no país, foi dar uma injeção de uma dose cavalar de dólares nos bolsos dos especuladores internacionais. Hoje foram 3,75 bilhões de dólares injetados, mas o Banco Central prometeu por a venda mais US$20 bilhões ao longo da semana, o que recebeu aplausos do FMI. Esses valores são retirados dos fundos públicos e lançado à venda na forma de títulos de “swaps” (“vendas futuras de câmbio”) para aumentar a oferta de dólar no mercado e desvaloriza-lo perante o real.

A medida levou a uma queda do dólar de volta aos R$3,70, e deve reduzi-lo ainda mais. Os grandes lucros dessa medida foram dos imperialistas que especulam em torno de um real desvalorizado e da recessão do país. O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira, 8, que as reservas internacionais do Brasil, de cerca de US$ 380 bilhões, que equivalem a 21% do PIB, são "um seguro contra volatilidade, contra mau funcionamento dos mercados e contra choques externos". Portanto, está assegurando a esses capitalistas e aos donos da dívida que os fundos desse país são seus se precisarem, como forma de tranquilizar o mercado.

O diretor do FMI, Alejandro Werner, parabenizou o papel que cumpriu o banco central, por ter evitado elevar os juros para desvalorizar o dólar, mas que tenderia a piorar o déficit e gerar “insegurança” aos “investidores”, donos de títulos da dívida e ávidos para que ela seja paga a qualquer custo. Esse apoio direto do imperialismo mostra que a dívida pública é uma arma na sua mão apontada para os gastos sociais. Nessa mesma declaração, o FMI falou das necessárias “reformas estruturais”, como a da previdência, pressionando a que candidatos mais bem pontuados nas pesquisas se aliem a sua agenda (Bolsonaro e Ciro).

Um momento que mostra o caráter reacionário e fraudulento dessa dívida paga religiosamente por tantos governos, inclusive os do PT, mas que só tende a crescer e a deixar que o imperialismo pressione a economia nacional e saqueie recursos. Pressionam principalmente o programa eleitoral dos candidatos em disputa, para que esteja mais de acordo com os seus interesses por maiores subsídios aos seus lucros.

Por isso nós do Esquerda Diário e do MRT estamos levantando a campanha pelo não pagamento dessa dívida ilegal, fraudulenta e ilegitima em sua totalidade, para que os trabalhadores deixem de pagar por uma crise com perda de direitos, serviços essenciais. Chamamos a todos que concordam com essas ideias que construam elas no seu local de trabalho ou de estudo.

 
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