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“Amistoso” suspenso: não haverá dribles de Messi nas terras ocupadas de Jerusalém
La Izquierda Diario
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Nesta terça-feira, desde cedo, a Ciutat Esportiva Joan Gamper de Barcelona foi protagonista de um novo protesto contra a partida programada para o dia 9 de junho em Jerusalém Oriental. “Agentina não vá”, “Messi não vá”, “Não à cumplicidade com as bombas”, diziam os homens e mulheres que se aproximaram. Uma das organizações se chama “Judeus e Palestinos pela Paz”. Alguns tinham uma camisa da seleção argentina manchada de sangue.

De acordo com o que havia sido acordado pela AFA (Associação de Futebol Argentino) e pela Federação de Futebol Israelense, no próximo sábado, no estádio “BeitarTrump” ia ocorrer o amistoso Argentina-Israel, no marco do 70º aniversário da fundação do Estado de Israel.

O evento era, sem dúvida, uma nova provocação. Não somente porque o jogo ocorreria em uma cidade tão simbólica e em um estádio construído sobre o que foi uma aldeia palestina. Além disso, há dois meses o povo palestino vinha denunciando o êxodo árabe de 1948 durante a criação do Estado de Israel. Os protestos foram recebidos, como sempre, pela criminosa repressão do exército sionista, deixando centenas de mortos e milhares de feridos, enquanto os Estados Unidos inaugurava sua embaixada em Jerusalém.

Com todo esse cenário, o governo israelense tentava transformar em uma partida de futebol o que é um evento político que reafirmava sua política de ocupação e opressão ao povo palestino. Inclusive Netanyahu havia convidado Macri para assistir o “amistoso”.

Mas a causa palestina também se expressou no rechaço ao jogo. Havia começado há alguns dias, quando o presidente da Federação Palestina de Futebol, Jibril Rajoub disse que “começaremos uma campanha contra a seleção argentina e apontaremos a pessoa de Messi, que tem 10 milhões de torcedores em todo o mundo árabe e islâmico, da Ásia, da África, nos estados amigos do povo palestino”. Mas, Rajoub também apontou para além do jogador: “Argentina e outros tantos países latino americanos sabem muito bem como o futebol foi usado por suas respectivas ditaduras militares para acobertar suas graves e sistemáticas violações de direitos humanos”.

O embaixador palestino na Argentina havia assegurado que “esta partida é como se comemorássemos o aniversário da ocupação das Malvinas; seria uma aberração”.

Personalidades dos direitos humanos, como as Madres de Plaza de Mayo, entre outras, aderiram à campanha. Segundo relatos, vários jogadores haviam manifestado sua insatisfação com o "amistoso".

Finalmente, a reivindicação da associação palestina, junto aos protestos e reivindicações que já começavam a gerar polêmica, acabou conquistando a suspensão o jogo. Na noite catalã a notícia, que rapidamente começava a percorrer todas as mídias do mundo, foi confirmada.

Algumas grandes mídias ficaram “comovidas” por ver a camiseta da seleção argentina que seria usada no “amistoso” de Jerusalém manchada de sangue. São os mesmos que não se comovem frente aos brutais massacres e a miséria que o Estado de Israel perpetua. Pelo menos neste sábado, nessas terras ocupadas não haverá nenhum “amistoso” de Messi e a seleção.

 
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